Voilà… je suis Renault R.S.17

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Visual bonito em preto e amarelo: eis o Renault R.S.17 para o Mundial de Fórmula 1 deste ano

RIO DE JANEIRO – Dizia Enzo Ferrari, do alto de sua sabedoria, que “carro bonito é aquele que vence”. É um eufemismo que, às vezes, nem sempre se cumpre. Que o diga o terceiro carro lançado para a temporada 2017 do Mundial de Fórmula 1, que nem sabemos se irá ganhar corridas. Mas que tem estilo.

Eu, por exemplo, achei muito bonito o Renault R.S.17 apresentado nesta terça-feira. Não só pelas linhas e pelo conceito, mas também pela combinação de cores. Acho bacana a mistura de preto com amarelo – e isso, aliás, a Régie sabe fazer como ninguém. A última linhagem de carros da marca do losango na F1, antes de virarem Lotus, resgatava esse visual que remetia aos anos 1970/1980.

Apesar da origem francesa, a sede da Renault de F1 é na Inglaterra e por isso mesmo não foi surpresa a apresentação do bólido em Londres. Surpresas sim foram a chegada da Castrol/British Petroleum como parceira técnica, encerrando um longo vínculo da Renault com a Total/Elf e da Mapfre como nova patrocinadora, ainda que com uma presença discreta. Interessante o logotipo da Infiniti, que vem a ser a divisão de automóveis de luxo da Nissan, em tamanho bastante respeitável – o que faz um certo sentido, pois a Renault é acionista da montadora japonesa.

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Os titulares Nico Hülkenberg e Jolyon Palmer, além do piloto reserva Sergey Sirotkin, estiveram presentes no lançamento do novo carro em Londres

A expectativa do diretor Cyril Abiteboul é que a Renault tenha possibilidade de brigar pelo 5º lugar no Mundial de Construtores deste ano. Ano passado, ainda tentando se livrar dos problemas deixados pela Lotus, a equipe não teve possibilidade nenhuma de conseguir algo melhor que oito pontos e a nona colocação. Para 2017, o principal reforço é Nico Hülkenberg, que apesar de ter perdido ano passado no confronto direto com o mexicano Sergio Pérez, ajudou a Force India a ocupar o 4º posto na classificação final. Com o alemão, a Régie espera estar na mesma fatia do bolo que, por exemplo, Williams, McLaren e a própria Force India.

O problema é o segundo piloto: Jolyon Palmer fez apenas um ponto em 20 corridas e raramente se classificava na primeira metade do pelotão para as corridas. É um tanto quanto estranho que um piloto com desempenho tão fraco tenha renovado seu contrato e Kevin Magnussen não, mas o dinamarquês teve atritos com a cúpula do time e por isso mesmo acabou dispensado. É bom que o filho do ex-piloto de F1 Jonathan Palmer esteja ligado, porque o reserva é o russo Sergey Sirotkin, doidinho para abocanhar essa vaga no futuro.

Comentários

  • – Boa sorte e sucesso ao Hulk e à equipe. O carro está bem agressivo, com detalhes pra todo lado e bela pintura. Porque se a longo a prazo não der certo essa empreitada da Renault, qualquer grupo milionário vai ressuscitar a Lotus de novo.

  • Em relação a estranha manutenção do Jolyon Palmer, provavelmente a Renault apenas respeitou um acordo prévio com o piloto, e é melhor honrar acordos do que protagonizar vexames como a Sauber em um passado recente.

  • Aguardo com certa expectativa o 1º treino deste ano.
    Só lá teremos uma imagem real do que será o campeonato deste ano. E torço para que o pelotão da frente embole um pouco.

  • Dois ou três anos e essa equipe estará brigando pelo título! Quantas vezes a Renault já mostrou sua capacidade, seja com equipe própria ou no fornecimento de motores. Quando entrou em vigor os motores híbridos, ela tinha um dos motores mais fracos, causando inclusive um “meio” rompimento com a Red Bull. Um ano depois a Red Bull voltava a vencer corridas… É questão de tempo para estar no topo.