Galeria dos Campeões 2015 – Mundiais

RIO DE JANEIRO – A partir de hoje, o blog fará um resumo dos campeonatos do esporte a motor (em duas e quatro rodas) que já viram seu fim em 2015. Começamos com as competições chanceladas pela FIA, com caráter mundial.

Fórmula 1

United States Grand Prix

Não teve para ninguém em 2015: Lewis Hamilton foi o grande campeão da F1, conquistando o terceiro troféu de sua carreira e com três corridas de antecedência, numa temporada amplamente dominada por ele e por sua equipe, a Mercedes-Benz – que das 19 etapas só perdeu três – e que foi também campeã disparada entre os construtores. Com 10 vitórias, 17 pódios, 11 pole positions, oito recordes de volta em prova, 587 voltas na liderança e 381 pontos somados, quem há de duvidar do seu domínio ao longo do ano?

A participação brasileira foi modesta: Felipe Massa fechou o campeonato em 6º lugar com 121 pontos e dois pódios – Áustria e Itália. Felipe Nasr estreou pela Sauber, fez boas corridas e logo na primeira corrida foi quinto colocado na Austrália. Fechou o ano com a 13ª colocação, somando 27 pontos.

World Endurance Championship (WEC)

112215_MOTOR_Webber.vadapt.620.high.9

Existe vida fora da F1 e Mark Webber comprovou isto em 2015. Aos 39 anos, o australiano que esteve por vários anos na categoria máxima consagrou-se junto a Timo Bernhard e Brendon Hartley o mais novo campeão mundial de Endurance, numa temporada repleta de emoções e dominada pela Porsche a partir da vitória histórica nas 24h de Le Mans: o construtor de Weissach fez todas as poles em 2015 e venceu seis das oito etapas do campeonato – todas de forma consecutiva. A trinca campeã mundial venceu quatro vezes e subiu seis vezes ao pódio. A conquista veio de forma dramática nas 6h do Bahrein com um suado quinto posto, que rendeu uma vantagem de cinco pontos sobre os vice-campeões Andre Lotterer/Marcel Fässler/Bénoit Tréluyer, da rival Audi.

Lucas Di Grassi teve um ano de altos e baixos. Numa temporada marcada pela falta de sorte, o brasileiro e seus parceiros Loïc Duval e Oliver Jarvis acabaram em 4º lugar na pontuação final, com 99 pontos.

FIA Endurance Trophy for LMP2 Drivers

sam-bird-g-drive

Outra batalha interessante foi a do título do FIA Endurance Trophy entre os pilotos da categoria LMP2. E deu a trinca da G-Drive Racing, equipe que perdera a chance da taça ano passado por um acidente na última etapa – Roman Rusinov/Sam Bird/Julien Canal somaram quatro vitórias em oito provas e levaram o título desta vez, com 23 pontos de vantagem para Richard Bradley/Matt Howson – que foram ajudados na maioria das provas por Nick Tandy, mas também por Nicolas Lapierre em Spa e Le Mans, justamente uma das corridas que o carro da KCMG Racing venceu. A outra foi as 6h de Nürburgring.

Pipo Derani teve um belo ano de estreia no WEC. Conquistou junto aos companheiros latino-americanos Ricardo Gonzalez e Gustavo Yacamán o 3º lugar na pontuação com 134 pontos e sete pódios em oito corridas. Na etapa de Spa, levaram os 25 pontos do primeiro posto porque o carro que chegou à frente não pontuara – o que não empana o brilho do elogiadíssimo trabalho do piloto brasileiro.

FIA World Endurance Cup for GT Drivers

31a90902-1e7a-4925-a358-2bf82828026f_teaser_original_720x1_5

Richard Lietz fez jus ao galardão de campeão mundial entre os pilotos de Grã-Turismo sozinho, porque nas 6h de Spa-Francorchamps a Porsche fez uma mudança no seu lineup que foi crucial: o austríaco chegou em 2º na prova belga e conquistou ainda mais três vitórias e outro pódio, num belo ano para ele. O piloto da casa de Weissach somou 145 pontos contra 131,5 dos vice-campeões Gimmi Bruni/Toni Vilander.

Fernando Rees conquistou sua primeira vitória no campeonato, nas 6h de Spa-Francorchamps, além de três pole positions. Mas num ano em que o Aston Martin Vantage V8 GTE foi prejudicado pelo BoP da FIA, o piloto brasileiro terminou a temporada em 7º lugar, com 84 pontos.

FIA Endurance Trophy for GTE-AM Drivers

24 Hours of Le Mans

Num ano impecável, com três vitórias consecutivas a partir das 24h de Le Mans, a trinca da SMP Racing formada por Aleksej Basov/Viktor Shaitar/Andrea Bertolini arrebentou e conquistou o título a bordo da Ferrari F458 Italia GTE do time com bandeira russa. O trio fechou o ano com 165 pontos, dezessete a mais que Emmanuel Collard/François Perrodo, que foram sete vezes ao pódio e venceram também em Xangai, com Rui Águas ajudando os franceses naquela oportunidade. Um resultado surpreendente, considerando que a trinca da Aston Martin formada por Pedro Lamy/Mathias Lauda/Paul Dalla Lana também venceu três vezes e acabou o ano em 3º por conta do acidente em Le Mans.

Destaque para a participação do galã-piloto Patrick Dempsey: o ator de 49 anos estreou no WEC e terminou o campeonato em 6º lugar, tendo como grandes momentos do ano um pódio nas 24h de Le Mans e a vitória nas 6h de Fuji em sua categoria.

Fórmula E

1435523980774

Muitos anos depois do último título mundial de um piloto do país, o Brasil voltou a ter um campeão no automobilismo numa categoria sancionada pela FIA. Nelsinho Piquet foi o grande nome da temporada 2014/2015 da Fórmula E, a categoria dos carros elétricos. A competição teve vários pilotos com passagem pela F1 e Nelsinho, que competiu pela Renault, acabou sendo um dos últimos nomes confirmados no certame. Venceu dois ePrix em Long Beach (na mesma cidade da primeira vitória do pai na F1, em 1980) e Moscou, além de chegar mais três vezes no pódio. Levou o título numa decisão dramática em Londres, por um ponto, sobre o suíço Sébastien Buemi.

Lucas Di Grassi venceu a primeira prova da história da categoria em Pequim, na China e também cruzou à frente em Berlim-Templehof – mas acabou desclassificado. A animosidade entre ele e Nelsinho foi também outro ponto de grande controvérsia na primeira temporada da categoria, especialmente após uma querela ocorrida em Mônaco. O piloto acabou em 3º lugar no campeonato. E Bruno Senna, num ano irregular, foi pivô involuntário da conquista de Nelsinho ao impedir a manobra de Buemi que daria o título ao piloto da e-Dams. Fechou o ano em 10º lugar com 40 pontos.

World Touring Car Championship (WTCC)

AUTO - WTCC NURBURGING 2015

Assim como na F1, no Mundial de Carros de Turismo também não teve para ninguém: o argentino José María “Pechito” López foi o grande nome da temporada do WTCC, conquistando 10 vitórias em 24 corridas nas 12 etapas programadas. O piloto sul-americano também conquistou vários recordes de pista em prova e o total de cinco pole positions. O título veio de forma antecipada no novo circuito Buriram International, na Tailândia.

A Citroën fez no WTCC o mesmo que a Mercedes-Benz na F1, dominando o campeonato a seu bel-prazer, vencendo 21 das 24 corridas do ano e conquistando de lavada o título entre os construtores, com folga enorme. A temporada 2015 marcou a despedida de Sébastien Loeb como piloto da marca francesa: o piloto volta às competições de Rali, só que desta vez na modalidade Cross-Country, e como representante da Peugeot.

World Rally Championship (WRC)

WRC-3-IgnitionLIVE-639x351

Outra categoria dominada por um piloto e por uma marca: Sébastien Ogier e a Volkswagen deitaram e rolaram na temporada 2015. O francês levou o terceiro título consecutivo na modalidade e o construtor de Wolfsburg venceu 12 dos 13 eventos da temporada. Com oito vitórias, Ogier e seu fiel escudeiro Julien Ingrassia dispararam três vitórias consecutivas e só não marcou pontos no Rali RACC, na Espanha, quando bateu no último estágio. Venceu com 80 pontos de vantagem sobre o finlandês Jari-Matti Latvala, eterno vice do companheiro de equipe.

No WRC2, o título ficou com o catari Nasser Al-Attiyah e Quentin Gilbert faturou o campeonato do WRC3 e do JWRC.

World RX Rallycross Championship

2014RXCanada_SolbergPodium

Lenda do Rali em todos os tempos, o norueguês Petter Solberg foi o astro principal da temporada do Mundial de Rallycross. O piloto de 41 anos venceu três provas – Hockenheim, Lydden Hill e Barcelona – afora os cinco pódios que conquistou nas 13 etapas, para vencer o campeonato com 301 pontos contra 275 do sueco Timmy Hänsen. Nas demais divisões do certame, os títulos foram de Janis Baumanis (Super 1600), Frëdrik Salsten (Touringcar), Kevin Hänsen (RX Lites) e Tommy Rustad (Supercar ERX).

Cross Country Rally World Cup

P90180804-2015-sealine-cross-country-rally-qatar-nasser-al-attiyah-qat-mathieu-baumel-fra-mini-all4-racing-204-600px

Não contente em faturar o título mundial do WRC2, Nasser Al-Attiyah arrebentou também no FIA Cross Country Rally World Cup. Nos 10 eventos do calendário, o catari e seu navegador Matthieu Baumel venceram cinco (Sealine Cross Country Rally, no Catar; Rali dos Faraós, no Egito; Baja Italia; Baja Hungria e Rali do Marrocos). Fecharam o ano com 261 pontos, quarenta a mais que o russo Vladimir Vasiliev.

Os brasileiros Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin foram destaque na modalidade em 2015: com um Toyota Hilux Overdrive, a dupla chegou em 4º lugar na classificação final do certame com 98 pontos e três pódios – terminaram em terceiro no Baja Russia e no Sealine Cross-Country Rally, no Catar, tendo como ponto alto a segunda posição no Baja Italia.

CIK-FIA KF World Championship

Basz_Karol_baner2

O novo campeão mundial de Kart na categoria KF é um legítimo herdeiro de Robert Kubica: o polonês Karol Basz levou o título de 2015, disputado em final única na pista italiana de La Conca. Com um conjunto Kosmic Kart/Vortex/Vega, ele derrotou o britânico Jordon Lennox-Lamb e o dinamarquês Nicklas Nielsen, que formaram o pódio.

CIK-FIA World KZ Championship

2012-cik-fia-wackersdorf-euan-jorrit-pex

Disputado em Le Mans, na França, o Mundial de Kart da categoria KZ tem como novo campeão o holandês Jorrit Pex. Com o conjunto CRG/TM/Bridgestone, o conterrâneo de Max Verstappen dividiu o pódio da final com o italiano Paolo de Conto e com o francês Arnaud Kozlinski.

CIK-FIA World KF Junior Championship

SuperNats-P-Logan-Sargeant-KSP

Logan Sargeant, dos EUA, levou o título mundial de 2015 na finalíssima realizada no kartódromo de La Conca. Com um FA Kart/Vortex/LeCont, ele deixou para trás o francês Clément Novalak, que levou o vice. O brasileiro Caio Collet teve desempenho excepcional ao longo da competição e chegou num ótimo 3º lugar, o melhor resultado de um kartista brasileiro em muito tempo no Mundial. Felipe Drugovich também avançou à decisão e chegou na prova final em 8º.

 

Comentários