Maria Teresa, a pioneira

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Em ação na pista belga de Spa-Francorchamps: Maria Teresa de Fillipis (1926-2016) foi a primeira mulher a guiar um carro de Fórmula 1 em toda a história da categoria

RIO DE JANEIRO – Sim, amigos leitores do blog, houve nos anos 30 uma corredora francesa aqui no Brasil, chamada Hellé Nice, que ficou famosa pelo pioneirismo mas não teve relevância internacional. Hoje, o automobilismo se despede daquela que podemos chamar sim da pioneira do chamado “sexo frágil”, que de frágil mesmo não tem nada, dentro do esporte a motor: Maria Teresa de Fillipis nos deixou hoje, aos 89 anos de idade. Viveu muito e certamente teve muitas histórias para contar.

Afinal de contas, vencer o preconceito nos anos 50 não era fácil em qualquer lugar do mundo, ainda mais numa modalidade eminentemente machista. Nascida em Nápoles, ela foi a primeira mulher a competir com destaque – e na Fórmula 1, ora essa.

Seus resultados podem ter sido pouco relevantes. Ela disputou três corridas de cinco que tentou tomar parte e seu melhor resultado foi um 10º lugar no GP da Bélgica de 1958, na pista de Spa-Francorchamps, logo em sua estreia. Correu ainda no GP de Portugal, em Monsanto e no GP da Itália, em Monza. As demais tentativas foram em Mônaco, pista onde a menina – então com 22 anos – não obteve êxito.

A morte de Jean Behra, um dos seus maiores amigos dentro das pistas, e para quem tentara classificar um carro em Monte-Carlo, fez Maria Teresa se despedir cedo demais do automobilismo. Para quem foi impedida de correr no GP da França de 1958 porque, segundo um alguém, ela deveria usar “capacete de secar cabelo”, a italiana deu um pé na bunda dos preconceituosos e abriu um caminho pelo qual todas as mulheres que vieram nos anos seguintes – Lella Lombardi, Divina Galica, Desiré Wilson e Giovanna Amati foram as que tentaram seguir na F1, e é por seu pioneirismo que também vemos Danica Patrick, Simona de Silvestro, Bia Figueiredo, Ashley Freiberg, Pipa Mann, Jamie Chadwick, Suzane Carvalho, Cristina Rosito e tantas outras – deveriam lhe pagar tributo pelo que Maria Teresa de Fillipis fez por elas no esporte.

Comentários

  • Como deve ter sido legal para essa senhora sentar em uma cadeira de balanço e contar para seus netos aventuras vividas ao lado de grandes como Fangio, Moss, hawthorn entre tantos outros. Dá para acreditar?