Enfim, vitória da equipe MC Tubarão nas 500 Milhas de Londrina

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Fim da maratona num sábado quente: após quase 6h40min de disputa, o protótipo MRX Mugen #32 da MC Tubarão fatura as 500 Milhas de Londrina em sua 25ª edição (Foto: Vanderley Soares/Divulgação)

RIO DE JANEIRO – As 500 Milhas de Londrina comemoraram seu Jubileu de Prata com uma das edições mais interessantes de sua história. Principalmente porque ao longo das 263 voltas percorridas, a liderança foi ocupada por cinco carros diferentes. O imprevisível, sempre presente nas corridas longas, deu as caras e as cartas.

E ao cabo de pouco mais de 6h30min num sábado muito quente no Autódromo Internacional Ayrton Senna, venceu quem teve menos problemas: o protótipo MRX Mugen Honda #32 da equipe MC Tubarão guiado por Mauro Kern/Paulo Sousa/Tiel de Andrade prevaleceu sobre os adversários. E a equipe de Campo Bom conquistou enfim a vitória que lhes escapou das mãos no ano passado.

Após os problemas do pole position Predador dos Bana e do Lamborghini, que ficou sem pressão no sistema de câmbio paddleshift antes da primeira hora de disputa se completar, a vitória parecia definida a favor do Tornado #3 montado com motor 1,3 litro de motocicleta. Com 480 kg, o carrinho construído pelo engenheiro (e antigo piloto) Luiz Fernando Cruz, tinha um dos roncos mais sensacionais da prova. Aliás, ronco de motor de moto, dependendo de qual seja, é uma delícia.

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O Syder #73 do “Marvado” Leandro Totti chegou em 2º lugar. Ele dividiu a pilotagem com Maicom Tumiate (Foto: Vanderley Soares/Divulgação)

O carro guiado por Cali Crestani/Rafael Simon chegou a abrir nada menos que quatro voltas de vantagem para o Spyder pintado nas cores do Londrina Esporte Clube, guiado pelo “Marvado” Leandro Totti e por Maicon Tumiate – e também para o MRX da MC Tubarão, que era o líder quando parou nos boxes em decorrência de um acelerador travado.

Mas o Tornado precisou de um pit muito mais longo que o previsto. E perdeu toda a vantagem obtida ao longo da corrida. Em determinado momento, os três primeiros chegaram a ocupar a mesma volta. E com Tiel de Andrade a bordo, o #32 prevaleceu na hora final para ganhar a corrida com uma volta de avanço sobre Totti/Tumiate, que ainda passaram Crestani/Simon nos últimos instantes. A equipe MC Tubarão ganhou também na categoria II e a Totti Racing foi a vitoriosa na classe III.

Bem mais distantes em relação aos ponteiros, os paranaenses Aloysio Moreira/Luiz Bley Jr. Conseguiram um belo 4º posto geral com o Spyder VW #38, que já venceu as 500 Milhas noutras oportunidades. O protótipo 1R da SP Mec sempre incomodou lá na frente, mesmo com uma corrida bastante atribulada: chegaram a ocupar inclusive o 2º posto, mas em virtude de algumas penalizações o trio Fernando Ohashi/Emílio Padron/Fernando Fortes acabou mesmo em quinto lugar nas 500 Milhas de Londrina.

A Friato Racing salvou um ótimo 6º posto: a trinca Cesinha Bonilha/Felipe André/Enrico Bucci iria estrear um novo protótipo: um MR18 com motor Radical V8 semelhante ao do Super TC2000 argentino. O carro andou nos treinos livres, mas teve um problema sério de queda de pressão de óleo e teve que ser encostado. Ficou para a próxima: de última hora o time do próprio Cesinha colocou um Spyder VW em ação e a trinca chegou à frente do Cobalt V8 da Absoluta Racing-Tigueis, guiado por Ney Faustini/Edras Soares. Este carro, de ronco espetacular, tinha sérios problemas de consumo de óleo. Mesmo assim, acabou como um dos melhores entre os concorrentes da categoria I.

O Gol da Paline Racing, alinhado para Daniel Elias/Luiz Sena Jr./Edson Bueno fez uma corrida de muita regularidade e o carrinho vermelho seguiu célere para chegar em 8º na geral, resultado que deu a vitória ao time na classe VI e também na VII. Outro Gol, só que com pneus radiais, também fez ótima prova e completou a disputa em nono: Lucas Inoue/Marcio Imagava/Marcos Romera foram superiores aos adversários enquadrados no regulamento do Parananense e do Metropolitano de Marcas.

E pela 6ª vez, a família Pardo e seu super confiável Aldee #40 conquistaram a vitória na subdivisão IV. Ainda foram ao pódio duas vezes – porque a organização contempla o pódio geral para os 10 primeiros colocados e ainda premia os melhores nas classes, desde que tenham completado a disputa até 70% do número de voltas dos vencedores.

Destaque para a insuspeita resistência do “Fuca” #18 de Claudemir Moises/Júlio Saravy, que recebeu a quadriculada ao estilo “devagar se vai ao longe”. O carrinho completou em 13º lugar na geral e em segundo na divisão VIII, comprovando que resistência é sempre a chave para quem quer vencer ou terminar corridas de Endurance. E o índice técnico destas 500 Milhas de Londrina foi bastante bom: dos 30 carros que deram a largada às 16h deste sábado, tínhamos 22 no momento da quadriculada.

E a 26ª edição das 500 Milhas de Londrina já tem data marcada para acontecer – será novamente em novembro, no último fim de semana daquele mês. O blogueiro – e o blog – esperam estar pela terceira vez seguida acompanhando a prova que hoje é um clássico do automobilismo nacional e merecia ser melhor tratada pela mídia e principalmente pela Confederação Brasileira de Automobilismo.

Resultado final das 500 Milhas de Londrina:

1. #32 Mauro Kern/Paulo Sousa/Tiel de Andrade
Protótipo MRX Mugen Honda – categoria II
263 voltas em 6h35min37seg125

2. #73 Leandro Totti/Maicom Tumiate
Protótipo Spyder VW – categoria III
262 voltas

3. #3 Rafael Simon/Cali Crestani
Protótipo Tornado Suzuki Hayabusa – categoria II
262 voltas

4. #38 Aloysio Moreira/Luiz Bley Jr.
Protótipo Spyder VW – categoria III/II
255 voltas

5. #76 Fernando Ohashi/Emílio Padron/Fernando Fortes
Protótipo 1R – categoria III/I
249 voltas

6. #99 Cesinha Bonilha/Enrico Bucci/Felipe André
Protótipo Spyder VW – categoria III
245 voltas

7. #25 Ney Faustini/Edras Soares
Cobalt V8 – categoria I
243 voltas

8. #177 Edson Bueno/Daniel Elias/Luiz Sena Jr.
VW Gol – categoria VII/VI
232 voltas

9. #98 Márcio Imagava/Marcos Romera/Lucas Inoue
VW Gol – categoria VIII
229 voltas

10. #40 Diego Pardo/André Pardo/Admir Pardo
Aldee – categoria IV
227 voltas

Comentários

  • Infelizmente, mais uma vez não pude acompanhar a prova e quem sabe, conhecer você e o Flávio, que eu tenha melhor sorte em 2017.

    Olha sobre a mídia, eu não sei se na região do autódromo teve algo, mas eu mesmo vim saber das 500 milhas por aqui! E só de véspera li algo no site de notícias local, muito pouco, mas até entendo pelo evento ser gratuito, talvez não poder investir em divulgação.

    Adorei saber que mais da metade dos competidores terminaram a prova! Muito bom! Sucesso a todos.

  • Concordo que as 500 milhas de Londrina mereciam ser melhor tratadas pela mídia e pela Confederação Brasileira de Automobilismo, mas, Rodrigo, sua presença e divulgação são redentoras, juntamente com o trabalho de outros muito poucos.

    Quanto à CBA, melhor nem citar e torcer para que o automobilismo dependa cada vez menos do setor público e da CBA. Aliás: automobilismo, não; esporte a motor em geral.

    • Gustavo, conversei rápido depois da corrida com o Rubens Gatti, presidente da Federação Paranaense de Automobilismo.

      Não vai ser missão das mais fáceis pro Milton Sperafico derrubar a curriola do Cleyton Pinteiro. Porque não há peso de votos em relação aos filiados. Pernambuco, Paraíba e Pará têm exatamente o mesmo peso que SP, PR, SC e RS, sendo que estes quatro estados, hoje, respondem por 3/4 do que temos de automobilismo no país.