Direto do túnel do tempo (336)

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RIO DE JANEIRO – A imagem acima é uma pérola do automobilismo que é impossível não ser compartilhada com os leitores do blog: trata-se de um teste de Rick Mears, o “Rei dos Ovais”, com um Brabham BT49, em 1980. Então com 29 anos, o piloto estadunidense já era um dos grandes em sua categoria (já vencera pela primeira vez – de um total de quatro – as 500 Milhas de Indianápolis) e foi convidado por Bernie Ecclestone para treinar de Fórmula 1 – duas vezes, uma em Riverside e outra em Paul Ricard.

No teste dos EUA, a equipe levou um carro dotado da transmissão Weissman-MRD, que seria introduzida no bólido em lugar da tradicional caixa Hewland. O mais impressionante do treino é que Mears adaptou-se rapidamente ao “brinquedo” e – surpreendam-se – foi mais rápido que Nelson Piquet numa pista que conhecia de cor e salteado. Um segundo melhor, registre-se.

“Foi divertido!”, espantou-se Mears. “As características do F1 são bem diferentes, porque o carro também é muito mais leve, tem reações rápidas e é muito confiável. Comecei fora de ritmo, pelo menos uns dois segundos mais lento, porque eu estava mais adaptado aos carros da Indy. Me perguntei: ‘O que estou fazendo nessa porra?’ Fiquei bravo e saí completamente do meu estilo, derrapando o carro nas curvas e atacando as zebras. Aí os tempos baixaram. Descobri assim que a gente tem que mudar o jeito de guiar se quiser virar tempo a bordo de um F1. Tem que acelerar o tempo inteiro”, assentiu o piloto.

Mears quase guiou pela equipe no GP dos EUA-Oeste em Long Beach, o que teria sido excelente em termos de marketing para a Fórmula 1 nos Estados Unidos e para a Brabham. Mas houve o entrave burocático da FISA de Jean-Marie Balestre, que não cedeu a Superlicença ao piloto e assim Rick não pôde ocupar o lugar do argentino Ricardo Zunino, um piloto pagante que exasperava Bernie Ecclestone por sua incompetência e lentidão.

No teste de Paul Ricard, Mears novamente foi melhor que Piquet – cerca de meio segundo, dizem fontes. Mas aí outro fator espantou o “Rei dos Ovais” da F1: dinheiro. Ecclestone teria pedido US$ 3 milhões, uma soma bastante respeitável para aqueles tempos, segundo o jornalista britânico Nigel Roebuck. Como não houve acordo com Rick, Bernie chutou Zunino para escanteio – mas conseguiu o dinheiro que pretendia, via Pemex, com a chegada do piloto mexicano Hector Rebaque, um gentleman driver de razoável potencial, mas insuficiente para dar à Brabham um segundo carro competitivo.

Há 36 anos, direto do túnel do tempo.

 

Comentários

  • A FISA, de Jean-Marie Balestre, não cedeu a Superlicença a Rick Mears?
    Vê-se que os cartolas fazem lambança não é de hoje.

    falando nisso, salvo engano, pelas regras atuais um campeonato de Indy não garante licença para pilotar na F-1.

    Confere, Rodrigo, mais essa norma ridícula da FIA?

  • Mears….na Brabham
    Andretti…na Mclaren
    Tracy….na Benneton
    Franchitti…na Jaguar
    Gil de Ferran …..na Williams
    com excessao do Andretti que realmente nao se adptou a F1 mesmo ..mesmo com um talento monstruoso ..e o Gil que testou mas so tinha vaga numa Footwork senao me engano ( me corrija caso esteja errado )o restante dessa turma acima creio que faltou uma “”boa fé” dos times em dar uma oportunidade …mas acho que Mears e quen sabe o Franchitti se dariam bem …se bem que acho que um Tracy em 94/95 nessa Benetton ia apimentar bem mais a temporada do que JJ Letho…J Verstapen….e J Hebert …..

    Mattar Al Unse Jr testou um carro da Williams nao sei em que ano …ta ai uma sugestao de um tunel do tempo ….forte abraço

  • Rahal. chegou a fazer agendamento para pegar a Copersuçar logo após Rosberg mudar de vida.. Mas sentiu que era fria..pois o ze bicanca e o irmão pózeira..queria era cxa

  • A coisa nao é bem assim:

    “Rick was half a second away from matching Brabham team leader Nelson Piquet’s fastest laps. Piquet (above) finished second to Alan Jones in the 1980 F1 world championship and would go on to win the F1 title in 1981. “I got within about half a second of Nelson’s time and I found out a race car is a race car. The basics were the same. I was making sure not to make any mistakes. I knew there was more left in the car and more left in me. I knew we could run closer to him, if not as quick.”

    http://www.motorsportmagazine.com/history/f1/rick-mears-s-1980-f1-tests-brabham