Yes, nós tínhamos rock and roll!

https://www.youtube.com/watch?v=Wk2XVT4yQ88

RIO DE JANEIRO – O rock brasileiro, como o conhecemos, acabou. Não existe mais uma banda que faça o público cantar junto, que tenha letras que digam o que a gente quer ouvir. Quando um protesto lançado em 1987 – refiro-me a “Que país é este?”, da Legião Urbana – ainda soa atual, é porque realmente os letristas e os roqueiros perderam completamente a inspiração.

A explosão do rock cantado em bom português se deu realmente na década de 1980, mas nos anos anteriores, mesmo com o fenômeno “Made in Brazil”, dos grupos que cantavam em inglês – talvez por vergonha de fazer o mesmo no pátrio idioma – já havia Mutantes, Rita Lee, Raul Seixas, O Terço, Som Imaginário, Som Nosso de Cada Dia, Módulo Mil, Moto Perpétuo e Casa das Máquinas. Este último dos que citei aqui é quem brilha hoje no blog.

“Casa de Rock”, música do terceiro álbum da banda, produzido, gravado e distribuído pelo selo da Globo (Som Livre) em 1976, é de autoria de Netinho, baterista d’Os Incríveis e fundador emérito do Casa das Máquinas, junto ao jovem Catalau (que anos depois seria vocalista do grupo Golpe de Estado) e Piska, guitarrista do grupo. Nessa época, o vocalista era Simbas, que entrou no lugar de Aroldo. Outro que deixara o grupo foi Pick – que pertenceu ao RC9 de Roberto Carlos. Marinho Testoni (órgão e piano acústico), Marinho Thomaz (bateria e percussão) e João Alberto (baixo) completavam o timaço de músicos.

O Casa das Máquinas teve um fim precoce e tumltuado, após uma briga entre Simbas e um operador de câmera da TV Record, que viria a falecer. O fato repercutiu negativamente na mídia e alguns dos músicos originais do grupo só voltariam a trabalhar juntos em 2003.

Espero que curtam o vídeo e o som. “Casa de Rock”, em vídeo do programa Fantástico, da Rede Globo, é o clip da semana.

Comentários

    • Casa das Máquinas é muito bom, eles ainda estão na estrada, vale a pena assistir um show. Meu álbum preferido é o Lar de Maravilhas, com uma mistura de Rock Psicodélico com Progressivo, mas toda a discografia dos caras é excelente.

  • Essa falta de bandas populares de rock não é exclusividade brasileira, acontece no mundo todo e começou com uma geração que fez muito sucesso e o odiou, a do Nirvana. Outro ponto importante é o disco Kid A, lançado em 2001 pelo Radiohead, onde a então maior banda do mundo cometeu um corajoso suicídio comercial e entregou uma obra prima de música inclassificável.

    Se por um lado não temos bandas capazes de encher estádios sozinhas hoje, temos milhares de pequenas grandes bandas, donas de discografias de música corajosa e com uma preocupação zero em relação a concessões em nome do sucesso, as 80 mil pessoas por dia no último Lollapalooza não me deixam mentir.

    Pessoalmente, não me importo com o rotulo da música que escuto, mas posso dizer que o rock hoje – inclusive o brasileiro – vai muito bem longe do mainstream.