Chuva dá as cartas na Petit Le Mans: Porsche vence de forma histórica e Christian é bicampeão
RIO DE JANEIRO – A chuva não deu trégua alguma na 18ª edição da Petit Le Mans, disputada neste sábado em Road Atlanta. A última etapa da temporada 2015 do Tudor United SportsCar Championship repetiu o ocorrido há seis anos atrás, quando uma chuva torrencial também atrapalhou a disputa, obrigou a direção de prova a interromper a disputa em bandeira vermelha e depois encerrá-la antes do previsto. Dessa vez, foi mais ou menos parecido, mas com um final bem mais surpreendente.
Resultado final da 18ª Petit Le Mans
Por conta das péssimas condições do circuito de Braselton, no estado da Geórgia, a corrida terminou antes das 10h previstas – mais precisamente com 199 voltas completadas e 7h51min no cronômetro – sendo 1h05min de bandeira vermelha. E pela primeira vez na história da competição, um carro da classe GTLM venceu na classificação geral. O Porsche 991 RSR #911 de Richard Lietz/Nick Tandy/Patrick Pilet conquistou um triunfo para ser lembrado por todo o sempre. Afinal, não é todo dia que um Grã-Turismo derrota um Protótipo. E isso tem uma explicação bastante plausível: os pneus de chuva da Michelin são infinitamente superiores aos da Continental, fornecedora de todas as outras categorias do TUSC – exceto a GTLM, que obedece ao regulamento do Automobile Club de l’Ouest e permite o uso de um ou mais fabricantes de pneus. Com um composto mais macio que o da Continental, rápido e aderente, isso explica a vitória de hoje e o rendimento dos carros nos treinos com pista molhada.
Com a vitória, Nick Tandy acumula mais um feito no currículo, que tem como destaque absoluto o triunfo nas 24h de Le Mans. E o francês Patrick Pilet, aos 33 anos de idade, levou o título de campeão entre os pilotos, tendo revezado com o próprio Tandy e com o compatriota Fréderic Makowiecki ao longo de toda a temporada. O 2º lugar na geral também foi de outro GTLM: na despedida do modelo Z4, a BMW #24 de John Edwards/Lucas Luhr/Jens Klingmann completou a prova à frente do Corvette C7-R de Oliver Gavin/Tommy Milner/Ryan Briscoe. Augusto Farfus e os titulares da BMW #25 Bill Auberlen e Dirk Werner ficaram com a quarta posição na divisão.
O 3º lugar geral na Petit Le Mans bastou para Christian Fittipaldi e João Barbosa: a dupla luso-brasileira conquistou o bicampeonato do TUSC na principal classe do campeonato, a Prototype. Os pilotos da Action Express foram beneficiados pelos problemas do carro #90 que liderava a temporada até antes da última etapa. Uma rodada com Mike Rockenfeller a bordo, quando a pista estava em péssimas condições na altura da 3ª hora de disputa, praticamente enterrou as possibilidades de Michael Valiante e Richard Westbrook. Eles terminaram em 12º lugar na geral e quinto na categoria, resultado que lhes deu o vice-campeonato.
O pódio da principal divisão, além dos vencedores e bicampeões da categoria, teve ainda Scott Pruett/Joey Hand/Scott Dixon a bordo do Ford EcoBoost Riley DP – no que provavelmente foi a última corrida da equipe Chip Ganassi Racing nos prótótipos (embora haja chance de vermos o carro em algumas provas no ano que vem) e a trinca do #31 formada por Eric Curran/Dane Cameron/Max Papis.
A corrida do Ligier JS P2 HPD do brasileiro Oswaldo Negri, que já se acidentara nos treinos livres e largou entre os últimos Protótipos no grid, foi interrompida após 100 voltas completadas, em razão de um forte acidente com John Pew, que destruiu novamente o bólido. A equipe já passara por percalços na quinta-feira, precisando reconstruir o carro a tempo de disputar a corrida. Infelizmente, o desfecho foi o mesmo.
Na GTD, que foi a categoria com o maior número de inscritos na Petit Le Mans, a dinamarquesa Christina Nielsen morreu na praia: a piloto da TRG-AMR chegou apenas em 9º na corrida em sua classe, divdindo o Aston Martin V12 Vantage com Kuno Wittmer e Brandon Davis. Numa performance sólida, Bill Sweedler e Townsend Bell, ajudados por Jeff Segal, acabaram com a quarta colocação e com o título de campeões entre os pilotos desta categoria. A nórdica ficou com o vice e Dion Von Moltke/Christopher Haase fecharam o campeonato em terceiro.
A vitória foi do Porsche #73 da Park Place Motorsports com Spencer Pumpelly/Patrick Lindsey/Madison Snow, que terminaram a disputa em 17º na geral, com outro Porsche, o #44 da Magnus Racing, guiado por Robert Renauer/Andy Lally/John Potter em segundo e o Viper de Al Carter/Marc Goossens/Cameron Lawrence em terceiro. A Ferrari do brasileiro Daniel Serra e seus parceiros Matteo Cressoni e Jeff Westphal completou a disputa com a 6ª colocação.
A Prototype Challenge viu a confirmação do bicampeonato de Colin Braun e Jonathan Bennett numa corrida bastante atribulada para o #54 da CORE Autosport. Em momento algum o carro brigou pela vitória e tanto Bennett quanto o terceiro piloto, Anthony Lazzaro, tiveram que cumprir o tempo mínimo de pilotagem para poder ofertar aos titulares o campeonato. Num sufoco tremendo, a trinca chegou em 4º na categoria e em 29º na geral. O primeiro lugar na Petit Le Mans e no North American Endurance Championship (NAEC) ficou com o #52 de Tom Kimber-Smith/Mike Guasch/Andrew Palmer, seguido pelo #8 de Mike Hedlund/Mirco Schultis/Renger Van der Zande e pelo #16 de Johnny Mowlem/Don Yount/Tomy Drissi/Marc Drumwright.
Bruno Junqueira não teve chance alguma na corrida: o #11 da RSR ficou em último logo no início, com Chris Cumming a bordo. Os dois mais o anglo-brasileiro Gustavo Menezes terminaram com 94 voltas de atraso, em 34º lugar na classificação geral, vítimas do último acidente que provocou a interrupção definitiva da corrida.
Na próxima temporada, o Tudor United SportsCar Championship passará a se chamar WeatherTech SportsCar Championship. E é com esse nome que o campeonato de 2016 vai começar em 24 de janeiro com a disputa das 24h de Daytona, na Flórida.
Excelente o título ter ficado com a dupla Cristian Fittipaldi/João Barbosa, apesar de o portuga quase por tudo a perder na etapa anterior. Talvez tenha até ficado meio ofuscado pelo feito dos GTLM, sobretudo do Porsche vencedor da corrida. Nessas horas sou a favor da criação do “Fox Sports 3”, o que resolveria a questão do encontro de horários da Tudor com a Nascar, o que praticamente impede as transmissões ao vivo.
Além do mais, os concorrentes (ESPN, Sportv) tem 3 canais. Obvio que isso não depende de você, Mattar mas seria bom a Fox pensar no assunto.
O Fox Sports 3 não é algo irreal. Mas não cabe a mim dizer nada.
Rodrigo, já tem mais informações sobre a Silly Season da categoria além daquela que você colocou há algumas semanas atrás???
Breve.
Flw.
Vamos aguardar ansiosamente o VT dessa prova durante a semana…
Mas, Mattar, mesmo vc não querendo comentar, todo a AL já possui o FS3 da Fox, exceto o Brasil… tanto que nas paginas do WEC eles mencionam as provas vindas pelo FS3 para a AL, exceto o Brasil…
Eu sei. Mas quem tem que falar do FS3 é o canal. Não eu.
Informar antes dos patrões liberarem a divulgação pode criar grandes problemas …
Como se eu não soubesse…
Muito legal um espaco dedicado as provas de longa duracao. Parabens.