Dakar 2016: a terceira de Price

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Ameaça: Price começa a se aproximar de Paulo Gonçalves, líder geral do Rali Dakar

RIO DE JANEIRO – Toby Price levou a melhor na etapa mais longa e difícil do Rali Dakar 2016 até agora. O australiano da KTM completou com o tempo mais baixo os 542 km da sexta especial disputada em formato laço em Uyuni, na Bolívia. E com isso, venceu pela terceira vez uma especial no evento entre os motociclistas.

O tempo de Price para a etapa de hoje foi de 5h51min48seg, em dobradinha na equipe oficial do construtor austríaco com Mathias Walkner – a 1min05seg do australiano. Paulo Gonçalves, terceiro na etapa, quedou-se a 1min12 do ganhador do dia e a diferença na geral entre lider e vice-líder é de apenas 35 segundos – uma das mais baixas já registradas nos últimos tempos, mostrando que há equilíbrio na luta pela vitória, pelo menos na primeira semana de provas.

Stefan Svitko continua em forma e capaz de surpreender: o eslovaco chegou em quarto hoje, mas a mais de quatro minutos de Price. Hélder Rodrigues começou a atacar, num dia em que os portugueses perderam uma de suas principais forças. Ruben Faria caiu com sua Husqvarna, quebrou um dos pulsos e está fora do Rali Dakar. O bom resultado do piloto da Yamaha deixou Hélder em 6º na geral.

Pablo Quintanilla voltou a ser o melhor piloto sul-americano com a sexta marca e quinto na geral, superando o argentino Kevin Benavides. O basco Txomin Arana figurou pela primeira vez numa especial no top 10 com o sétimo tempo. Ricky Brabec, Alessandro Botturi e Jordi Viladoms completaram os dez primeiros do dia.

Quem também deu adeus hoje às esperanças de conquistar o título nas motos foi o espanhol Joan Barreda Bort: com problemas mecânicos, “Bang Bang” parou pelo menos duas vezes durante o percurso. Na primeira, foi ajudado pelo companheiro de Honda Paolo Ceci, mas como o problema se agravou, o piloto da moto #6 precisou ser rebocado. Fim do sonho.

Resultado da etapa #6 do Rali Dakar nas motos
Uyuni-Uyuni (542 km)

1. Toby Price (KTM) – 5h51min48seg
2. Mathias Walkner (KTM) – a 1min05seg
3. Paulo Gonçalves (Honda) – a 1min12seg
4. Stefan Svitko (KTM) – a 4min44seg
5. Hélder Rodrigues (Yamaha) – a 5min23seg
6. Pablo Quintanilla (Husqvarna) – a 7min52seg
7. Txomin Arana (Husqvarna) – a 7min59seg
8. Ricky Brabec (Honda) – a 8min16seg
9. Alessandro Botturi (Yamaha) – a 9min19seg
10. Jordi Viladoms (KTM) – a 11min09seg

Classificação geral extra-oficial

1. Paulo Gonçalves – 20h23min07seg
2. Toby Price – a 35seg
3. Mathias Walkner – a 2min50seg
4. Stefan Svitko – a 5min17seg
5. Pablo Quintanilla – a 15min10seg
6. Hélder Rodrigues – a 20min12seg
7. Kevin Benavides – a 21min04seg
8. Antoine Meo – a 23min02seg
9. Alain Duclos – a 26min09seg
10. Juan Pedrero Garcia – a 27min17seg

Comentários

  • Claro que é impressão, já que acidentes seguem acontecendo, caminhão pegando fogo, e quebras por exaustão das máquinas…mas para quem olha pela TV, principalmente nos excelentes boletins da FOX, fica parecendo que as especiais estão muito aquém do “padrão Dakar” de dificuldade. Em quase todos os trechos televisionados aparecem trilhas ou estradas de terra de qualidade bem razoável. Não sei o quanto a saída do Chile prejudicou o planejamento da prova, e se houve algum improviso na escolha das trilhas, mas a impressão – apenas ela – é de que não é um Dakar.

    • A ausência do Chile, meu caro Rodrigo, tirou um pouco do desafio. As dunas de Copiapó e o deserto do Atacama seriam obstáculos naturais dificílimos, conquanto que conhecidos da maioria dos pilotos, mas a tragédia em março do ano passado deixou a região em colapso e em respeito a isso, o governo chileno retirou seu apoio ao evento. Mas tudo indica que podem voltar em 2017.