Chris Cornell (1964-2017)

RIO DE JANEIRO – Mais um vazio na música e no rock and roll: morreu ontem aos 52 anos o cantor e compositor Chris Cornell. Ele se apresentara com o Soundgarden no Fox Theatre em Detroit e horas depois do show, veio a falecer.

Cornell começou numa banda chamada Jones Street Band e em 1984 fundou o Soundgarden, onde tocava bateria e cantava. Com a vinda de Scott Sundquist e depois de Matt Cameron, ficou apenas como frontman, eventualmente tocando guitarra. Os primeiros EPs foram lançados pela gravadora Sub Pop, de Bruce Pavitt.

Nesse interregno, um grande amigo de Chris, Andrew Wood, do Mother Love Bone, morreu de overdose. Com antigos integrantes do grupo e mais um certo Eddie Vedder e Mike McCready, gravam o único álbum do Temple of The Dog. Os remanescentes do Mother Love Bone, mais Vedder e McCready logo formariam o Pearl Jam.

Nessa época, o som de Seattle estourava no mundo inteiro e não só o Pearl Jam, mas também Nirvana – principalmente este – e Soundgarden passaram a ser cultuados mundialmente. O terceiro disco do grupo de Chris Cornell, Badmotorfinger, torna-se um clássico por conta de canções como “Rusty Cage”, “Jesus Christ Pose” e “Outshined”.

Em 1994, o Soundgarden lança aquele que é o seu trabalho de maior sucesso: Superunknown. Impulsionado pelos clipes que têm alta rotatividade na MTV, o disco vende muito. “Black Hole Sun”, “Spoonman”, “Fell On The Black Days” e a faixa-título são as mais tocadas.

Anos depois, o grupo deu um tempo, Cornell lançou Euphoria Morning, um trabalho solo – de um total de seis que faria na carreira – e em 2000 juntou-se a músicos do então finado Rage Against The Machine para formar o Audioslave, com o qual lançou três discos.

No fim de dezembro de 2011, a boa notícia: após o fim do Audioslave e de lançar mais trabalhos solo, Cornell anunciou por redes sociais que o Soundgarden estava de volta. O último disco lançado pelo grupo foi King Animal, em 2012.

Quanto à morte de Cornell, não está descartada a hipótese de suicídio. O vocalista costumava terminar os shows mais recentes do grupo com um trecho de “In A Time Of Dying”, do grupo britânico Led Zeppelin, ao final da execução de “Slaves & Bulldozers”. Se bem que isso não era novidade alguma nos shows da banda.

“Na hora do meu fim, não quero ninguém de luto. Só o que eu quero que você faça é levar meu corpo para casa. Bem, bem, bem, então eu posso morrer sossegado”, diz um trecho da letra.

Como homenagem, o blog traz o clip de “Spoonman” para lembrarmos sempre de Chris Cornell e da sonzeira do Soundgarden.