Barrichello “made in Holland”

15000022_816804971793006_6543959370286869760_o-728x436
Este será o brinquedinho de Rubens Barrichello com o qual o brasileiro – tomara – deve estrear nas 24h de Le Mans

RIO DE JANEIRO – Surpresa: aos 44 anos, Rubens Barrichello ensaia a volta às competições internacionais em 2017. O campeão brasileiro da Stock Car em 2014 vai disputar o European Le Mans Series (ELMS) e pode inclusive fazer sua estreia nas 24h de Le Mans.

Barrichello vai estar no Dallara Gibson LMP2 da foto: o carro é do Racing Team Nederland, que igualmente regressa nas provas de Endurance após uma passagem de razoável sucesso nos anos 2000, com os protótipos Dome S101 – na época a equipe se chamava Racing For Holland. Ao lado do brasileiro, estarão o veterano Jan Lammers – ele mesmo – e o também holandês Frits van Eerd.

Alucinado por desafios, Lammers parece igualmente desafiar o tempo. Aos 60 anos, o imparável holandês já esteve na Fórmula 1 depois de conquistar a F-3 europeia em 1979, disputou por 22 vezes as 24h de Le Mans (ganhou lá em 1988), ajudou Raul Boesel a se consagrar Campeão Mundial de Endurance em 1987 e também disputa o Rali Dakar de caminhão! E ainda é um bom amigo dos pilotos brasileiros. Tinha ótimas relações com Nelson Piquet, o próprio Boesel sempre foi tratado de forma cordial e agora é Barrichello quem se junta ao nascido em Zandvoort para mais uma aventura dos Países Baixos nas provas de longa duração.

Frits van Eerd, que completa a tripulação, também já esteve na disputa do Rali Dakar junto a Lammers em pesados modelos MAN e DAF, mas sua ocupação é outra: os van Eerd são donos do supermercado Jumbo, que patrocinará o Racing Team Nederland em 2017. Automobilismo para ele é hobby – o executivo também já disputou provas do BOSS GP, com carros antigos de Fórmula 1 da década passada, incluindo a Benetton Renault que foi de Jean Alesi e Gerhard Berger.

A equipe já recebeu seu protótipo e inclusive foi à pista para testes na semana passada no circuito francês de Magny-Cours, debaixo de chuva, inclusive – do jeito que o Rubens (que não andou ainda) gosta. Veja o vídeo abaixo.

A Racing Team Nederland assim se junta a DragonSpeed, Villorba Corse, United Autosports e RLR MSport como os times anunciados para o ELMS em 2017. A temporada começa em 15 de abril com as 4h de Silverstone e, com exceção de Le Mans e do Algarve, Barrichello vai competir em pistas que conhece muito bem não só da Fórmula 1 como de outras categorias – Monza, Red Bull Ring, Paul Ricard e Spa-Francorchamps, não necessariamente nessa ordem.

Sempre defendi que o Rubens, com toda a sua experiência e categoria – raras foram as vezes que vimos o piloto brasileiro cometer um erro numa pista – era um desperdício que o víssemos somente em provas de Stock Car. O ELMS, com um calendário mais limitado que o WEC, pode ser um excelente recomeço para uma carreira internacional que nunca deveria ter tido um ponto final. E tomara que Barrichello também apareça no IMSA Weather Tech SportsCar Championship, como fez este ano em Daytona e Sebring, mostrando o quanto ele ainda vale dentro das pistas.

Comentários

  • Que coincidência, no final do ano passado fui visitar meus pais no oeste do estado e mexendo em uma caixa, achei uma revista Grid com o Barrichelo na capa (época da Jordan azul e branca) que comprei com 10 anos.

    Fui dar uma olhada nela e entre outras notas – como a do terrível acidente do Fabrizio Barbazza na Imsa – e me deparei com uma que sempre me chamou a atenção: A vitória de Lammers em uma corrida de F3000 depois de mais de 10 anos sem guiar um monoposto!

    Desde então a longevidade do holandês sempre chamou muito a minha atenção. Se não me engano, esse ano mesmo ele disputou corridas com um P3.

  • Realmente muito boa notícia. Penso o mesmo sobre o Barrichello…nada contra a Stock Car, mas ele tem muito mercado…ainda mais no endurance, onde nitidamente um piloto como ele tem tudo para se dar bem.

  • Ótima notícia, Rodrigo, Torço por Rubinho e pela participação de mais brazucas nas cirridas de endurance ! Será este, tabém, um caminho para o Massa, pós Fórmula 1?