Varrida: Pietro Fittipaldi vence as duas na abertura da World Series V8

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RIO DE JANEIRO – A quarta geração do sobrenome mais icônico do automobilismo brasileiro fez barulho em Silverstone na abertura da temporada 2017 da World Series V8: Pietro Fittipaldi, competindo com um carro da Lotus nas cores preta e dourada – as mesmas da lendária Lotus 72 com que o avô Emerson se consagrou campeão mundial de Fórmula 1, dominou as duas provas da rodada inaugural, vencendo pela primeira vez na categoria para fazer barba e cabelo, saindo com a liderança do campeonato embaixo do braço.

Pole position nas duas provas, o garoto de 20 anos mostrou um ritmo inicial muito forte tanto no sábado quanto no domingo. Ontem, após abrir quase sete segundos de vantagem, foi traído por um furo no escapamento, que mudou o barulho do motor e fez o propulsor perder compressão e rendimento. Apesar do contratempo, venceu com pouco mais de sete décimos de vantagem para o russo Egor Orudzhev, que acabou desclassificado na vistoria técnica porque seu carro estava fora do peso mínimo exigido pelo regulamento – que é de 712,5 kg no conjunto carro + piloto.

Hoje, a vitória foi bem menos atribulada, mas um Safety Car poderia ter mudado o panorama – principalmente se Pietro não tivesse parado nos boxes para a troca obrigatória de pneus. Uma disputa de posição entre o canadense Nelson Mason e o russo Mateevos Isaakyan, em que os dois dividiram uma curva e se acharam, acabou levando à neutralização da disputa. Mason, que se viu às voltas com problemas relativos à licença de piloto, saiu do fim de semana com a melhor volta em prova.

Com as duas vitórias, Pietro Fittipaldi emplacou 50 pontos e já abre 24 para o mexicano Alfonso Celis Jr., que já fez testes de Fórmula 1 com a equipe Force India. A categoria, que vive um momento de entressafra após a perda do apoio da Renault – que ainda assim permanece com stickers estampando o losango símbolo da marca e da Renault Sport – deve ter a volta de pelo menos mais dois carros para a etapa seguinte, marcada para Spa-Francorchamps, na Bélgica, no início de maio. Resta saber de que escuderia, já que a única cujo nome consta no site oficial da categoria e que pode regressar é a Comtec.

O que não pode é a organização achar que com 12 carros se faz um campeonato de alto nível. Ok… a Fórmula 3 Europeia não nada num mar de tranquilidade e tampouco a Fórmula 2 tem o grid de outrora. O problema da falta de pilotos não é exclusividade da World Series V8 e sim dos pilotos que não encontram oportunidades e também do momento econômico totalmente desfavorável no mundo inteiro.

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