Direto do túnel do tempo (317)

RIO DE JANEIRO – Ontem, fomos surpreendidos com a notícia de que Alexander Rossi, que servirá à equipe Andretti/Bryan Herta Autosport na Fórmula Indy, será reserva na Fórmula 1 pela Manor. Um piloto dividido entre as duas categorias não é novidade. E o pioneiro foi um italiano: Teo Fabi.

Aniversariante de ontem, completando 61 anos, Fabi estreou na F1 em 1982 pela então pequena Toleman. Sem lugar para o ano seguinte, migrou para a Fórmula Indy. Na equipe de Gerald Forsythe, arrebentou no ano de estreia e terminou o campeonato de 1983 como vice-campeão. Aí, por influência da Parmalat, foi contratado para voltar às provas da categoria máxima na Brabham, ao lado da estrela e bicampeão mundial Nelson Piquet.

teo_fabi__netherlands_1984__by_f1_history-d6cqgjs

O problema é que Fabi não rompeu os vínculos com a Indy e começou o ano de 1984, digamos, dividido entre as duas categorias. Até pole position o pequeno italiano cravou para as 500 Milhas de Indianápolis, com um March 84C Cosworth. Teo, que fizera as cinco primeiras corridas pela nova equipe na F1, foi substituído pelo irmão Corrado em Mônaco e no Canadá, porque disputou corridas da Indy em Milwaukee e Portland nas mesmas datas.

A última corrida da qual Teo ficou de fora foi o GP de Dallas, em 8 de julho. O piloto estava a alguns quilômetros dali em Cleveland, naquela que foi sua derradeira aparição na Indy naquele ano. Bernie Ecclestone, pressionado pela Parmalat, botou o pau na mesa e exigiu que Teo ocupasse o cockpit do carro #2 até o fim do ano. As performances do baixinho não foram excepcionais, até porque o BT53 BMW era menos confiável que o carro de 1983 – continuava veloz, mas quebrava bastante. Teo fez nove pontos na F1 com um 3º lugar em Detroit (herdado com a desclassificação de Martin Brundle, da Tyrrell), um 4º posto em Zeltweg no GP da Áustria e a quinta posição no GP da Holanda, na pista de Zandvoort.

e0fa872c68da66850234abbe91a6b579

Na Indy, Teo fez um pódio em Portland, um 12º posto em Milwaukee e fechou o ano com 15 pontos apenas. Seu lugar na Forsythe foi ocupado eventualmente por Kevin Cogan, pelo irmão Corrado (que ironia…) e por Kenny Acheson.

Há 32 anos, direto do túnel do tempo.

Comentários

  • Em 1994 Nigel Mansell também se dividiu entra as duas categorias. Competiu, e brigou com todo mundo, pela Newman-Haas na Indy e fez algumas provas pela Williams substituindo Senna, o inglês inclusive ganhou seu último Gp na última corrida da temporada, em Adelaide.

  • Por coincidência ou não, Teo Fabi também voltou a Indy em 1995 com o mesmo número 33. De qualquer maneira, muito legal a história desse piloto italiano. Parabéns a ele.
    Abraços.

  • Mario Andretti já fez isso também, durante boa parte da carreira alternou Indy e F1 e ainda mais quase tudo quanto é imaginável (até Pikes Peak). O ineditismo do Rossi creio ser bizarramente titular em uma categoria e reserva em outra.