Direto do túnel do tempo (292)

gp_inglaterra_1975_004

RIO DE JANEIRO – O piloto a bordo deste carro com o número #32 é o aniversariante do dia: nesta terça-feira, John Nicholson completa 74 anos de idade. Neozelandês de Auckland, além de competir na Fórmula Atlantic, tornou-se o preparador dos motores Cosworth usados pela McLaren nos anos 60/70, prestando serviços a vários outros clientes na Fórmula 1 – inclusive a equipe brasileira Copersucar-Fittipaldi, que tinha sérias queixas a respeito de seu trabalho.

Em 1974, Martin Slater projetou e construiu o Lyncar que, com o patrocínio da Pinch Plant Ltd., participou de um punhado de corridas naquele ano e também em 1975. A estreia do carro, com Nicholson a bordo, foi na Race of Champions, normalmente disputada em Brands Hatch. Sob chuva, o piloto não completou aquela corrida, mas foi 6º colocado no BRDC International Trophy, em Silverstone.

74bhlyncar006

Os resultados levaram a Lyncar a tentar se inscrever para o GP da Bélgica, mas os planos não foram adiante. A primeira tentativa oficial foi novamente na Inglaterra, em Brands Hatch: Nicholson (acima), porém, não conseguiu um lugar no grid.

Em 1975, Slater remodelou o carro, construindo uma nova entrada de ar para o motor Ford Cosworth V8 e também um novo perfil nas laterais, além de dotá-lo com uma nova asa dianteira. A volta do Lyncar 006 às pistas aconteceu mais uma vez na Race of Champions e o carro quebrou após 15 voltas. No BRDC International Trophy, alcançou a 13ª colocação.

A última aparição do carro na Fórmula 1 foi também a primeira e única corrida de John Nicholson na categoria – o GP da Inglaterra, marcado para Silverstone. O neozelandês ficou com o último lugar no grid de 26 carros – superando no treino oficial o holandês Roelof Wunderink, da Ensign e o japonês Hiroshi Fushida, com um Maki – carro que, aliás, jamais fez uma prova da categoria.

A corrida de Nicholson até que foi bem razoável. Em dado momento da disputa, chegou a ocupar o 15º lugar. Mas o piloto foi uma das inúmeras vítimas das trombas d’água que se abateram sobre o circuito naquele dia 14 de julho de 1975, obrigando-o a abandonar com o carro destruído. Sua participação foi encerrada com um 17º lugar.

Em 1978, Nicholson abandonou o automobilismo e sua firma de preparação de motores, vendendo-a. A partir daquela época, dedicou-se às competições de barcos.

Há 40 anos, direto do túnel do tempo.

Comentários

  • Lembro-me deste GP da Inglaterra de 1975. Foi um caos. Li a reportagem da Auto Esporte.
    Esta companhia Nicholson ainda existe?