Final emocionante define 500 km de São Paulo

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O pódio da classificação geral dos 500 km de São Paulo

RIO DE JANEIRO – Um décimo de segundo definiu uma corrida de 500 km de percurso, com um total de 146 voltas e pouco mais de três horas de disputa. A 31ª edição dos 500 km de São Paulo, disputada neste domingo no circuito Velo Città, em Mogi Guaçu, mostrou equilíbrio entre os principais participantes e muita emoção, principalmente nos minutos finais que reservaram surpresas em todos os níveis.

Vinte carros (entre eles, lendas como um Ford Maverick, um Opalão com motor V8 e até um Protótipo Espron BMW minuciosamente reconstruído) alinharam com o Protótipo MRX Nissan V6 de Alexandre Finardi/Gastão Weigert comandando o pelotão partindo da pole position. No início da corrida, o carro da equipe Power Imports tirou partido de sua boa relação peso-potência e abriu vantagem dos adversários. Enquanto isso, o potente Vectra de Ney Faustini/Ney de Sá Faustini surpreendia ao andar em 2º na frente não só de protótipos Spyder mais leves como também da Ferrari F430 da Greco e o Mitsubishi Lancer EVO X da Old Boys Racing, que tinha como um dos tripulantes o multicampeão da Stock Car Ingo Hoffmann.

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O bom trabalho da Old Boys Racing levou o Lancer EVO X guiado por Guiga Spinelli/Ingo Hoffmann/Leandro de Almeida à vitória (Foto: Vinícius Ferraz)

De acordo com o regulamento, foram previstos dois pit stops obrigatórios para reabastecimento, em que cada equipe tinha que cumprir o mínimo de 3min30seg em cada trabalho. No primeiro turno, Finardi comandou o #80 e trocou com Gastão Weigert. O bom e velho Ney Faustini trocou com o filho, enquanto Renato Cattalini deixou o volante para Fábio Greco após o primeiro abastecimento. No Mitsubishi, Guiga Spinelli cedeu o volante para o Alemão.

A disputa foi polarizada entre os quatro primeiros, até que o Vectra ficou para trás e a Greco, com a volta de Cattalini ao comando da Ferrari, também perdeu terreno. Weigert entregou o MRX para Finardi, já com o carro em condições adversas – motor falhando, freios pifando e outros problemas – e no Mitsubishi #5, Leandro de Almeida, que também faz as vezes de chefe de equipe (e que, por sinal, era o aniversariante do dia), assumiu o carro para o turno decisivo.

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Fábio Greco, trocando de lugar com Renato Cattalini num dos pit stops da Ferrari F430, andou muito na corrida

Enquanto Leandro comboiava Finardi, a Greco decidiu mudar sua estratégia. Chamou Cattalini pra box e Fábio Greco voltou a bordo. Aí, o filho do velho “Trovão” Luiz Antônio Greco fez valer não só o sobrenome como o capacete com a pintura idêntica a de José Carlos Pace, o saudoso Moco. Fabinho estava 53 segundos atrás dos líderes e, andando em ritmo de classificação, descontava de três a seis segundos por volta dos líderes, com Finardi determinando um ritmo mais lento e Leandro sem muitas chances de ultrapassá-lo.

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Um parafuso quebrado na suspensão do MRX Nissan tirou de ação a dupla formada por Alexandre Finardi/Gastão Weigert, pole position da corrida e líder até oito voltas para o final

Aí aconteceu o inesperado: um parafuso da bandeja da suspensão do MRX Nissan V6, que custa mero R$ 1, mandou o protótipo guiado por Finardi para os boxes – a oito voltas da quadriculada. Deu pena do esforço da equipe de Ubiratan Jacobsen, mas o automobilismo tem esses momentos cruéis que acabam por proporcionar situações emocionantes no final. Greco demoliu a diferença para Leandro de Almeida (fez a melhor volta do carro na 131ª passagem) e colou no líder na última volta. Os dois chegaram a se tocar e a lataria do Mitsubishi entrou em contato com o pneu traseiro parecendo que o carro quebrara a metros do fim. Greco ainda tentou o bote, mas perdeu a prova por 0″109. Mais uma volta e ele poderia ter vencido…

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A imagem define o que foi a chegada dos 500 km de São Paulo (Foto: Vinícius Ferraz)

Ninguém pôde se queixar de emoção no circuito Velo Cittá. O promotor dos 500 km, Silvio Zambello, não escondia a satisfação por ver mais um final de prova digno da história da corrida. Nem os que curtem corridas longas e sabem que a Endurance é tudo. Menos monótona.

O resultado final dos 500 km de Sâo Paulo é este:

1º #5 Guiga Spinelli/Ingo Hoffmann/Leandro de Almeida
Mitsubishi Lancer EVO X
146 voltas

2º #23 Renato Cattalini/Fábio Greco
Ferrari F430
a 0″109

3º #25 Ney Faustini/Ney de Sá Faustini
Chevrolet Vectra
a 2 voltas

4º #80 Alexandre Finardi/Gastão Weigert
Protótipo MRX Nissan V6
a 8 voltas

5º #77 Carlos Ortolani/Joon Park
Protótipo Spyder Opel
a 10 voltas

6º #91 Jorge Machado/Rui Machado/Maninho Cardoso
Protótipo MR18 Audi Turbo
a 11 voltas

7º #151 Sérgio Pistilli/Walter Pinheiro
Protótipo Spyder VW
a 13 voltas

8º #2 Fernando Monis/Heitor Nogueira
Protótipo Espron BMW
a 13 voltas

9º #44 Roberto “Coruja” Amaral/Maurício Olio
Chevrolet Vectra
a 14 voltas

10º #86 Vinícius Palma/Vá Barbosa
Protótipo Spyder Race VW
a 17 voltas

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