Galeria Piquet, parte VI

RIO DE JANEIRO – Na sexta e última parte da homenagem a Nelson Piquet por seus 63 anos de idade, não pode (infelizmente) faltar o registro de sua passagem na Indy 500, que sepultou qualquer sonho de seus fãs em vê-lo competitivo como nos velhos tempos. Da década de 90 em diante, o tricampeão passou – claro – a competir muito menos, mas aqui e alhures ainda mostrou a classe de sempre. E passou a se preocupar com os herdeiros Geraldo, Nelsinho, Lazlo e Pedro, todos envolvidos com o esporte a motor.

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Novos desafios: mesmo falando mal do automobilismo dos EUA, Nelson Piquet foi para a disputa das 500 Milhas de Indianápolis num Lola Buick da equipe de John Menard
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Dia 7 de maio de 1992: o brutal acidente sofrido na curva 4 de Indianápolis quase custou a Piquet uma amputação dos membros inferiores. Com múltiplas e gravíssimas fraturas, teve sorte de ser operado pelos melhores ortopedistas do país, lotados no Hospital Metodista daquela cidade
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Por detrás de um capacete branco, Piquet testa o Ralt RT24 de sua equipe de Fórmula 3000 no circuito espanhol de Albacete
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Em algum lugar do passado, Nelson Piquet dá uma entrevista para a Rede Bandeirantes. O atento observador é o agora narrador Luc Monteiro
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A volta: antes da Cascavel de Ouro de 1992, válida pela F3 Sul-Americana, algumas voltas no Ralt de Pedro Muffato, velho e querido amigo do tricampeão
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Quando ninguém esperava, eis que Nelson Piquet voltou para Indianápolis e daquela vez conseguiu a classificação na Indy 500 em 1993. Quebrou cedo, mas cumpriu sua missão
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A bordo desta BMW 318i, Piquet disputou as Mil Milhas Brasileiras de 1994, no Autódromo de Interlagos
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Pouca gente lembra, mas Nelson Piquet disputou também uma corrida da Copa Onix Jeans de Fórmula Uno
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As boas relações com a BMW nunca se apagaram: Piquet disputou inclusive as 24h de Spa-Francorchamps, na Bélgica
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Duas vezes em Sarthe: Piquet participou das 24h de Le Mans com esta McLaren BMW F1 GTR. Foi 8º colocado na edição de 1996
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As últimas provas de monoposto foram na F3 Sul-Americana pela Amir Nasr Racing, em 1997 e 1998
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Além de criar a categoria Espron, Piquet disputou várias corridas longas, como os 1000 km de Brasília
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A bordo da Brabham BMW BT52 no Goodwood Festival of Speed
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A última vitória: Mil Milhas em 2006, com este Aston Martin DBR9 ao lado do filho Nelsinho, de Hélio Castroneves e Christophe Bouchut
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Ao lado de Felipe Massa: mestre de cerimônias no pódio do GP do Brasil de F1 em 2012
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Eterno moleque: provocando os torcedores do Corinthians com uma bandeira do Vasco na mão, durante volta de consagração em Interlagos no GP do Brasil de 2011, por alusão aos 30 anos do seu primeiro título mundial de F1
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Irreverência: arrancando risadas do velho amigo Niki Lauda nos boxes de Interlagos, quando tentava dar uma bitoca no austríaco
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Parabéns, Nelsão. Parabéns, tricampeão!

Comentários

  • Grande Rodrigo!

    Quem faz aniversário é o eterno mestre Piquet e quem ganhou um belo presente somos nós, teus leitores. Lindas imagens, bons tempos! Só tenho a agradecer. ABRAÇO!

  • Aquele lugar do passado, Rodrigo, é o Aeroporto Coronel Adalberto Mendes da Silva, em Cascavel. Precisamente em 19 de dezembro de 1992, fim da tarde de sábado, quando Piquet chegou em seu jato particular para receber, no dia seguinte, o troféu Cascavel de Ouro que ganhou em 1976 e que havia ficado com seu antigo preparador, o Giba. O microfone da Band era do saudoso João Carlos Gallo, então cobrindo a chegada de Piquet pela TV Tarobá – essa foto produzida pelo Jackson Piaia é de uma pequena coletiva improvisada lá mesmo, no aeroporto, éramos sete ou oito jornalistas. Essa foi, e já contei isso lá no meu bloguezinho, a primeira entrevista que fiz na vida. Um moleque de 15 anos perdido cá no interior do Paraná, escrevendo sobre corridas e modalidades de esporte amador para o jornal local, fazendo a primeira entrevista da vida com um tricampeão de F-1. Naquele ano a etapa final do Sul-Americano de Fórmula 3 valeu a Cascavel de Ouro – o vencedor foi Constantino Júnior, com o carro da equipe do Amir Nasr. A foto que mostra Piquet no carro de Pedro Muffato foi da manhã de 20 de dezembro, horas antes da corrida, a primeira vez em que ele pilotou depois da pancada em Indianápolis. Deu quatro ou cinco voltas e foi bastante festejado por todo mundo. Piquet trouxe o capacete do acidente em Indianápolis, ainda com as marcas da pancada, e doou-o para uma ação beneficente. Muito grato pela menção, especialmente honrosa pela ocasião e pelo quilate do homenageado. Abração.

  • Grande Mattar,
    Excelente a série. Trouxe lembranças incríveis.
    Se não estou enganado, a boa relação do Piquet com a BMW possibilitou a criação da categoria Espron, que infelizmente foi sepultada logo após o nascimento, em virtude da assinatura de um contrato de exclusividade com a RGT (prefiro não escrever o nome por extenso para não ativar seus tiques nervosos), que como de costume, comprou os direitos para que ninguém transmitisse, nem ela mesma.

    Essa emissora tem grande responsabilidade na atual situação de nosso automobilismo, mas isso é uma outra história.

    O importante foi a lembranças dos momentos do Nelsão, que nós, seus leitores, agradecemos novamente.
    Abrax !!!

  • Parabéns Rodrigo, uma bela lembrança e como sempre uma ótima reportagem. E como disse o Flavio Gomes em seu blog você “fez um negócio tão legal”. Aproveitando a data você não poderia fazer um post do “Direito do Túnel do Tempo” os 40 anos da única vitória do Gorila de Monza.

  • Parabéns gênio Nelson Piquet! E Mattar, que sensacional essas galerias de fotos, parabéns também e muito obrigado, emocionante!!!

  • Muito boa sequencia…como sempre…Tive o enorme prazer (e emocao) de disputar duas das Mil Milhas que ja participei, com Piquet na pista, a primeira em 1994 , eu de Passat, Piquet e Ceccoto de BMW M3 (a da foto, o post indica 318, mas creio que era mesmo uma M3) , de quebra, por acaso, sentei entre os dois durante o briefing da corrida…A segunda foi em 2006 , eu de Aldee Spyder e Piquet (Piquet Jr e Helinho) com Aston Martin DBR9, da foto, V12 de lindo ronco…
    Correr com o idolo foi demais…Quando moleque, o assistia na Super V da Gledson em Interlagos e durante toda trajetoria na F1,… jamais poderia imaginar, tenho as fichas de tempos de treinos , etc……Presentao !
    Grande abraco…
    Roberto Martinez

  • espetacular!

    muito obrigado pelo post, Rodrigo!

    e muito obrigado aos leitores, por compartilhar as histórias com o Piquet, é sempre bom saber mais sobre o cara!

    vida longa e prosperidade aos Piquet!

  • Cara, fico imaginando um documentário com todas essas fotos e mais os videos que existem perdidos por ai, sendo narrados pelo próprio Nelson Piquet e amigos, contando os detalhes de cada um (ou de cada uma delas) e as sacanagens que ele fazia com todo mundo, seria sensacional, quem sabe algum cineasta não se candidata a essa realização?

  • Espetacular Rodrigo essa retrospectiva em fotos do nosso mestre tricampeão de Formula 1, Nelson Piquet. Sem meias palavras, você é o craque. PARABÉNS!!!

  • Caro Rodrigo, só pude ver hoje esse trabalho magnífico. Até porque deixei para ver com calma e precisaria de um tempo de qualidade. Curioso como o Nelson representa para mim muito do que eu acredito na minha vida profissional. Parte disso eu coloquei no meu Instagram de ontem, que vc inclusive curtiu a foto….

    Não acho ele um semi-deus, um cara perfeito, uma lenda, longe disso. Até por isso me inspiro nele em muitas coisas. Nós não somos semi-deuses. Nós somos pessoas normais, que muitas vezes temos o sonho de sermos plenamente felizes no trabalho e isso certamente se daria trabalhando com o que gostamos. E ele encarna isso. Era um cara obcecado por carros, por mecânica (continua sendo) que abdicou de um conforto de classe média, provavelmente como jogador mediano de tênis, para fazer o que todo brasileiro nascido entre os anos 40 e 80 sonhavam. Ser um profissional envolvido com carros e mecânica. E ele conseguiu. Aos trancos e barrancos, como nós fazemos na nossa vida profissional, ele conseguiu.
    A forma com que você organizou as fotos nos posts conta muito bem essa história. O cara sujo de graxa, com a camisa esgarçada, as vezes com cara de poucos amigos. Obrigado pelo trabalho. E um dia te conto mais detalhes dessa inspiração. Grande abraço,

    André

  • Que beleza de trabalho, Rodrigo, parabéns! Você vem fazendo um registro sensacional do automobilismo, não só para os velhos amantes do esporte (tenho a mesma idade do Piquet), como principalmente para os mais novos. O importante é não deixar a paixão morrer. Dá trabalho, mas dá gosto ver informação bem apresentada e organizada aqui no Brasil. Tem muito pouca gente fazendo isso.

  • Piquet sempre foi meu piloto preferido e também meu principal ídolo na infância e adolescência. Em 1991, um dia após o lendário GP Brasil vencido pelo Senna, o Piquet compareceu à inauguração da primeira fábrica da Benetton em Curitiba. Meu pai foi convidado à solenidade e, conhecedor da minha predileção pelo Nelson, me levou e eu tive a oportunidade de vê-lo pessoalmente (e o Roberto Pupo Moreno também). Sem dúvida, foi um dia inesquecível.

  • Rodrigo,

    Linda homenagem ao tricampeão, com uma compilação de fotos sensacionais, algumas delas, se não ineditas, muito pouco veiculadas..

    Sobre a foto do Piquet auxiliando no resgate do Pironi, vou comentar um fato pouco conhecido e nada comentado: em 1982 Nelson, então campeão do mundo de 81, assinava uma coluna (acho que a cada GP) na Autosprint. Após o acidente fatal de Gilles em Zolder, Nelson criticou duramente a falta de resistencia do monocoque da Ferrari, especialmente no que tangia aos pontos de fixação dos cintos de segurança. De fato Nelson escreveu que era inadmissível que os cintos houvessem se soltado, em alguns pontos de fixação, e que o piloto tivesse sido lançado no ar COM O BANCO ! E mais: disse textualmente que o laudo de morte do canadense mencionava como “causa mortis” a ruptura da coluna cervical por tração, ou seja, ENFORCAMENTO. E explicava que isso ocorrera porque alguns pontos de fixação do cinto ao monocoque se soltaram, outros não, e, ao ser lançado do carro, Gilles ficara com o pescoço preso na parte do cinto que não se soltara, causando a tração no pescoço. O campeão completava culpando a Ferrari pela morte do canadense, posto que o piloto não sofrera outros ferimentos graves pelo corpo, exceto a fratura do pescoço por tração. A Ferrari, segundo Nelson seria culpada por, querendo vencer a qualquer preço, fabricar um monocoque muito leve, porem muito fragil, que não preservava a integridade do piloto.

    Essa afirmação dele na coluna gerou uma reação muito forte por parte de Maranello, e a Autosprint tirou o dela da reta, dizendo que não tratar-se de uma opinião da revista, mas do colunista.

    Meses depois ocorre o acidente de Pironi em Hockhenheim, e Nelson voltou a cair de pau na Ferrari, pela falta de resistencia do monocoque. Só que dessa vez usou como testemunho uma foto (impressionante) de capa da propria Autosprint, que mostrava Pironi já sem capacete, mas ainda no cockpit, com forte expressão de dor e sangrando pelos ouvidos e pelo nariz. Sobre o ombro direito do frances, destacava-se o ponto de fixação superior do cinto de segurança rompido e pendurado sobre o corpo do piloto, o que dava plena razão as afirmações anteriores do campeão. Dessa vez, a revista italiana teve de se render as evidencias e dar razão ao campeão brasileiro.

    Essa estoria, que dizem, rendeu odio eterno da Ferrari contra Nelson, serve bem pra exemplificar o carater do campeão, que nunca teve medo de falar a verdade, doesse a quem doesse. Nelson, gostem ou não os seus criticos, nunca usou mordaça !!!

    Antonio

  • Um pouco atrasado, mas antes atrasado do que negligente: tenho uma produtora de cinema em Curitiba e nós estamos prestes a lançar um filme de ficção que se passa no universo do kart, mas que faz inúmeras referências à ícones de outras categorias, inclusive o grande Piquet. Quem estiver interessado em ver o teaser do filme, que estreia aqui na capital dia 28, fique a vontade:

    https://www.youtube.com/watch?v=8LUHCTKb2Bs

  • Que trabalho de pesquisa incrível do Rodrigo Mattar. Estive há alguns dias em Cascavel, cidade que nunca tinha visitado, e passei em frente ao autódromo. Soubesse que o Nelsão esteve lá nos anos 70 e 90, teria sido ainda mais legal conhecer o espaço.

      • Será que da tríade (Fittipaldi, Senna e Piquet) o Nelsão foi o que mais se aventurou em corridas pelo interior do Brasil, antes da F-1?
        Quer dizer, mais que o Senna, com certeza, né?

        Obrigado pela informação, Rodrigo Mattar.