Direto do túnel do tempo (367)

a2e681d17a5b83eb1141eef267c17f37

RIO DE JANEIRO – O piloto que está no carro da foto é um dos aniversariantes do dia no automobilismo mundial: é Riccardo Patrese, que comemora hoje 63 anos muito bem-vividos.

Esse é um flagrante da primeira prova que Riccardino liderou em sua carreira na Fórmula 1: o GP da África do Sul, em Kyalami, no ano de 1978.

Era apenas a 11ª corrida do italiano – então com 23 anos – na categoria máxima. Ele estreou em meia temporada no ano anterior defendendo a Shadow, deixando boa impressão. Quando Jackie Oliver, Dave Wass Alan Rees e Tony Southgate bateram em retirada para montar uma nova equipe, levaram Patrese junto – e todos os gabaritos do Shadow DN9. Nascia a Arrows e seu modelo A1, que seria acusado de plágio ao longo do campeonato.

Cópia descarada do Shadow DN9, o Arrows A1 estreou no GP do Brasil em Jacarepagua, pintado de branco e com o patrocínio da brasileiríssima Varig. Mas já em Kyalami, ostentava junto ao branco da estreia o dourado da Warsteiner, marca de cerveja que patrocinaria o time britânico até 1980 e cujo layout já fora visto no Hesketh de Harald Ertl em 1975.

Largando da sétima posição na África do Sul, Patrese fez uma corrida impressionante – até porque se tratava da segunda aparição da Arrows e o carro não andara bem no Rio de Janeiro. Riccardo cometeu a audácia de ultrapassar o ídolo local Jody Scheckter na 27ª volta, após superar monstros sagrados do naipe de James Hunt, Mario Andretti e Niki Lauda.

Pena que o motor Ford Cosworth do Arrows de Patrese não resistiu: quebrou na 64ª volta, quando restavam apenas onze para o final. Ronnie Peterson, que largou em décimo, seria o vencedor.

Foi uma temporada de grandes emoções para o italiano, pois ele seria 2º colocado no GP da Suécia em Anderstorp e protagonista da tragédia de Monza, que o marcaria profundamente por algum tempo.

Depois, Patrese construiu uma longa carreira na Fórmula 1, que só terminaria aos 39 anos em 1993. Disputou 256 GPs – recorde batido por Rubens Barrichello – vencendo seis vezes, com oito pole positions alcançadas e 37 pódios, fora 13 recordes de volta em prova e um vice-campeonato mundial de pilotos em 1992.

Há 39 anos, direto do túnel do tempo.

Comentários

  • O Patrese é um daqueles pilotos que ficam com fama de “segundo piloto”, muito pelo fato de correr em várias temporadas com o melhor ou um dos melhores carros do grid, e ainda sim não levar o campeonato, especialmente na parte final de sua carreira…

    • Mas isso não o fez nunca ser achincalhado na Fórmula 1. Pelo contrário: Patrese sempre foi rápido, respeitado e não falava nenhuma besteira na imprensa. Falava?

      • Exatamente Rodrigo! Até pela simpatia dele, quase sempre sorrindo… A impressão que dava é a de que ele não era “segundo piloto” no contrato, mas simplesmente o companheiro de equipe era mais rápido…

      • Infelizmente eu não tenho todos os artigos referentes ao piloto ,feitos pelo Corriere della Sera e da Autosprint ,você os teria ? pois sua postura como piloto ,interessava muito aos italianos , carentes de um piloto com potencial de campeão ,a muito tempo. E pelo jeito ,ainda estão a espera de um Valentino Rossi nas 4 rodas, Até quando ,Dio Christo???????

      • Só mais um detalhe: foi ele quem ganhou um dos GPs mais loucos da história: o GP de Mônaco de 1982, onde quem era líder abandonava, e ganhou quem chegou rsrs. No fim ninguém sabia quem tinha vencido, nem o próprio Patrese kkk.

  • De fato o A1 era uma cópia descarada do DN9 da Shadow, e durante o ano a Arrows teve que modificá-lo após ser condenada por plágio. O problema é que a situação para a Shadow ficou bem constrangedora, pois o A1 mostrou-se bem mais competitivo que o DN9, do qual ele foi copiado. A explicação dada pela Shadow foi bem compreensível. Apesar de ser cópia, o A1 era constantemente desenvolvido pelo projetista do DN9, o Southgate, que foi um dos fundadores da Arrows. Pelo menos a Shadow, venceu uma prova, o GP da Áustria de 1977, com o Alan Jones ao volante do DN8B. A Arrows retirou-se da F1 sem nunca ter vencido.