Fim de uma era: Volkswagen se despede do WRC com vitória

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Andreas Mikkelsen venceu a última prova para a VW em sua trajetória no WRC: o belo cenário da Austrália serviu como pano de fundo para o 43º triunfo do construtor alemão em 52 provas desde 2013

RIO DE JANEIRO – A Volkswagen encerra sua era de domínio no World Rally Championship (WRC) da forma mais emblemática possível: o construtor alemão, que de 2013 a 2016 se manteve no topo da pirâmide na modalidade, completando nada menos que 48.723 km de provas especiais nesse período – praticamente uma volta ao mundo – conquistou neste fim de semana sua última vitória na competição.

Já campeã entre os construtores, proporcionando igualmente um tetracampeonato histórico a Sébastien Ogier, a Volkswagen alcançou seu 43º triunfo no período, em que foram disputadas 52 etapas do WRC. O Rali da Austrália, que encerrou a temporada 2016, foi ganho de forma brilhante pelo norueguês Andreas Mikkelsen, a despeito de problemas com o cabo da embreagem de seu carro neste domingo.

Mas até para o azar há limites e o nórdico contou também com um erro de Ogier, que perdeu algo em torno de 15 segundos numa rodada, para poder faturar os 25 pontos do primeiro lugar – insuficientes, contudo, para roubar de Thierry Neuville o vice-campeonato: o belga da Hyundai chegou na terceira posição graças ao seu quinto pódio consecutivo nas últimas etapas do Mundial e ainda fez mais dois pontos extras no Power Stage. Fechou o ano com 160 pontos contra 154 de Mikkelsen, que vê seu futuro no WRC no desvio, após o anúncio da saída da Volkswagen.

Correndo praticamente em “casa”, Hayden Paddon terminou em quarto, seguido por Dani Sordo e Mads Ostberg. O companheiro deste, Eric Camilli, sofreu uma capotagem que interrompeu a primeira volta da especial de Wedding Bells.

Com poucos concorrentes no WRC2 – apenas cinco, com a desistência do tcheco Jan Kopecky – o finlandês Esapekka Lappi chegou em 8º na geral e fez não só os pontos na classificação geral, como também se garantiu como o novo campeão em sua divisão. Com quatro vitórias nas sete provas em que esteve apto a competir na temporada, Lappi fez 132 pontos e descartou um 9º lugar como pior resultado, para ficar com o total líquido de 130 pontos, dez a mais que o compatriota Teemu Sunninen e o galês Elfyn Evans.

Agora, aumenta a expectativa pelo próximo campeonato, onde se espera que tanto Ogier quanto Mikkelsen e o finlandês Jari-Matti Latvala estejam a salvo e com cockpits à disposição. E uma notícia que começa a circular é a possível participação dos VW Polo construídos dentro do novo regulamento técnico. Parece que há o interesse da Red Bull em manter os equipamentos ativos e fazer uma estrutura privada para disputar o Mundial de Rali. Resta saber se essa decisão vai ser benéfica para o WRC, que assim não perderia três carros teoricamente competitivos.

O resultado final do Rali da Austrália:

1. Mikkelsen-Jaeger (VW Polo Wrc) – 2.46’05”7
2. Ogier-Ingrassia (VW Polo Wrc) + 14”9
3. Neuville-Gilsoul (Hyundai i20 Wrc) + 1’12”6
4. Paddon-Kennard (Hyundai i20 Wrc) + 1’26”7
5. Sordo-Marti (Hyundai i20 Wrc) + 1’28”3
6. Ostberg-Floene (Ford Fiesta RS Wrc) + 1’41”5
7. Tanak-Molder (Ford Fiesta RS Wrc) + 3’04”3
8. Lappi-Ferm (Skoda Fabia R5) + 7’32”3
9. Latvala-Anttila (VW Polo Wrc) + 7’56”9
10. Bertelli-Scattolin (Ford Fiesta RS Wrc) + 8’00”1

Classificação final do campeonato:

1. Sébastien Ogier – 268 pontos
2. Thierry Neuville – 160
3. Andreas Mikkelsen – 154
4. Hayden Paddon – 138
5. Dani Sordo – 130
6. Jari-Matti Latvala – 112
7. Mads Ostberg – 102
8. Ott Tanak – 88
9. Kris Meeke – 64
10. Craig Breen – 36
11. Eric Camilli – 28
12. Esapekka Lappi – 16
13. Stéphane Lefévbre e Henning Sölberg – 14
15. Martin Prokop – 12
16. Kevin Abbring – 10
17. Pontus Tidemand e Teemu Sunninen – 8
19. Jan Kopecky – 7
20. Marcos Ligato e Elfyn Evans – 6
22. Lorenzo Bertelli – 5
23. Armin Kremer e Nicolás Fuchs – 2
25. Valeriy Gorban – 1

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