Stock Car, bola dentro

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A Stock começou muito bem a temporada 2017 em Goiânia. Que seja assim o ano todo (Foto: Fábio Davini/Vicar)

RIO DE JANEIRO – Alguns leitores me cobravam: “Por que você não escreve nada sobre a Stock Car?”

Respondi que nem sempre tenho tempo para acompanhar outras transmissões – principalmente do canal onde trabalhei no passado. Mas às vezes há brechas e nesse fim de semana consegui assistir às corridas inaugurais da temporada 2017 em Goiânia.

E gostei muito, viu… aliás, bola dentro da Vicar em padronizar o formato de disputa em duas baterias de 40 minutos – com pontuação diferente de uma para a outra. Ficou divertido também ver os carros – agora todos com a “casca” do Chevrolet Cruze II (não lembro quando e como a Peugeot tirou seu time de campo, confesso) – acendendo as luzes do botão do push to pass, que numa reta de quase 1 km em Goiânia foi acionado à vontade tanto para defesa de posição quanto de ultrapassagem.

É um campeonato também repleto de trocas de equipe – contaram 17 mudanças entre os 30 pilotos, creio – a saída de alguns patrocinadores e a chegada de outros. Vimos Daniel Serra dominar de forma exuberante a corrida #1 em sua estreia pela equipe Eurofarma, chefiada pelo competente Rosinei “Meinha” Campos e, mais legal ainda, Ricardo Zonta levar o carro da equipe Shell Racing, coordenada por Thiago Meneghel, ao primeiro lugar na segunda bateria – vindo da 25ª posição.

A vitória do Zonta foi revestida também de um outro componente, bem mais dramático: o sobrinho do ex-piloto de Fórmula 1, Billy Zonta, morreu aos 26 anos, vítima de um câncer devastador. Ricardo correu nesse fim de semana homenageando Billy com a pintura de seu capacete. Um triunfo emblemático e ao mesmo tempo muito bonito, sem dúvida alguma.

O campeonato tem Daniel Serra na liderança com 40 pontos, apenas um à frente de Max Wilson. Depois, Átila Abreu com 37, Thiago Camilo com 33 e Ricardo Maurício com 21. O atual campeão Felipe Fraga fechou a primeira rodada em oitavo com 18 pontos, mas calma… é só o começo.

A próxima etapa é no Velopark, em Nova Santa Rita. Pista curta, onde os pilotos terão que tomar o máximo de cuidado nas disputas, para não ter seus carros danificados sob pena de perderem a chance de conquistar pontos preciosos para um campeonato que promete ser muito mais equilibrado que o do ano passado.

Já estava na hora, aliás.

A Stock chegará em 2018 à sua 40ª temporada. Nenhuma outra categoria neste país durou tanto. A gente às vezes critica, enche o saco, mas é preciso reconhecer que ela tem seus méritos.

Comentários

  • Rodrigo, boa noite.
    Ajuda aí a desfazer esse mistério insondável, já virei a web do avesso e nada de resposta:
    Sabe o porque do apelido do competentíssimo Rosinei Campos ser “Meinha”?
    Abraço.
    Zé Maria

  • Obrigado pela informação Cleber. Também não sabia que o apelido “Meinha” vinha de um personagem do Chico Anísio…

    Foi bom também ver que o Rodrigo Mattar gostou do que viu ao assistir a prova da Stock Car. Como também assisti à corrida, aproveito para acrescentar que o autódromo de Goiânia, que por sinal parece estar lindo, tinha um público muito bom. O locutor e o comentarista disseram inclusive que os fins de semana de Stock Car costumam movimentar mais os hotéis e o turismo em geral do que quando há jogos da Seleção Brasileira naquela cidade.

    Por falar em público e futebol, não sei como anda atualmente a média de público da Stock Car, mas creio que continua muito boa e que continue sendo superior à do Brasileirão de Futebol, como já li há alguns anos atrás em matérias como esta do link abaixo, publicada mais ou menos na mesma época em que a categoria teve avaliação superior à da TC 2000:
    http://www.usadofacil.com.br/V2009/integra.asp?cod=1708

  • É isso mesmo que o Rodrigo Mattar escreveu…
    Gostando ou não da StockCar, impossivel não reconhecer seu bom momento financeiro e o fato de ser o que temos de bom em automobilismo no Brasil.
    Espero ler mais sobre ela aqui no blog.
    Saudacões…