Direto do túnel do tempo (347)

4b8e1ef03824e4d4a150bb05bc5abcde
Alan Jones, que estreou na F1 em 1975, completa hoje exatos 70 anos de idade. Direto do túnel do tempo, este é o Hesketh com que estreou na categoria

 

RIO DE JANEIRO – Hoje, dia 2 de novembro, aniversaria um dos campeões da Fórmula 1. O último da Oceania, conterrâneo de Jack Brabham e vizinho de Denny Hulme. Alan Jones completa redondos 70 anos nesta quarta-feira e o blog relembra sua trajetória na categoria máxima do automobilismo.

Após o vice-campeonato na F-3 inglesa em 1973, perdendo o título para Tony Brise por dois pontos e competindo com um chassi GRD, Jones conseguiu através de Harry Stiller uma oportunidade de guiar seu primeiro carro de Fórmula 1 – o Hesketh 308 da foto, com o qual disputou quatro etapas – Espanha, Mônaco, Bélgica e Suécia. Ainda em 1975, fez seus primeiros pontos no campeonato com o 5º lugar no GP da Alemanha, a bordo do Embassy-Hill GH1.

Depois, assinou com a Surtees e fez a temporada completa de 1976. Seu carro tinha o patrocínio dos preservativos Durex, o que na conservadora Grã-Bretanha era um escândalo. A BBC, inclusive, sequer transmitiu a corrida de Brands Hatch por conta do apoio insólito. Jones foi 5º naquela corrida e na Bélgica, além de 4º no Japão. Mas nem mesmo a temporada razoável a bordo do Surtees TS18 o fez ter um lugar fixo para 1977.

A morte de Tom Pryce reabriu uma porta para o australiano e ele aproveitou a chance: além de ganhar o GP da Áustria com o Shadow DN8, ainda foi 3º colocado na Itália. Frank Williams queria Emerson Fittipaldi para guiar o carro que teria patrocínio dos petrodólares árabes. Como o bicampeão de F1 recusou, lá se foi Jones para outra porta aberta em sua carreira.

E o piloto aproveitou a oportunidade: na era do carro-asa, conquistou 11 vitórias pela equipe inglesa, o título mundial de 1980 e foi um duro rival para pilotos como Nelson Piquet, Carlos Reutemann, Jacques Laffite, Gilles Villeneuve, René Arnoux, Alain Prost e Didier Pironi. Desentendeu-se com Reutemann e decidiu se aposentar da categoria aos 35 anos. Venceu aquela que ele dizia ser sua última corrida – o GP de Las Vegas – comemorando com uma ‘banana’ no pódio (não me perguntem pra quem…) e dizendo que foi “maravilhoso” ver o argentino perder o título de 1981 para Nelson Piquet.

Jones, que tinha tendência a engordar, foi para suas fazendas na Austrália. E quando Jackie Oliver o trouxe para um retorno à categoria pela Arrows em 1983, Alan estava grotescamente gordo. Até conseguiu perder peso, mas seu retorno foi um fracasso. Mas Carl Haas, para quem Alan guiou na Can-Am e na Fórmula Indy como substituto de Mario Andretti numa prova isolada em Elkhart Lake, o trouxe de volta. Encerrou sua carreira de 116 GPs com quase 40 anos de idade, com um 4º lugar na Áustria e um 6º na Itália como seus últimos resultados nos pontos – ao todo, foram 206 somados. Depois disso, Jones voltaria às pistas apenas na Grand Prix Masters, efêmera categoria de pilotos veteranos que disputou apenas três provas.

A imagem que ilustra este post é do australiano a bordo do Hesketh 308 de Harry Stiller em Monte-Carlo, nos treinos para o GP de Mônaco de 1975.

Há 41 anos, direto do túnel do tempo.

Comentários

  • A Beatrice-Lola dos últimos tempos, já com o Ford turbo, era um carro maravilhoso de lindo!
    Boa pergunta, Rodrigo:
    Que fim levaram os carros da Grand Prix Masters?
    Abraço.
    Zé Maria

  • A morte de Pryce foi uma das mais brutais, não só da Fórmula 1, mas de todo o automobilismo, por tudo o que aconteceu!! Não sabia que essa “desgraça” acabou abrindo uma porta para Jones e, por conseguinte, alavancando de vez sua carreira! Coisas do destino…