Dakar 2016: a primeira de Meo
RIO DE JANEIRO (atualizado às 19h08) – A primeira especial ganha no Rali Dakar não se esquece. E os franceses, órfãos de Stéphane Peterhansel e Cyril Despres (nas motos, que fique bem claro), buscam um novo ídolo. Surge nesta edição da maior prova off-road do mundo um sério candidato: Antoine Meo, de 31 anos, faz sua primeira aparição na prova como piloto oficial da equipe KTM-Red Bull e, de cara, se candidata a ser uma estrela do futuro.
O gaulês venceu a especial de hoje entre Uyuni e Salta, que marcou a volta do evento ao território argentino. Foi uma etapa diferente das demais, cortada ao meio por um trecho de neutralizado com 80 km por conta da travessia fronteiriça. E também por questões de segurança (chuva), foi uma etapa encerrada antes que se completasse os 336 km previstos.
Meo completou a etapa em 2h27min27seg, 1min53seg à frente do argentino Kevin Benavides (Honda), outra das boas surpresas deste Dakar. Michael Metge (Honda) foi o quarto mais rápido do dia, com Hélder Rodrigues em quinto a bordo de sua Yamaha e Toby Price, que briga pela liderança geral com outra KTM oficial de fábrica, fechou o grupo dos seis melhores do sábado.
A nota positiva ficou por conta do português Paulo Gonçalves. O líder geral do Rali nas motos mostrou imenso espírito esportivo ao ajudar um companheiro de profissão acidentado – no caso, o austríaco Mathias Walkner, que é da equipe rival da Honda HRC, a KTM-Red Bull. Gravemente ferido por conta de um tombo muito violento (foi constatada fratura de fêmur), Walkner teve Gonçalves por perto até que o helicóptero do ASO chegou para o socorro.
A organização do Rali Dakar reconduziu o português, que ficou extra-oficialmente com o 31º melhor tempo, a 12min57seg de Meo, ao lugar que lhe é de direito, devolvendo os 10min53 perdidos para ajudar Walkner, por considerar o gesto de Gonçalves pleno de espírito esportivo. Assim sendo, o piloto foi o 3º colocado da etapa e permanece na liderança da classificação geral. O ASO também corrigiu os tempos do chileno Pablo Quintanilla e do basco Txomin Arana, que foram reconduzidos às suas posições reais nesta etapa.
Com sua atitude, o português ganhou a simpatia de muitos. Inclusive a minha. É assim que se constroem os grandes campeões.
Resultado da etapa #7 do Rali Dakar nas motos
Uyuni-Salta (336 km)
1. Antoine Meo (KTM) – 2h27min27seg
2. Kevin Benavides (Honda) – a 1min53seg
3. Paulo Gonçalves (Honda) – a 1min56seg
4. Michael Metge (Honda) – a 3min51seg
5. Hélder Rodrigues (Yamaha) – a 4min28seg
6. Toby Price (KTM) – a 4min33seg
7. Pablo Quintanilla (Husqvarna) – a 4min52seg
8. Txomin Arana (Husqvarna) – a 5min03seg
9. Ivan Cervantes Montero (KTM) – a 5min33seg
10. Gerard Farres Guell (KTM) – a 6min01seg
Classificação geral extra-oficial
1. Paulo Gonçalves – 22h52min30seg
2. Toby Price – a 3min12seg
3. Stefan Svitko – a 9min24seg
4. Pablo Quintanilla – a 18min06seg
5. Kevin Benavides – a 21min01seg
6. Antoine Meo – a 21min06seg
7. Hélder Rodrigues – a 22min44seg
8. Gerard Farres Guell – a 29min57seg
9. Alain Duclos – a 30min32seg
10. Juan Pedrero Garcia – a 31min45seg
Boa noite Rodrigo.
Você sabe porque algumas motos tem o numeral da carenagem dianteira estampado em fundo amarelo e outros em fundo branco ?
Abraço !!!!
Boa pergunta. Mas acho que os pilotos com números de fundo amarelo são os ditos de elite.