Tyler Alexander (1940-2016)

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RIO DE JANEIRO – Vi no blog do Joe Saward: morreu hoje aos 75 anos o dirigente Tyler Alexander, uma das mais importantes figuras da história de meio século da McLaren. Ele foi um dos fundadores do time, junto a Bruce McLaren e Teddy Mayer, formando em 1966 a McLaren Racing Cars.

Além da ligação de longa data com a escuderia comprada nos anos 80 por Ron Dennis – da qual Tyler inclusive tinha uma parte da sociedade, que manteve até 1982 e depois repassou suas ações ao próprio Ron – ele foi braço-direito de Teddy Mayer quando Bruce McLaren morreu aos 32 anos em 1970, num acidente em testes no circuito de Goodwood, com um McLaren M8F Can-Am.

Tyler era homem de confiança de McLaren e de Mayer. Trabalhou como mecânico e engenheiro, foi um dos projetistas de vários dos protótipos da marca na série Can-Am e também coordenou a equipe na USAC, especialmente nas 500 Milhas de Indianápolis. Em 1979, foi chamado de volta a Europa para tentar deixar a McLaren – em franca decadência – mais competitiva, trabalhando como diretor de engenharia. Tanto ele quanto Mayer fracassaram e, com a ajuda da Marlboro, Ron Dennis e sua Project Four compraram a equipe e pelo menos Alexander foi mantido como sócio minoritário, já que Mayer logo bateu de frente com os métodos de trabalho do novo dono e se mudou – ironicamente – para os EUA.

Após sair da McLaren, Tyler chegou a trabalhar na primeira equipe Haas – a de Carl Haas – no papel de Team Manager, mas o dinheiro da Beatrice se esvaiu e a aventura durou só até o fim de 1986. E mesmo depois de tudo isso, foi impossível para Alexander se desvincular da McLaren. Uma curta passagem pela BMW na série IMSA não o impediu de voltar a Woking como diretor de projetos especiais, cargo no qual permaneceu ativo até sua aposentadoria.

Não à toa, Ron Dennis o homenageou com sinceras e emocionantes palavras.

“O conhecimento e expertise prática de Tyler, somados a sua atitude energética e otimista, ainda coroadas por seu senso de humor satírico e seco, o tornaram tanto altamente bem sucedido e amplamente popular se estivesse analisando a construção dos carros na fábrica, comandando Can-Am vencedores ou equipes na Indy 500, ou ainda trabalhando com alguns dos maiores pilotos e engenheiros do mundo na F1.”
 
“Simplesmente, Tyler viveu e respirou McLaren – e, seguindo sua aposentadoria no final de 2008, numa temporada que foi a cada GP e teve um papel importante em assegurar os títulos do time e de Lewis Hamilton, continuou amado e sendo bem visto, regularmente visitando a fábrica em Woking para conversar com velhos amigos e alguns novos.”

“A amizade com Tyler era uma que você podia confiar. Era um cara que nunca te decepcionaria. Na realidade, Tyler era um dos ótimos da escola antiga: batalhador, humilde e esperto. Deixa um legado e uma reputação que permanecerão indeléveis na história do automobilismo internacional.”
 
“Então, em nome da McLaren, gostaria de prestar um tributo de coração a um de nossos pais fundadores e oferecer as mais profundas condolências a muitos dos seus amigos e sua sempre amável companheira, Jane Nottage, que sempre esteve lá por ele, valente até o final.”

Ademais, era um grande fotógrafo – dizem. Dos bons.

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