24h de Le Mans 2016: nem Hollywood faria melhor

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Na hora certa, no lugar certo: às vezes o automobilismo não tem justiça. Às vezes o automobilismo é imponderável. A Porsche lutou. Não venceria em condições normais a prova. Mas venceu. E chegou ao 18º triunfo de sua história, ampliando o recorde da marca de Weissach em Sarthe

RIO DE JANEIRO – Parece que o Automobile Club de l’Ouest (ACO) adivinhou que as 24h de Le Mans teriam um desfecho digno de filme de Hollywood. Basta ver quais as celebridades estavam lá em Sarthe: Brad Pitt, na condição de “Starter” oficial, Jackie Chan, Keanu Reeves, Jason Statham e Patrick Dempsey, que além de ator é dono de equipe no FIA WEC. E foi com essa seleta plateia, além de um público espetacular espalhado pelos 13,629 km do circuito, que tivemos a chance de presenciar um dos desfechos de corrida mais incríveis dos últimos tempos.

Talvez tenhamos assistido ao final mais emocionante da história. Principalmente porque esse final foi assistido em 190 países, numa audiência estimada em 802 milhões de espectadores potenciais. Porque hoje existem televisão, streaming e redes sociais para amplificar o que se viu neste evento. É diferente de 1969, quando o Ford de Jackie Ickx/Jackie Oliver roubou na última volta a vitória da Porsche – que seria a primeira dos germânicos na corrida francesa. Há 47 anos, o que tínhamos? Fotos, revistas, quiçá um filme amador. E olhe lá. Não é um registro que mereça ser lembrado com tanta emoção, embora tenha muito significado.

O que aconteceu hoje nesta manhã brasileira e tarde em Le Mans derruba alguns mitos. O primeiro de que corrida de Endurance não tem emoção. Conversa fiada. A última volta é um épico do esporte. Participante das 24h de Le Mans desde 1985, com algumas interrupções nesse período e quatro vices (1992, 1994, 1999 e 2013), a Toyota se preparou para vencer em Le Mans e conquistar a segunda vitória de um construtor japonês, o que não acontecia havia 25 anos.

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Amparado ao descer do carro após uma dramática última volta que durou 11 minutos – e custou o 2º lugar ao carro #5 da Toyota – Kazuki Nakajima mal tinha forças para acreditar no que lhe aconteceu nos últimos momentos das 24h de Le Mans (Foto: Getty Images/Grande Prêmio)

Mostraram força durante a corrida. Lideraram quase 90% do total de 384 voltas percorridas nas 24h de disputa. Mas aí entrou o imponderável. Diz o ditado que Le Mans é que escolhe quem vai vencer a corrida. Quando parecia que a pista tinha escolhido o Toyota TS050 Hybrid de Kazuki Nakajima/Anthony Davidson/Sébastien Buemi, ela tirou sua mão ou o pensamento sobre o carro #5. Faltava uma volta e meia pro final e o que se viu daí em diante foi de cortar o coração.

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Marc Lieb, Neel Jani e Romain Dumas quase não podiam acreditar no que lhes aconteceu nas últimas voltas das 24h de Le Mans

Um puta contraste entre o choro frustrante de Hughes de Chaunac no box da equipe nipônica com a reação emocionada e inesperada do francês Romain Dumas. Boquiaberto, o experiente piloto não queria acreditar na sorte que lhe sorria e também a Marc Lieb e Neel Jani. Enquanto o Toyota se arrastava sem poder ir além da 4ª marcha, até parar na reta dos boxes (“I have no power”, afirmou Kazuki Nakajima pelo rádio para o box da equipe), em frente a uma multidão incrédula, o Porsche vinha célere. E com a tragédia que se seguiu, o 919 Hybrid #2 estava na hora certa e no momento certo para receber a quadriculada da vitória – a 18ª da história do construtor de Weissach.

Maioridade. Autoridade. Competência.

À Toyota, só restou chorar e engolir a frustração de ver não só o carro #5 ter problemas como também perder de forma fragorosa o 2º lugar conquistado no número de voltas – mas não no resultado.

Eu explico: o regulamento da prova prevê que, para se classificar, independentemente da categoria, os carros têm de atingir pelo menos 50% da distância percorrida pelo líder geral da prova quando esta completa 75% de sua duração  – ou seja, com três quartos de prova, 18 horas no total. E tem um outro item, que passou ao longe da nossa percepção pura e simples, mas está lá no artigo 10, inciso 15: nenhum carro pode levar mais de 6 minutos para completar a última volta. O Toyota levou onze. E mesmo com os problemas que enfrentava, Kazuki Nakajima jamais poderia parar seu carro na pista e esperar o #2 passar para cruzar a linha de chegada atrás dele. Vale o que está escrito. E além do choro, zero ponto para a trinca do #5. De doer o coração. De verdade.

Doeu tanto que nem houve festa do trio que liderou a prova em grande parte da disputa, do #6 de Stéphane Sarrazin/Mike Conway/Kamui Kobayashi, quando receberam o troféu pelo vice-campeonato da disputa. As caras amarradas demonstravam todo o desapontamento diante de um desfecho tão louco quanto inesperado.

As 24h de Le Mans foram o retrato do que se viu nas duas primeiras provas do WEC, multiplicadas por quatro. Quase todos os carros da classe LMP1 tiveram problemas. Poucos passaram batido. Os LMP1 não-oficiais tiveram mais dificuldade, o que aumenta o mérito do #12 da Rebellion Racing, que lutou até o fim e recebeu a quadriculada.

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Sobrevivente: único LMP1 não-oficial a receber a quadriculada, o #12 da Rebellion Racing levou Nelsinho Piquet e parceiros ao pódio nas 24h de Le Mans

Com problemas crônicos de ignição e embreagem, o protótipo de Nelsinho Piquet/Nick Heidfeld/Nicolas Prost completou um total de 330 voltas para ser o único carro sem sistemas híbridos a terminar na classe principal. De quebra, ofertou ao trio 50 pontos pelo triunfo na prova entre os não-oficiais e mais 1 no WEC – o que faz de Nelsinho e parceiros os líderes no Mundial de Pilotos na classe LMP1 dos privados, com 86 pontos. Ele também iguala Jaime Melo e Thomas Erdos como mais um brasileiro a ganhar as 24h de Le Mans numa subcategoria.

Nelsinho, que participou da transmissão do Fox Sports, demonstrou interesse em ficar na equipe e disputar mais corridas do WEC. “Estamos conversando. Tenho compromissos que podem me impedir de disputar a maioria das demais corridas do campeonato, mas o interesse existe de ambas as partes. Vamos ver se conseguimos uma solução”, afirmou Piquet.

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Driblando os problemas, a Audi viu o 3º lugar cair no colo do trio do #8. Lucas Di Grassi conquistou seu terceiro pódio em quatro participações nas 24h de Le Mans.

Com mais problemas do que costuma ter em Le Mans desde que estreou na pista de Sarthe em 1999, a Audi não foi páreo para as rivais. O #7 saiu de esquadro logo cedo com uma falha de turbo – que foi trocado. Mas o bólido que teve pela última vez a engenheira Leena Gade cuidando da estratégia ainda teria mais problemas e terminaria em 4º na geral – menos, é bom lembrar, que o #8 de Lucas Di Grassi/Loïc Duval/Oliver Jarvis, que foram presenteados com o pódio após a não classificação do Toyota #5 no resultado final. Foi o terceiro pódio do piloto em Sarthe – igualando a marca de Jaime Melo e Thomas Erdos.

Di Grassi foi o mais rápido piloto do time durante praticamente todo o evento. Mas por alguma razão que desconhecemos, não conseguiu virar em ritmo de corrida um tempo próximo dos 3’21″375 que cravara no Journée Test, enchendo a equipe de otimismo. A melhor volta dele foi 3’22″206 e Kamui Kobayashi foi o mais rápido da disputa – 3’21″445.

Na LMP2, praticamente não houve disputa pela vitória a partir do momento em que o Oreca 05 Nissan da Thiriet by TDS Racing saiu rodopiando na curva Mulsanne e bateu numa pilha de pneus. Os danos foram tão extensos que o bólido da equipe francesa saiu de cena e teve de abandonar. Não foi o único: o Alpine #35, com Nelson Panciatici a bordo, também ficou fora por acidente, assim como o #44 da Manor, que já estava atrasado quando acidentou-se.

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Trinta e oito anos depois: Alpine no topo do pódio em Le Mans, agora na LMP2, com Stéphane Richelmi, Gustavo Menezes e Nicolas Lapierre

Ficou fácil para o trio mais equilibrado da categoria: o Alpine #36 de Stéphane Richelmi/Nicolas Lapierre/Gustavo Menezes foi soberano durante grande parte da disputa e a vitória foi questão de administração do equipamento e muita competência na pista. A lendária marca criada por Jean Rédélé chegou ao topo de um pódio em Le Mans após 38 anos – desde a vitória de Didier Pironi/Jean-Pierre Jaussaud, com um protótipo Alpine Renault Turbo.

A G-Drive Racing lutou com todas as forças que tinha, mas contentou-se com o 2º lugar, minimizando o prejuízo das provas anteriores do WEC. O trio René Rast/Will Stevens/Roman Rusinov mostrou constância e poderia ter terminado mais próximo dos vencedores não fosse um pênalti sofrido por fazer um reabastecimento com o motor do carro ligado – algo não permitido pelo regulamento. Os russos da SMP Racing mandaram muito bem: pódio e terceiro posto ao trio do #37 formado por Vitaly Petrov/Kyrill Ladygin/Victor Shaytar.

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Méritos: a Michael Shank Racing estreou e terminou as 24h de Le Mans com o 9º lugar na classe LMP2. Belo trabalho de Oswaldo Negri, John Pew e Laurens Vanthoor. Este último mostrou pedigree de grande piloto de Endurance

Os brasileiros não chegaram perto do pódio, mas todos sobreviveram. Oswaldo Negri e seus colegas de Michael Shank Racing estão de parabéns: única equipe a disputar o IMSA Weather Tech SportsCar Championship a atravessar o Atlântico e levar toda sua estrutura para estrear em Le Mans, chegaram em 9º na LMP2 e 14º na geral, com um total de 345 voltas percorridas. Tantas equipes fazem investimentos vultosos e nunca terminam a prova. A MSR, de primeira, foi lá, encarou o desafio e mostrou potencial. Destaque para o excepcional desempenho de Laurens Vanthoor nos seus turnos de pilotagem.

Bruno Senna/Ricardo Gonzalez/Filipe Albuquerque superaram problemas iniciais que atrasaram o carro #43 da RGR Sport by Morand e recuperaram posições com dignidade e galhardia. Acabaram em 15º na geral e décimo na divisão – sexto entre as equipes que marcaram pontos no WEC. Pipo Derani também teve uma corrida bastante atribulada junto a seus parceiros Chris Cumming e Ryan Dalziel. Não obstante a falta de performance dos protótipos Ligier JS P2 frente aos Oreca 05, o carro #31 da Extreme Speed Motorsports ainda teve uma falha de diferencial que o atrasou demais. Acabaram com 297 voltas cumpridas, em 16º na categoria e oitavo entre os times do WEC. Mais oito pontinhos na conta…

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A emoção de Chris Hoy ao completar a primeira 24h de Le Mans em sua carreira deveria servir de exemplo aos que dilapidaram o Autódromo de Jacarepaguá e não quiseram fazer automobilismo e olimpismo convivendo harmoniosamente na republiqueta de Bananas…

Uma imagem marcante foi a emoção de Chris Hoy ao terminar a corrida em 17º lugar na sua primeira participação nas 24h de Le Mans. Aos 40 anos, o medalhista olímpico por seis vezes no ciclismo, sem contar os 11 títulos mundiais que conquistou, CHOROU ao ver o Ligier Nissan #25 da Algarve Pro Racing receber a quadriculada.

Pois é, né gente? O olimpismo e o automobilismo podem (e devem) conviver em harmonia tal como acontece em Sochi, na Rússia, desde que não haja brasileiros no meio – principalmente gente sem escrúpulos e que só visa lucro pessoal. O Comitê Olímpico Brasileiro poderia – e deveria – ver essa foto. E refletir a grande cagada que foi contribuir para o assassinato do Autódromo de Jacarepaguá à guisa de “Parque Olímpico” e que será – como todo mundo sabe – entregue de mão beijada para a especulação imobiliária.

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Na maioria do tempo, os adversários da Ford na LMGTE-PRO só viram os GT EcoBoost dessa forma da foto acima…

E o ACO recebeu, na LMGTE-PRO, o troco merecido pelo BoP inédito e de última hora: Ford e Ferrari deitaram e rolaram, com requintes de crueldade. As equipes que disputam a série IMSA na classe GTLM monopolizaram o pódio. A estreia do novo Ford GT EcoBoost – criado para homenagear os 50 anos da primeira vitória do GT40 – não poderia ter sido melhor. O carro #68 que largou na pole position com Dirk Müller/Joey Hand/Sébastien Bourdais andou o tempo todo na frente, revezou-se com o #69 da equipe Ford dos EUA e também com a Ferrari #82 da Risi Competizione pela liderança.

Após a corrida, houve um festival de protestos: a Risi tentou impugnar o triunfo ianque e a Ford fez o mesmo contra o time de Houston. Cada uma com um motivo: a Ferrari estava com uma das “luzes de liderança”, que funcionam nas laterais dos bólidos indicando as posições entre os três primeiros em cada classe – apagadas. O #82 teria que ter cumprido um time penalty. Não cumpriu: a Risi foi multada em € 5.000 e recebeu um acréscimo de tempo de 20 segundos.

Por seu turno, a equipe do carro vermelho queria que o #68 fosse punido por ter desrespeitado a velocidade numa das Slow Zones. Não obstante, falhou o sistema de sensores das rodas. Aí a Ford foi punida com acréscimo de tempo de 1’10”. Façam as contas: a diferença original era de 1’00″200. A Ford, se punida sozinha, perderia o título por nove segundos. Mas a Risi, como também recebeu uma sanção, não pode comemorar nada.

No fim das contas, deu o oval azul de Detroit na cabeça, com direito a lágrimas de Bourdais por vencer finalmente em casa depois de tantos anos de tentativas. E quando digo de casa, é porque ele é de casa MESMO: o piloto nasceu em Le Mans e a pista era seu parque de diversões. Aliás, sobre o francês, discordem ou não, vai minha opinião: ele foi escandalosamente sabotado e sacaneado na Fórmula 1.

Assim, entre as equipes do WEC, restou o 4º lugar e os pontos em dobro foram para… a Ford! O #66 de Olivier Pla/Stefan Mücke/Billy Johnson beneficiou-se de um furo de pneu no Aston Martin #95 de Darren Turner/Nicki Thiim/Marco Sørensen para levar os 50 pontos da vitória entre os carros inscritos no Mundial de Endurance. Fernando Rees e seus parceiros Richie Stanaway e Jonathan Adam fizeram o que lhes foi possível com um carro que esteve sempre longe de brigar na linha de frente: terminaram em 6º na categoria e 24º na geral, com 337 voltas percorridas. Em termos de Mundial de Endurance, foi bom: a trinca somou mais 30 pontos na classificação do campeonato entre os pilotos de Grã-Turismo.

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Bill Sweedler/Townsend Bell/Jeff Segal levaram a melhor com a Ferrari da Scuderia Corsa na classe LMGTE-AM

Na classe LMGTE-AM, a Scuderia Corsa voltou ao pódio e desta vez, com estilo: o carro #62 de Jeff Segal/Bill Sweedler/Townsend Bell dominou as horas finais da divisão e faturou a prova sem nenhuma oposição, completando 331 voltas com pouco menos de 2’55” de vantagem para o #83 de François Perrodo/Rui Águas/Emmanuel Collard, que levaram os pontos da vitória em dobro na categoria, para o WEC.

O pódio teve ainda o #88 de David Heinemeier-Hänsson/Patrick Long/Khaled Al Qubaisi, da equipe Abu Dhabi Racing-Proton. A Clearwater Racing fez uma bela estreia em Le Mans, conquistando a quarta posição na classe, seguida pela Gulf Racing e a icônica (e pouco vista) pintura de seu Porsche 991 RSR. Christina Nielsen foi a única mulher a terminar – já que o carro de Inès Taittinger incendiou-se. A dinamarquesa e seus parceiros Mikkel Mac e Johnny Laursen chegaram na sexta posição.

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Um pódio marcante: Fréderic Sausset, quadriamputado, realizou o sonho de disputar e completar as 24h de Le Mans. De emocionar qualquer coração empedernido!

Outro grande destaque – digno de nota e aplausos de pé – foi a participação do quadriamputado Fréderic Sausset num protótipo Morgan EVO Nissan LMP2. Sem nenhuma pretensão de desempenho, apenas de levar o carro ao final, o francês de 47 anos emocionou o mundo inteiro ao dividir o carro com Christophe Tinseau e Jean-Bernard Bouvet para terminar a prova. A posição final? Qual a importância, perto da lição de vida que aprendemos.

Mais uma, aliás.

Ah… mais duas coisas: você acha Endurance ruim? Enfadonha? Melhor rever seus conceitos…

E um recado ao Bernie Ecclestone, para finalizar. Tanto este senhor quis sabotar as 24h de Le Mans que o GP da Europa em Baku, no Azerbaijão (país de grande tradição no automobilismo – #SQN) foi uma merda. Um lixo de corrida, que rapidamente será esquecida.

Essa edição das 24h de Le Mans? Ah! Essa entrou para a memória e para a história. Duvido que alguém irá esquecê-la tão cedo. E eu tive o privilégio de estar ao lado do Hamilton Rodrigues e do Sergio Lago, trazendo para vocês esse momento inacreditável que foi o final da corrida neste domingo.

Comentários

  • Rodrigo, essa corrida foi um épico, quase vimos um Nakajima no topo do pódio, vivemos uma nostalgia ao ver a batalha Ford x Ferrari (mesmo que na LMGTE), além da linda atuação do Fred Sausset. Fomos privilegiados em acompanhar essa prova, em especial com seus comentários e da presença do grande Sérgio Lago que sou fã desde os tempos do saudoso canal Speed! E com relação ao ~~tradicional~~ GP de Baku, lamento muito ter visto aquela procissão após o final apoteótico de Le Mans, mas paciência…
    De resto só quero parabenizar a você e a toda equipe da Fox que fizeram uma bela transmissão da prova, já estou ansioso para Le Mans ’17!
    Forte Abraço, Rodrigo!
    P.S: mande um Feliz Aniversário ao Sérgio Lago! Ele merece :D

  • Olá Rodrigo, quero iniciar meu comentário desejando a você muita luz, sua participação na transmissão de Le Mans foi algo de fantástico, evidente que o Sergio e o Hamilton colaborarão, mas para um cara como eu que está órfão do nosso eterno Autódromo de Jacarepaguá, foi muito legal curtir a fantástica e a maior corrida que existe, com a transmissão de vocês.
    Se não fosse a Fox e sua turma do Automobilismo estaria alienado das corridas.
    Mais uma vez parabéns, continue assim autentico e apaixonado pelo esporte mais cruel que existe para resultados, cruel sim, mas apaixonante,
    Abço

    Fitti

    PS: Neste momento assisto você e o Sergio com a Xfinity.

  • Tristeza é o que sinto….torci sim para a Toyota pois havia visto que era um bom carro desde Spa…..muita crueldade terminar assim…nao poderia ter esperado mais uma volta pra dar o problema?? Afinal ainda chegaria à frente….

    Uma curiosidade que constatei em diversos sites onde o pessoal comentava….aqueles que torciam para a Toyota estavam triste, logico e mesmo os que torciam para a Porsche solidarizaram com essa dor…mas no Brasil vi um comportamento diferente, zombeteiro, alguns que sabiam de minha torcida pela vitoria da Toyota (embora goste da Porsche), vieram “cornetar” e zombar de forma estranha….ou seja, nao tem respeito pelos outros e depois pedem….

    • Ah sim…..parabens a ti e ao SL e o canal pela transmissão embora eu nao tenha condições de poder pagar uma tv paga no mmomento…mas assisti umas 18 horas da prova via streaming…..com uma boa imagem e som…pelo menos isso…..heheh

  • Sobre a tentativa do Tio Bernie de rivalizar com as 24h de Le Mans ou impedir um feito como o de Hulkemberg ano passado, tenho a dizer seguinte: Não assistiria a F1 nesse fim de semana nem se fosse o GP de Monaco…Le Mans é inigualável.
    Sobre a prova, realmente foi digna de um filme…aquele final foi uma mistura de felicidade pela vitória de um Porsche (meu P1 favorito…) e tristeza pelo Toyota, eles mereciam vencer por tudo o que fizeram hoje. A Audi não vai ter muitas lembranças dessa corrida, talvez a pior da marca desde alguns anos em termos de competitividade com os rivais.
    Quanto aos brasileiros, torci demais pelo Osvaldo Negri na P2, não que os demais não merecessem, mas digamos que eu tinha de escolher um. No geral, eu esperava mais disputas na classe LMP2…o dominio dos Orecas 05 foi muito grande.
    E na GTE Pro a disputa foi polarizada pelas marcas que investiram em carros e motores novos, mesmo com BoP de última hora. E a história de 50 anos atrás, de certa forma, foi reescrita. Chego até a pensar que a Ford não se interessou em brigar pela vitória nos primeiros eventos do IMSA e do WEC, ainda que tenha vencido em Laguna Seca, hoje tivemos noção do quanto este novo Ford GT pode acelerar, e em termos aerodinâmicos, era o carro mais “no chão”.
    Na AM veio o consolo para a Ferrari, com a veterana F458…um carro ainda muito bom.
    E pensar que podíamos ter a possibilidade de ver essas máquinas acelerando aqui em Interlagos se não fosse uma série de cagadas do promotor nas tres edições. Lamentável.

  • Foi incrível assistir uma 24 horas de Le Mans com um Porsche nas voltas finais voando pra cima de retardatários tentando tirar a vantagem do Toyota q perdia rendimento, e o tempo de diferença caindo de setor em setor .
    Não podemos esquecer a vitória do Nelsinho Piquet na sua categoria ( considerado farsa por muitos “intendidos” em automobilismo) depois de pegar seu carro em último (60º) 3 voltas atrás do penúltimo e entregar em 14º depois de uma longa condução. E o 3º de Lucas Di Grassi , salvo engano terceiro pódio do brasileiro

  • Le Mans e suas surpresas. FINAL ÉPICO que faz jus a tradição da prova. Inacreditável a falha no Toyota nas duas últimas voltas.

    Porém… na GTe-Pro, infelizmente Porsche, Corvette e Aston Martin, foram passear na corrida, visto que a organização $$ da prova queria uma reedição de FordxFerrari. Com carros três segundos mais rapidos por volta, numa categoria que geralmente TODOS andam dentro do mesmo segundo, era quase inevitável que a Vitória não ficasse com Ferrari ou Ford. E mesmo os carros sendo punidos por irregularidades depois da inspeção final, manteve-se o resultado.

    Fiquei frustrado com a diferença abissal na GTe, por que e a classe mais equilibrada e equalizada, porem a surpresa final na P1 faz de Lemans uma prova unica. Ate 2017!!

    Parabéns e obrigado à Fox sports Brasil e ao nobre Rodrigo Mattar por mais esse presente aos fãs do automobilismo.

    • Desculpe-me Mattos ,mas descordo de você integralmente ,o que ocorreu é que tanto Ford como a Rossa di Maranello optaram por fazerem carros mais modernos que Astons ,Corvettes e Porsches ,que nesta categoria ainda insistem em usar carros semelhantes ao usados nas décadas de 50 a anteriores e já estão absolutamente ultrapassados e sem chances de ganho de performance por conta de já terem sido usados tudo que foi possível para atualiza-lo ,o que resta a estas marca é ,se tiverem expectativas de vitórias que façam carro para isto .carro de competição com motor central dianteiro já era , a algum tempo ,é só ver nas categorias principais e também ver o vexame que foi aquele Nissan L M P 1 do ano passado nesta mesma prova ,não foi o uso de dinheiro que beneficio a Ford ou Ferrari mas sim o não uso deste por Corvette , Aston Martin e Porsche para fazerem um carro mais moderno e competitivo e a bem da verdade quem foram sacaneados foram Ford e Ferrari com o B O P de última hora ,ai sim deve ter corrido uma granazinha dos que não quiseram gastar com novos projetos .

      • A questão não e fazer carros mais modernos ou não… a questão e simples. Equalizar! Senão vamos todos correr com carros semelhantes… tipo stock ou fórmulas… Lemans e diversidade, Mas o que houve ontem foi uma bela ajuda de 4s por volta pra essas duas marcas….

        Incrível como em sebring e Daytona as coisas foram beberem diferentes…. me diga qual a mágica de conseguir 4s de vantagem, se antes não havia isso.

        Por favor né!!! Era só deixar os Corvette com menos restrição na estradas de ar, pra ver como já faria diferença….

      • Acho que existem alguns outros fatores a serem considerados tbm. Primeiro, esses carros são projetados pra andarem (e vencerem) em Le Mans, o que complica comparativos de desempenho em outras pistas, mesmo Daytona. Segundo, nessa mesma Daytona, os novos bólidos de Ford e Ferrari estreavam, o que tbm atrapalha um comparativo com os demais carros; Por fim, e provavelmente o mais importante: os dois carros foram concebidos e construídos inteiramente dentro do novo regulamento para a LMGTE-Pro, enquanto os demais são modelos do regulamento anterior, adaptados para a nova realidade.

        Embora esses fatores possam explicar essa diferença toda, e apesar de estar torcendo por um bom desempenho das duas marcas, confesso não ter gostado de ver essa diferença toda, e, pelo menos enquanto as demais não venham com modelos novos, totalmente concebidos no novo formato, não me surpreenderei se enforcarem os dois modelos nas próximas etapas.

  • Rodrigo, com o perdão da palavra, PQP !!!
    Que corridão !!! Fantástica do começo ao fim. Triste ver a Toyota perder daquele jeito, mas corridas são drásticas quando querem.
    Ah, sobre F1, parece que já existiu uma categoria boa com esse nome …mas deve ser lenda.

  • Mais uma vez, parabéns pela cobertura. Estava excelente.

    Apenas uma correção nesse trecho do seu texto:

    “Eu explico: o regulamento particular da prova prevê que, para receber classificação, independente de categoria, os carros têm que percorrer mais do que 75% da distância aferida pelo vencedor.”

    Na verdade, o regulamento (item 10.15) diz que:

    “Para se classificar, um automóvel precisa:
    d) Quando 75% do tempo de prova tiver sido completado: ter percorrido pelo menos 50% da distância coberta pelo automóvel que lidere a corrida sob pena de exclusão;”

    Ou seja, quando a prova completa 18 horas, mede-se a distância coberta pelo líder da prova. Aí, todos que não tiverem coberto 50% dessa distância nesse momento são desclassificados.

    Assim, sugiro corrigir esse trecho do seu texto por:

    “Eu explico: o regulamento da prova prevê que, para se classificar, independentemente da categoria, os carros têm de atingir pelo menos 50% da distância percorrida pelo líder geral da prova quando esta completa 75% de sua duração (isto é, 18 horas).”

    E acho que o Nakajima, quando parou um pouco antes da linha de chegada, devia estar pensando em esperar pelo Porsche, para completar a prova imediatamente depois. Alguém deve ter soprado no ouvido dele essa regra (de proibição de ficar aguardando o líder). Foi aí que a Toyota voltou a se movimentar (bem devagar).

    De qualquer forma, o que acabou com as chances dos japoneses foi o tempo da última volta (11 minutos?).

    Será que ano que vem teremos a prova na íntegra? Com equipes de apresentadores/comentaristas se revezando? Seria sensacional! Se convidarem o Edgard Melo Filho, ele topa na hora. Se não me engano, a Radio Le Mans faz(ia) assim.

    • Obrigado por ajudar a tentar melhorar o post.

      Quanto à transmissão em 2017, vamos em breve começar a arquitetar coisas interessantes.

      • Poderiam transmitir por uma ou duas horas na madrugada o período do Happy Hour, com o amanhecer aquecendo a pista e o ar e melhorando o tempo de volta dos pilotos.

    • Perdoe a ignorância, mas a “interpretação” dada na transmissão faz mais sentido. O #5 fez mais que 50% do lider após 75% da prova. Aliás, pela logica até ele mesmo poderia ser o lider com 75%,,, Faz mais sentido punir o carro que, após o lider ter cruzado, demore mais que xx minutos.

      • E foi muito mais por isso do que pela questão da distância que o Toyota não foi classificado.

  • Que CORRIDA Mattar, depois de mais de 1 mês aguardando com grande expectativa ela veio e foi muito melhor do que eu poderia imaginar. Foi um grande presente a cobertura do Fox Sports, com seu excelente trabalho e do Sérgio Lago e o Hamilton fez o melhor que pode né, não é a dele. Vou tentar ser breve:
    Que dó da Toyota, eu já imaginava toda a festa que eles fariam, faz muitos anos que eles perseguem esta vitória e para eles é muito importante, teve um ano também (1999?) que estavam liderando no final e um pneu estourou, parece que pista não gosta de carro japonês, só um até hoje e por motivos estranhos.
    Tive a impressão que a Audi quando andava rápido ficava com pouca autonomia e parava antes dos concorrentes, esta era sua principal vantagem, acho que reduziram de mais o tanque deles.
    Pergunto: O carro 31 terminou a prova? Acho que li um twitt deles dizendo que o carro não poderia ser reparado. E se não terminou não marca pontos certo?

  • Dizer o que ??? Sou suspeito prá falar; Todos já disseram o que eu gostariade dizer, mas queria parabenizar você Rodrigo Mattar, Sergio Lago e o Hamilton pela transmissão da corrida.

  • Em algum lugar eu li ou ouvi dizer que é ´Le Mans que escolhe quem irá vencer…diante desta agravante, adiciono outra: é preciso também vencer a PORSCHE. Não, não tínhamos o melhor carro da prova, tínhamos sim, o peso da “camisa”, não existe sequer uma marca que não treme em “campo” ao ver o brasão de Stuttgart pelo retrovisor…paira sobre La Sarthe, o manto mítico que obriga àqueles que pretendem lá triunfar, oferecer muito mais do que vontade, tecnologia e investimento…é preciso vencer a PORSCHE.
    Que corrida!
    Em todos os aspectos, que corrida!
    Parabéns FOX SPORTS…parabéns monsiuer endurance RODRIGO MATTAR pelo texto e comentários durante a prova…
    Conquistamos a 18º vitória….faltam 365 dias para a 19º!
    FORÇA PORSCHE!

      • E completando os comentários muito bem colocados ,seria bom lembrar que a Ferrari foi humilhada pela Ford nos anos 60 mas a sua saída da principal categoria em Le Mans se deu pela constatação de não poder superar a Porsche 917 nos anos 70. E olhe que a Ferrari 512 M além de lindíssima era um carro de muito respeito .

      • Luigi…na realidade a Ferrari saiu do Mundial de Marcas ao final de 1973 apos perder o titulo para a Matra-Simca, numa disputa épica entre as marcas pelas 10 provas do campeonato e se concentrar apenas na f-1 por determinação de Montezemolo que convenceu o velho Capo Ferrari.

  • Parabéns pelos comentários Rodrigo, acompanhei toda transmissão incluindo os flashes na FOX HD, que em 2017, a cobertura de Le mans seja ainda maior!

    Para contribuir com curiosidades de Le Mans, devido a regra da tempo máximo para volta no circuito, motivo no qual o Toyota #5 foi desclassificado esse ano. Em 1977 a Porsche colou um crônometro com fita adesiva no volante do 936, para que o piloto pudesse levar o carro, que estava com alguns cilindros detonados, até o final dentro do tempo máximo por volta. O regra existe, para que um líder com grande vantagem, vitória garantida, simplesmente não fique “parado”, evitando quebra ou acidentes, esperando o tempo passar para cruzar a linha de chegada.

  • parabens Rodrigo pelo texto e pela participação na cobertura da FOX. Não perdi nenhum minuto. Isso sim é automobilismo, várias corridas, várias dispuitas numa só. Demais, já estou contando os dias para 2017 e meu sonho é um dia poder ver essa corrida ao vivo. Parabéns aos amantes do automobilismo por esses 2 dias de pura emoção. VALEU

  • Que corrida!! Que corrida!
    Parabens para a equipe toda pela transmissão…..quem sabe em 2017 nao poderiam ter mais algumas janelas de transmissão, talvez na madrugada..,rsrs

  • Toyota ainda comete alguns erros durante momentos cruciais de uma prova como Le Mans, mas obviamente não foi o caso do que aconteceu no final. A Toyota deveria aprender uma coisa com a Audi: terminar a corrida, a qualquer custo, às vezes é possível conquistar algo mesmo quando as coisas não vão bem. Mesmo com a pior participação de sua história em Le Mans, a Audi beliscou um pódio simplesmente por que sabe jogar o jogo em uma corrida de 24 horas.
    O que aconteceu com a Toyota talvez não seja puro azar. Pode ser que tenha ocorrido o mesmo problema que aconteceu em Spa, embora eles tenham identificado que foi por causa da Eau Rouge. Le Mans não tem uma curva como essa em Spa, mas são 24 horas e talvez outros fatores influenciaram na falha mecânica.

  • O final das 24hs de Le Mans de 2016 se junta ao final da corrida de Interlagos de 2008 e ao final de Indianápolis 2011 como os mais emocionantes finais de corridas que assisti. Parabéns pela transmissão do Fox Sports.

  • Rodrigo,

    Em primeiro lugar, parabéns a Fox pela ousadia de transmitir Le Mans por 6 horas ininterruptas, e depois oferecer 2 flashs de meia hora cada, e ainda transmitir as 2 ultimas horas. Foi recompensada com um final épico, inesperado e historico.

    Parabéns também a você pelo comentários, sempre afiados e oportunos. Hoje você é nosso melhor especialista em endurance, e também o mais polivalente dos atuais jornalistas de automobilismo no Brasil, cobrindo o esporte de fio a pavio, com invejável conhecimento. Para completar, você divulgou o Live Stream, para quem quisesse acompanhar a parte que não foi transmitida pela TV.
    Só posso te agradecer demais !!!

    Quanto ao final igualmente épico e histórico de LM 1969, exatamente por não ter a veiculação na midia que felizmente temos hoje, vou me permitir fazer um aditamento ao teu post acima: Ickx e Oliver não propriamente roubaram a vitoria da Porsche na ultima volta, os dois carros vinham alternando-se na liderança da prova nas suas ultimas 4 horas. A disputa ficou mais intensa e emocionante nas ultimas voltas, quando os dois trocaram a liderança diversas vezes, O Ford GT 40 de Ickx já vinha enfrentando diversos problemas, e o Porsche 908 de Hermann sofria com o estado de seus freios. Em Hunaudières (como percebi na TV, você também não gosta de chamar de “reta Mulsanne”, como os ingleses passaram a falar, adotando o nome da curva ao final dela, suponho que pela dificuldade em pronunciar o nome original da reta), Ickx decidiu deixar Hermann passar no inicio da reta, para pegar o vacuo e re-ultrapassa-lo na freada para Mulsanne. Depois conseguiu abrir o suficiente para manter-se a frente em Indianapolis e Arnage, e depois nas curvas Porsche, para vencer com menos de 2 segundos de vantagem. A foto da chegada diz tudo.

    Como o final da corrida de hoje teve para a Toyota uma conotação de decepção similar a sofrida pelo desfortunado Pierre Levegh em 1952, e também é comparavel ao final epico de 1969, em que Hermann foi um dos “players”, vou mencionar uma curiosidade que até pouco tempo eu desconhecia.

    Desde que era menino de 10-11 anos e li nas paginas da Autoesporte, então a melhor publicação brasileira sobre corridas de automoveis (saudade da velha AE), sobre a corrida solitária de Levegh em 1952 , que até as 23 horas e 20 minutos de prova mantinha uma liderança inalcançável pilotando um pouco competitivo Talbot Lago, me apaixonei pela historia do piloto frances. Com pouco mais de meia hora para o final, Levegh era quase um robô, esgotado fisicamente, mas continuava mantendo um ritmo forte, apesar de estar a cerca de 5 voltas a frente das Mercedes. Tivesse ele parado nos boxes e saido apenas para uma ultima volta, ou tivesse reduzido a velocidade media para 50% da que vinha rodando, ele teria vencido !!! Mas ele continuou em seu ritmo constante, até que sucumbiu ao cansaço: numa troca de marchas errada, o motor passou de giro e danificou as valvulas. Levegh estava KO, fora da corrida. As fotos do francês andando nos boxes, amparado por sua esposa e/ou pelos mecanicos, mostram Pierre como se fora um automato. Decepção e cansaço em doses cavalares.

    Todo mundo sabe o que ocorreu com Levegh em 11 de junho de 1955, no terrivel acidente que até hoje se constitui no maior acidente de corridas da historia: Fechado pelo Jaguar (depois vencedor) de Mike Hawthorn, que o ultrapassou e logo depois cortou sua frente para ir para os boxes, Lance Macklin desviou o Austin para esquerda, cortando as Mercedes de Fangio e Levegh, que vinham a pleno na reta de chegada. Fangio passou no ultimo milimetro de espaço disponível (a sorte do campeão argentino quase nunca o abandonou), mas para o infeliz Levegh, que vinha atras, não sobrou espaço suficiente. Chocou-se com a lateral do carro de Macklin e foi catapultado sobre as tribunas, causando a catástrofe mundialmente conhecida. Levegh foi un dos 84 que perderam a vida nesse acidente.

    O que eu não sabia, e talvez pouca gente aqui no Brasil saiba, é que Hermann é quem deveria estar guiando a Mercedes de Levegh nesse dia, dividindo o carro com John Fitch, . Entretanto, Hermann havia sofrido um terrível acidente em Monte Carlo poucos dias antes, no qual não morreu ou não sofreu consequências mais serias por muita sorte.

    Com Hermann ainda hospitalizado, Alfred Neubaeur convidou Pierre Levegh, que era uma especie de herói de Le Mans, considerado pelos franceses o vencedor moral de 1952 em função de sua performance incrivel, para formar dupla com Fitch,

    Como, de certa forma, as provas de 1952 e de 1969 se assemelham a corrida desse ano, achei oportuno mencionar esse fato, todo ele entremeado e formando uma grande e quase incrível coincidência !

    Recomendo ver o vídeo cujo link coloco abaixo, e que aborda particularmente esse relato. Mesmo pra quem não entende francês, vale a pena ver: há longas “footages” de provas antigas, de 52, 55, 69 e diversas outras mais recentes. Há algumas sequencias interessantes de Rosemayer em Nurburgring, e fotos do acidente de Hermann em Monaco, que eu nunca tinha visto em outro lugar.

    https://www.youtube.com/watch?v=l-Hkqk0Flcg

    Rodrigo, perdoe-me o comentario tão longo. Mas o tema é apaixonante, e eu acho que valeu a pena “abusar do consumo” desse espaço que você nos franqueia.

    Abraços

    Antonio

    • Faltou adicionar que Hans Hermann venceu no ano seguinte, 1970, em dupla com Dick (Richard) Attwood, dando a Porsche a sua primeira vitoria “overall” em Le Mans, também a primeira do historico 917, curiosamente em sua versão de traseira curta (K), não na versão longa (LH) especialmente projetada para Le Mans.

      Rodrigo, eu já estive em Le Mans, não na epoca da prova, como gostaria. Mas foi bem legal rodar de carro, lentamente, pelas estradas que formam o circuito de La Sarthe, passar por Hunaudieres, Mulsanne, Arnage, Tertre Rouge, Maison Blanche. E depois visitar o Circuit Bugatti e o Museu.

      Mas, como você, sonho em assistir a prova ao vivo e in loco.

      Abraços do novo

      Antonio

  • É a primeira vez que escrevo. Já acompanho seu trabalho há algum tempo e só´posso ter orgulho de te “conhecer”. Parabéns
    A prova: uma grande pena para a Toyota, mas como dizia Fangio: “corridas só acabam na banderada”. Abraços

  • Rodrigo,

    Só uma palavra para resumir todo o fds.. Fantástico!

    Show de bola da Fox, assisti tudo que foi ao ar, as 6h inicias, os 2 flashes, as 2h finais, e o notebook virou a madruga rodando o streaming pela eurosport. Vocês formam a trinca perfeita para a corrida, GAragem 61 pra vocês, manjam muito.
    Quando a corrida, épica, perfeita, tapa na cara do velho bernie q de bom só tem a sobrinha se não me engano, fiquei triste pelo fantasma que assombrou o Katayama ter voltado em 2016. lembra do pneu furado em 1999???? senti a tristeza dos japas, carro lindo, rápido… Espero que a Audi venha com tudo novo ano que vem, pqp que R18 Horroroso, e a Porsche dispensa comentários. De resto emoção do começo ao fim, mais uma vez parabéns pelo trabalho e ano que vem tem mais!!

  • Bom dia Rodrigo. Quero agradecer a FOX e a vocês (SL, HR e RM) pela oportunidade ímpar de assistir as 24 horas de Le Mans. Quem exerce sua profissão com amor, faz muito bem feito e vocês são ótimos. Quanto à corrida, foi fantástica, grandes doses de adrenalina, raça, garra, superação, lições e o imponderável. Isso tudo é endurance.
    Abraços. Diney – Porto Alegre-RS.

  • Realmente essa edição foi uma das melhores, por pouco não rouba o posto da de 2011 no minha lista de corridas mais épicas.

    Teve F1 esse final de semana, onde?

  • Pobre Hülkenberg , um dos protagonistas em Sarthe ano passado para uma corrida apagada ,quase vexatória em mais um Tilkagodromo sem tradição alguma em um país quase que esquecido pelo restante do planeta. Entendo que só pode ser por valor financeiro que um piloto insista em ficar em uma categoria que nunca passará de mero coadjuvante ,e só sera visto e lembrado quando estiver sendo ultrapassado por um dos líderes. Parece ser a cina de mais um bom piloto que faz escolhas de categorias erradas.

  • Mattar, nada além de épico, fodástico e ducaraio para descrever o que vimos nesse final de semana!!!

    RAPAPUTAQUEPAROLAS!!!

    Eu já estava escrevendo um testículo (texto pequeno) para postar no Facebook sobre a vitória da Toyota, procurava uma foto do carro do Nakajima San para “ilustrar” meu post quando vc começou a dizer que o carro não “desenvolvia velocidade, não passava para as marchas mais altas”. Olhei pro cronômetro e faltavam 6 minutos (SEIS MINUTOS!!!) para o fim da corrida.

    Caceta, depois de 23 HORAS E 54 MINUTOS, na penúltima volta o carro líder foi ter problemas???

    Confesso que quase chorei junto com a equipe Toyota, ver os japas se segurando para não chorar foi foda!

    PARABÉNS PRA VC E A TODA EQUIPE FOX PELA TRANSMISSÃO DO MAIOR EVENTO AUTOMOBILÍSTICO DO MUNDO!!!

    Nada, nenhuma corrida em qualquer lugar, se compara com o que acontece em Sarthe.

    Nem Mônaco (falando nisso, chupa Bernie, pq a corrida de Bakú que tinha tudo para ser boa, foi uma bosta, como tem sido toda a F1 depois dos anos 90!!!), nem Indianápolis e nem a Daytona chegam perto de Le Mans!!!

    Falta muito para Junho de 2017???

  • Parabéns Rodrigo Mattar, Sérgio Lago e Hamilton Rodrigues pela transmissão, que final de corrida sensacional, fiquei triste pela Toyota, mas feliz pela Ford. e que venha as 24h de Le Mans 2017, espero vocês novamente transmitindo pela Fox. Abraços…

  • Se sou da Toyota, arrumava para, ano que vem, chamar o Barrichello para correr – aí com o Nakagima e o Bourdais (um japonês e um francês). Barrichello esteve no “quase” tantas vezes… Perdi a conta das vitórias e pódios perdidos por quebras no final (lembro-me apenas de um acidente, com o Blundell). Se vencerem, seria a redenção cósmica…

      • Mattar. é deste a que eu me referi: https://www.youtube.com/watch?v=icGdS5bTUsI
        Salvo engano, a briga era pelo pódio.
        Mas deve ter acontecido com o Boutsen também (não me lembro porque o belga se despediu da F1 em 93, então teria que ser no 1º ano do brasileiro). Teve com o Alesi em outra oportunidade… Enfim, tantas e tantas provas que ou bateu ou o equipamento falhou no final… Começou em 93, mesmo, em Donnington. Só no Brasil eu poderia citar 1999 a 2003 (e ele ainda liderou e tinha chances de vitória em algumas dessas provas). Ainda em Interlagos, tiveram rodadas quando poderia ter ido ao pódio (uma numa disputa com o Alesi e outra perseguindo o Schumacher). Enfim, quiçá uma justiça por quem andava muito bem (senão não estaria no pelotão da frente) mas sempre algo acontecia que lhe impedia um resultado melhor (muito mais problemas mecânicos que erros, é bom dizer).

  • Em 32 edicoes de Le Mans que participei nunca vi um resultante tao brutal e penivel.
    Respeito a Toyota pelo trabalho que fizeram. Respeito por voltar a Le Mans este ano com tudo novo, para melhorar o deficit que encontraram no ano passado. Fizeram um motor novo, fizeram um chassis novo, fizeram uma aerodinamica nova, trocaram o ERS e desde o dia de teste mostraram que estavam a altura da Porsche e melhor que a Audi. Fizeram uma corrida impecavel liderando grande parte da prova.

    Sei na carne o que se sente quando uma vitoria escapa no ultimo momento, Este ano nas 24h de Daytona estava liderando quando uma falha de uma bomba de gasolina na ultima volta nos deixou em quinto, e na semana anterior quebramos o motor a seis minutos da quadriculada.

    Este esporte e cruel demais as vezes…E respeito a Audi e a Porsche que declararam publicamente em alta voz o seu respeito pela Toyota que teve essa decepcao na melhor corrida do mundo.

    Lembrem=se que apos 22 horas de corrida tinhamos os tres primeiros carros a 12 segundos um dos outros, e pauleira de ponta a ponta. E uma Le Mans equivale a 12 GPs, se eles tivessem o maximo de tempo permitido.

    Da para entender poque volto todo ano?
    Abracos
    Ricardo

  • Preciso me corrigir: Levegh vinha a frente de Fangio (já tinha levado uma volta do Hawthorn, ia levar do argentino). Quando Hawthorn entrou na frente de Macklin e freou forte, e o pequeno Austin Healey,não podendo frear na mesma intensidade, desviou a esquerda, Levegh levantou o braço, sinalizando o perigo, antes de bater na lateral do Austin e decolar. Fangio, ao ver a sinalização iniciou a freada mais de longe, e conseguiu passar no pequeno espaço entre o o Austin e o Jag de Hawthorn, ainda em movimento.

    Nessa corrida, desse ano, não dá pra não destacar a pilotagem do Nelsinho (epecialmente nas primeiras 4 horas) a do Vanthoor, a do Gustavo Menezes (supresa pra mim) e a do velho Fisichella, lutando sozinho contra os 3 Fords. Eu acho que se não fosse pelo Mallucelli, não tinha dado pro Ford não…

    Antonio

  • Mattar, apesar de terem citado a prova de 69, o filme de 1970 teve um final quase idêntico – tivesse mais 2 carros na disputa. A prova se encaminhava para o final e uma das 512 S estava na ponta – 2 917 estavam nos boxes para chegar a suspensão traseira, o do Delaney estava batido, assim como a Ferrari do Aurac. Já o 512 do Stahler havia morrido nos boxes, com problemas para ligar de novo. A Ferrari restante, salvo engano do Abratte, surge para vencer, mas tem um pneu furado na última volta e abandona. Aí é aquele pega-pra-capá na última volta, que parece ter 20km, entre Delaney, Stahler e Wilson….

  • Até agora estou bêbado do fim de semana de Le Mans!!!!! Corrida épica, ainda mais pelo fim inesperado!!!
    No mais, tenho que só agradecer à transmissão e a narração com a participação de você, do Sérgio Lago (que por vezes achei muito nervoso, acho que vocês não deram lanche para ele aguentar as 6 horas direto!!! Hahahahahahaha…) e do Hamilton Rodrigues!!!!
    Lembro nas duas últimas horas de transmissão, você e o Hamilton davam certo que a Toyota já tinha garantido o primeiro lugar, e o Sérgio falava: “Calma, ainda não acabou…” ou ” Ainda não!!!” Só me divertia.
    Pena que a transmissão aqui em casa terminou meia hora antes do fim da corrida (faltou energia na região aqui e afetou a tv paga) e tive que correr pro streaming…
    Mas ficou minha curiosidade de como foi a reação do trio após a quebra do #5. O Sérgio Lago de vangloriou de ser prudente?? Hahahaha…
    No mais, mais uma vez parabéns pela transmissão deste ano. Se no ano passado foram pelo menos 6 horas de transmissão, e esse ano foram (contando com os flashes) 11 horas, podemos contar pro ano que vem com pelo menos 18 horas?!?!?!?!

    Abraços.

  • Rodrigo, parabéns à todos do FoxSports pela excelente cobertura. Fiquei triste com a ´situação da Toyota. Mereciam a vitória, e afinal nem a classificação receberam. O destino, às vezes, é ingrato com as pessoas. Vou cair naquele lugar-comum: foi a vitória moral da Toyota. !!!! Um abraço.

    • Será mesmo?

      Faz uma coisa: viva mais 20 anos pra saber qual das corridas será mais lembrada. Se as 24h de Le Mans de 2016 ou o GP da Europa de Baku.

      • Tá. ..de fato essa corrida não foi grande coisa e o velho judeu marcou no mesmo dia das 24h pra sacanear. Mas todas as outras corridas da F1 esse ano foram espetaculares! E é fato que já faz algum tempo que você anda de má vontade com a F1. Mas tudo bem…

      • O blog é meu, certo?

        Logo, eu escrevo o que eu bem quiser. E fico de má vontade com quem achar que devo. A F1 está uma merda faz tempo. Se você acha isso que temos visto bom, lamento profundamente.

    • João, vc está certo…

      A F1 DÁ RAIVA MESMO!!!

      Le Mans de 2016 foi muito maior do que qualquer corrida de F1, principalmente depois dos anos 2000.

      Escolha qualquer corrida da F1 e veja se chega próximo ao que vimos em Sarthe.

      O final do campeonato entre Massa e Hamilton, por exemplo???

      Esquece, não tem nem comparação!!!

  • Le Mans foi fantástica, mas…mas dá pra melhorar.
    São só nove LMP1.
    Muito pouco pra divisão principal.
    Podiam convidar mais equipes pra festa.
    A Peugeot podia desenterrar o belíssimo 908 HDI FAP.
    A Saber que está passando vergonha na F1 podia voltar as duas origens que é o Endurance.
    Motor eles conseguiriam na própria Ferrari de quem eles compram na F1.
    Em uma categoria onde é proibido testar seria bem interessante colocar um motor (me nego usar o termo Unidade de Força) no WEC.
    Cada evento são 1000 km rodados. Isso são três Grandes Prêmios.
    Em Le Mans eles rodaram esse ano mais de 5200 km.

    • Felipe, não é questão de “convidar mais equipes”. Não é bem assim que a banda toca. Nem todo mundo reúne hoje a expertise para construir um LMP1. Nem mesmo a própria Sauber, que está quebrada. No máximo a SMP Racing pode transmutar o BR01 dela em LMP1 de acordo com o novo regulamento que proíbe o uso de mais chassis no WEC na classe LMP2 que não os já escolhidos pelo ACO/FIA – Dallara, Oreca, Ligier (Onroak) e Riley/Multimatic.

      Tem mais: onde que a Peugeot poderia “desenterrar” o 908 Hybrid se ele está totalmente fora do regulamento atual do Mundial de Endurance?

  • Caro Rodrigo Mattar: Parabéns pelo site e pela transmissão FOX Sports. A equipe foi sensacional e a corrida mais ainda!!! Não acreditei quando vi a Toyota lenta !!!

    Agora vc falou sobre a épica Le Mans 1969…no Youtube aparece, se não me engano, cinco minutos da transmissão em preto e branco do início e fim da corrida. Observa-se de longe o acidente fatal de J. Wolffe e a disputa nas voltas finas…simplesmente sensacional !!! Hélio