Direto do túnel do tempo (297)
RIO DE JANEIRO – O A Mil Por Hora tem mais um leitor ilustre, ilustríssimo. Além de Ricardo Divila, que vira e mexe aparece nos comentários dos posts, Alex Dias Ribeiro também pintou por aqui para agradecer à menção de um post da série do Túnel do Tempo, alusivo a estreia dele na F1, no GP dos EUA-Leste em Watkins Glen, 1976.
Aquele ano tinha sido positivo para o piloto, então com 28 anos de idade. Ele fora o melhor entre os representantes da March e da BMW na F2, além de ter sido uma das pedras no sapato dos ‘Mosqueteiros’ franceses – Jean-Pierre Jabouille, René Arnoux, Michel Leclére e Patrick Tambay. Nada mais justo que subir para a turma de cima, com o mesmo March 761 que vencera uma corrida – o GP da Itália, em Monza – com Ronnie Peterson e tinha sido razoavelmente competitivo.
Mas o que Alex e a March, então gerenciada por Max Mosley, não podiam prever é que o 761, então em sua versão B, se tornaria uma irremediável carroça, uma cadeira elétrica, um habitué do fim do grid – isso quando se classificava. Os pneus de ombros moles e mais largos nas rodas traseiras, feitos pela Goodyear, tornaram-se péssimos para um carro que tinha reações imprevisíveis como o March.
A temporada de 1977 foi um grande calvário para o brasileiro. Após classificar-se nas quatro primeiras corridas do ano, ficou de fora em seis GPs consecutivos. Chegou a receber uma proposta indecorosa, nojenta e espúria (afora uma missiva igualmente ofensiva) de Max Mosley para usar o dinheiro do patrocínio da Caixa Econômica Federal, Rastro e Hollywood (Souza Cruz) para se dedicar ‘apenas a testes’.
“Mosley me deixava louco, alucinado. Só não lhe dei umas porradas porque o Chefe lá em cima não quis”, admitiu Alex, contrafeito com tudo o que ele lhe fazia.
Apesar de uma relação turbulenta entre patrão e piloto, na segunda metade do ano houve algum progresso. E o melhor resultado de Alex na F1 veio no GP da foto: em Hockenheim, o piloto completou aquela corrida em 8º lugar – mesma posição que alcançaria no Canadá, em Mosport. Ele foi ainda 10º na Holanda, 15º em Glen e 12º em Fuji, no Japão.
Alex ainda receberia uma segunda chance através da Copersucar e de Emerson Fittipaldi, de quem sempre foi amigo. Mas a equipe, às voltas com o fracasso do F6 e do F6A, mal dava conta de um piloto, que dirá de dois. A trajetória do nosso querido Piloto de Cristo se encerrou com apenas 10 corridas disputadas – de 20 que apareceu na lista de inscritos.
Há 38 anos, direto do túnel do tempo.
que coisa linda era este march.
esta fazendo falta uma march hoje na F1
nao pensava muito em alugar um carro para
uma equipe , e se dava bem
Uma March vendendo os veículos para os outros é uma ideia interessante mas sem um Max Mosley comandando.
Mas com projetos de Robin Herd.
https://en.wikipedia.org/wiki/March_Engineering
Eu percebo que o Alex Dias Ribeiro é muito respeitado no meio automobilistico (com toda razão).
Grande Alex. Ele chegou a pilotar o pace-car em um dos GP´s do Brasil alguns anos atrás. Teve uma vitória na Fórmula Dois em Nurburgring com o veículo escrito “Jesus Saves” (Direto do Túnel do Tempo 227)
http://rodrigomattar.grandepremio.uol.com.br/2014/11/direto-do-tunel-do-tempo-227/
Falar em Alex que tal uma matéria sobre o Patinho Feio?
E por onde anda o irmão dele (Fernando Dias Ribeiro)?
Lembro-me quando ele corria na Fórmula Ford com um veículo laranja (patrocínio Crush) n° 8.