A hora da verdade

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No clique de Luca Bassani, bicampeão da F3 Brasil, Pedro Piquet assina com uma das melhores equipes e garante vaga na F3 Europeia em 2016

RIO DE JANEIRO – A notícia foi confirmada ontem através de release enviado pela assessoria do piloto: Pedro Piquet vai mesmo disputar o Campeonato Europeu de Fórmula 3 na próxima temporada. O jovem brasiliense, bicampeão da categoria aqui no Brasil defendendo a equipe de Augusto Cesário, assinou com a Van Amersfoort Racing, de origem holandesa e passado reconhecidamente forte no automobilismo internacional nas categorias de base, desde o longínquo ano de 1975.

Mas não é só no passado que a nova equipe de Pedro Piquet se destaca. No presente também: duas das últimas revelações da F3 Europeia vieram de suas fileiras e um deles estrondou a ponto de ter chegado na Fórmula 1 fazendo barulho. Refiro-me a Max Verstappen, hoje na Toro Rosso. No campeonato deste ano, o monegasco Charles Leclerc fez uma boa temporada pela escuderia chefiada por Fritz Van Amersfoort e terminou o ano em 4º lugar.

“A família Piquet conhece este meio e, para nós, é um grande elogio que Nelson e Pedro optaram por nosso pacote. Pedro tem a dedicação necessária para ser um piloto de sucesso e nós vamos ajuda-lo a transformar essa ambição em resultados”, disse o chefe da equipe.

“Tive alguns dias de testes com o time e a impressão foi muito positiva. Teremos um longo ano pela frente, com 33 corridas e mais de 30 carros no grid. Confio que a Van Amersfoort Racing tem a estrutura ideal e profissionais muito competentes para este passo no desenvolvimento da minha carreira, agora na Europa. A equipe brigou pelos títulos da F3 Euro nas últimas temporadas. Gostei muito do ambiente no time, que é relaxado e quase familiar e ao mesmo tempo muito determinado a vencer”, disse o bicampeão da F3 Brasil, que deve se mudar para a Holanda.

O ano de 2016 para o outro herdeiro do tricampeão de F1 Nelson Piquet vai ser mesmo agitado: além do Europeu de F3, Pedro participará como ensaio da temporada neozelandesa da Toyota Racing Series, disputando 15 corridas entre janeiro e fevereiro num total de cinco rodadas triplas. O piloto teve sua primeira experiência com a categoria no início de 2014, mas envolveu-se numa polêmica por conta da emissão de sua licença de piloto e acabou impedido de participar de várias corridas. Neste fim de semana, Piquet volta à Porsche GT3 Cup Challenge para a preliminar do GP do Brasil de F1, após o violento acidente que sofreu em Goiânia.

Esta será a hora da verdade para Pedro Piquet no automobilismo. Tomara que o garoto mostre seus predicados na Europa e consiga chamar tanta atenção quanto Verstappinho, que tem sido uma agradabilíssima surpresa na categoria máxima.

Comentários

  • No lugar do Nelson Piquet, ainda arrumaria mais uma categoria para o Pedro correr em paralelo com a F-3 Européia. Talvez a F-3,5 (antiga World Series). Daria mais rodagem em pistas européias e permitiria a ele dar um pulo na carreira, em termos de desempenho e tecnologia.

  • As vezes acho que a familia Piquet está repetindo o mesmo erro na carreira do Nelsinho, muitos anos de F3, Pedro já vai para o terceiro e Nelsinho ficou 4.

    Se aqui no Brasil não tinha jeito – embora a escolha simultânea pela Porsche Cup tenha sido acertada – ir para o terceiro ano na mesma categoria, embora em um campeonato muito mais competitivo, coloca um pressão considerável no piloto.

    • Gustavo, 3 ou 4 anos de F3 e mais 2 ou 3 na GP2 não são diferentes de 4 anos de F3, visto que muitos campeões da GP2 nem sequer chegaram a pilotar um F1. Vale mais o piloto do que as categorias que ele correu…

      • Também concordo com você Marcos , e se o Pedro não aguentar a pressão então será no máximo só mais um bom piloto , mas sem condições de ser campeão . E que o automobilismo brasileiro mais necessita é de um piloto com caráter e fibra de campeão (não precisa se-lo ,mas tem que demonstrar fibra e garra nas disputas . Gilles Villeneuve ,nunca foi campeão mas sempre será lembrado pela sua bravura , espirito de luta e determinação além de sua imensa técnica de pilotagem e por isso jamais será esquecido por quem o conheceu e o tem como um dos melhores pilotos de todos os tempos ,em compensação tem outros que pilotaram pela mesma equipe e que quero esquecer que tem origem italiana tal o grau de falta de “bravura ” , coragem e determinação, Tenho até medo de pesquisar se estas famílias são originarias da Sicília para não ficar frustado ,pois sempre aprendi que os Sicilianos eram gente decididas e corajosas que nunca tiveram medo de enfrentar seus inimigos por mais poderosos que fossem .

      • “Gustavo, 3 ou 4 anos de F3 e mais 2 ou 3 na GP2 não são diferentes de 4 anos de F3” Hãn?!

        Quanto a última frase, a historia do piloto – e seu cacife no mercado – passa diretamente pelas categorias em que ele correu e quanto tempo ficou lá, Marcos.

      • O Jack BrabhAm teve dois filhos correndo Rodrigo? Todo caso, estamos torcendo demais para esse moleque que parece possuir todos os predicados necessários para ser um dos grandes do automobilismo em breve.

      • Respondendo ao Wallace, Jack Brabham teve 3 filhos:
        Geoff Brabham (Le Mans e Champ Car);
        Gary Brabham (2 GPs F1 pela Life, mas sem largar em nenhum deles / EUA e Brasil 1990) e
        David Brabham (30 GPs F1 pela Brabham e Simtek, sendo 24 largadas entre 1990 e 1994).

  • Sem dúvida uma esperança…e quem sabe Pedro Piquet reacenda a chama dentro de mim para a F1…porque meu coração bate muito mais forte por outras categorias hoje, principalmente o WEC.

  • O Massa disse, no Paddock GP, que se o Pedro corresponder à metade do que ele fez aqui, já será um belíssimo resultado.

    E eu creio nisso mesmo. A bordo da VAR, creio que ele briga mais em cima.