24 Horas de Le Mans: Toyota domina Journée Test
RIO DE JANEIRO – A Toyota dominou as duas sessões de treinos coletivos – o Journée Test – da 85ª edição das 24 Horas de Le Mans. Os três protótipos TS050 Hybrid do construtor japonês lideraram a folha de tempos neste domingo com os três melhores tempos, deixando a Porsche para trás e dando uma impressão inicial de que finalmente a escrita tem tudo para ser quebrada. Ano passado, eles perderam a corrida na última volta e pode ser que dessa vez seja diferente.
No primeiro treino pela manhã, o carro #8 foi o mais rápido. É o protótipo que está inscrito para Anthony Davidson/Kazuki Nakajima/Sébastien Buemi e que teve também Yuji Kunimoto como “reserva”. E Nakajima foi o autor da volta mais rápida em 3’20″778 (média de 244,4 km/h), após 49 passagens.
À tarde, numa simulação de qualificação, Kamui Kobayashi melhorou bastante o tempo mais rápido do primeiro treino e alcançou a incrível marca de 3’18″132 (247,6 km/h de média). Já há quem preveja a pole position daqui a duas semanas girando na faixa de 3’15” – o recorde atual da pista é 3’16″887 com Neel Jani, há dois anos.
Além de velocidade, a Toyota mostrou confiabilidade: o carro #9 da trinca Nicolas Lapierre/Yuji Kunimoto/José María López completou nada menos que 106 voltas ao longo das oito horas de pista disponíveis para os pilotos. Como o traçado tem 13,629 km de extensão, façamos as contas: esse bólido percorreu num único dia de treinos nada menos que 1.444,674 km – perto de um terço do que se percorrerá ao longo da disputa nos dias 17 e 18 deste mês.
A Porsche teve um treino atribulado: o carro #2 atropelou um obstáculo e teve danos na seção dianteira e no assoalho. O motor também precisou ser trocado entre as duas sessões de treinos, já que vazava óleo. Quando o carro voltou a pista, Earl Bamber conseguiu andar em 3’21″512 e fez o quarto tempo do dia. Mas a trinca formada pelo neozelandês, por Brendon Hartley e Timo Bernhard (Marc Lieb estava como reserva) foi a que menos andou entre os LMP1 de fábrica – 74 voltas apenas.
Os alemães também optaram por não fazer simulações de classificação, o que seja talvez o fator que explica a diferença para os Toyota. O carro #1 de Neel Jani/Andre Lotterer/Nick Tandy, também com Lieb na suplência, virou em 3’22″100.
O ByKolles CLM P1/01, único protótipo da classe principal que pertence a um time privado, começou apanhando de vários LMP2 no treino matinal. O ritmo do carro equipado com o motor Nissan já era melhor do que no ano passado, mas insuficiente para superar os carros da classe inferior. À tarde, Marco Bonanomi encaixou uma boa volta e cravou 3’28″701 – quase cinco segundos melhor que o 3’33″025 do último Journée Test, quando a equipe de Colin Kolles tinha o motor AER P60 biturbo.
Entre os LMP2, a Signatech Alpine fez o melhor tempo nas duas sessões. Além de cumprir o mínimo de 10 voltas obrigatórias a um piloto estreante no circuito, o brasileiro André Negrão abriu os trabalhos no treino matinal com a volta mais rápida em 3’29″809. Na parte da tarde, o francês Nelson Panciatici melhorou ainda mais o tempo do carro #35 da equipe francesa e estabeleceu 3’28″146.
A título de comparação, o melhor tempo no Journée Test da LMP2 ano passado, com outro regulamento, foi 3’36″690. Olha só a diferença que fazem 150 HP a mais no motor e o kit de aerodinâmica de baixo arrasto que os protótipos usam em Sarthe. A diferença foi de quase nove segundos a favor neste ano e poderá ser maior que essa em ritmo de classificação. Alex Brundle, da Jackie Chan DC Racing, prevê uma pole em torno de 3’26”, o que não é impossível, já que dois dos três treinos serão disputados à noite, quando a temperatura mais fria ajuda na pressão aerodinâmica.
Esse ritmo dos LMP2 hoje lembra o que era a LMP1 dos protótipos não-híbridos. Em potência de motor, são carros até inferiores que aqueles Audi e Peugeot Turbodiesel, que há 10 anos atrás fizeram a pole position em 3’26″344. Mas o que têm de aerodinâmica superior é uma grandeza. A prova disso é que o top speed do Journée Test foi de um protótipo LMP2: o italiano Roberto Lacorte, da Cetilar Villorba Corse, chegou a 341,3 km/h com seu Dallara no ponto de medição da velocidade máxima. O melhor dos LMP1 híbridos era apenas o 13º da lista – 330,8 km com Kazuki Nakajima.
O outro protótipo da divisão que virou abaixo de 3’29” no Journée Test foi o carro #24 da Manor, segundo da classe ao fim dos treinos com 3’28″844, numa volta muito boa do francês Jean-Eric Vergne. A Jackie Chan DC Racing ficou com a terceira e quinta posições, com o #26 da G-Drive Racing, assistido pela escuderia TDS Racing, em quarto.
O #13 da Vaillante Rebellion ficou com a 6ª melhor marca: Mathias Beche registrou 3’30″150 e o carro do time anglo-suíço fechou os treinos com 62 voltas percorridas. Nelsinho Piquet não andou pela manhã e à tarde completou 18 giros, o mais rápido em 3’30″696.
Bruno Senna fez a volta mais rápida do #31 durante o domingo: com 3’30″535, a melhor de suas 21 passagens, o sobrinho do tricampeão de Fórmula 1 Ayrton Senna foi o décimo na classificação entre os LMP2.
Rubens Barrichello completou suas primeiras voltas na pista e figurou como o segundo mais rápido no speed trap (340,4 km/h) ao longo do dia. Mas em matéria de performance no resto do traçado o Dallara P217 ainda ficou devendo em relação aos Oreca: o melhor tempo do experiente piloto foi 3’33″304, após 40 voltas. Entre os 25 carros da categoria, a Racing Team Nederland ficou com a 16ª colocação. Já o melhor LMP2 não-Oreca foi o Ligier #32 da United Autosports, com Filipe Albuquerque a marcar 3’31″907.
Na LMGTE-PRO, a Corvette aproveitou os minutos finais da sessão para mandar Oliver Gavin à pista e superar o tempo do Porsche #91 de Fred Makowiecki. O britânico encaixou uma boa volta em 3’54″701 e foi o piloto mais rápido da categoria no Journée Test, após 74 voltas. Aliás, Porsche e Corvette se revezaram nas quatro primeiras colocações, seguidos pelos dois Aston Martin oficiais de fábrica.
Antes favoritos, os Ford GT EcoBoost e as três Ferrari 488 GTE foram superadas – estariam escondendo o jogo? Certo é que a melhor Ferrari foi a #71 da AF Corse com 3’55″385, tempo cravado por Davide Rigon. E o Ford mais veloz do dia foi o de Richard Westbrook, em 3’57″536.
Entre os brasileiros que treinaram – a exceção foi Tony Kanaan, que está a serviço da Ganassi no GP de Detroit da Fórmula Indy – Lucas Di Grassi completou 37 voltas com a Ferrari #51 da AF Corse, conseguindo a marca de 3’56″265. Daniel Serra andou somente pela manhã, completando as 10 voltas obrigatórias para os pilotos novatos na pista – e fez um bom tempo com o Aston Martin #97, virando 3’56″735. Pipo Derani deu 45 voltas, a melhor delas em 3’58″046.
Entre os LMGTE-AM, o português Pedro Lamy conseguiu uma volta excelente e registrou o melhor tempo do teste em sua categoria – 3’58″250. O piloto da Aston Martin foi apenas 0″052 mais rápido que o brasileiro Fernando Rees, outro que andou muito bem com o Corvette C7-R da escuderia francesa Larbre Competition.
Matteo Cairoli foi o 3º colocado com o Porsche 991 RSR da Dempsey Racing-Proton, tendo sido o mais rápido na parte matinal dos testes. O italiano rodou em 3’58″449, seguido pela Ferrari do estadunidense Townsend Bell – 3’58″599 e por Marco Cioci, em 3’58″804. Onze dos 16 carros inscritos viraram abaixo de 4 minutos na categoria. E o pior tempo entre os 60 inscritos foi do #60 da Clearwater Racing, com Hiroki Katoh alcançando 4’05″248.
O companheiro dele, Richard Wee (outro dos estreantes em Sarthe), fechou a raia como o mais lento: entre titulares e reservas, treinaram 187 pilotos e o tempo do representante de Cingapura foi disparado o pior – 4’11″411.
Nesta semana, várias equipes devem efetuar treinos no circuito Bugatti, de menor extensão. As atividades de pista para a 85ª edição das 24 Horas de Le Mans serão retomadas na quarta-feira, dia 14 de junho, com a realização de uma sessão de treinos livres e a disputa do primeiro treino classificatório, que já indicará a pole provisória ou – dependendo se o tempo piorar no dia seguinte – definitiva.
Lendo seu texto, se entendi direito, os melhores LMP1 vão andar na casa dos 3:18 – 3:22 durante a prova. E os LMP2 vão de 3:28 a ,,, 3:35 . Sendo que de topo speed parece que os LPM2 em principio estão mais rápidos. Isso me anima no ponto de vista que há uma chance melhor este ano, do que o ano passado dos LMP2 chegarem no podio da geral. Temos poucos LMP1 e vai que um ou outro tem problemas e percam voltas, mesmo que terminem rodando dá para um LMP2 que passar ileso chegar disputando posição. Ok, isso é quase um sonho, uma viagem, visto que 3:18 por volta significa um carro mais ou menos 5% mais rápido que um que rode a 3:28, o que para equiparar as distâncias no final significa que o LMP1 deveria perder mais de uma hora no boxes. (obs.: Antes que me apedrejem, fiz apenas umas contas simples, nem fui atrás de pesquisar autonomia, tempo de parada de boxes, etc..Fiz a conta apenas pelo tempo de volta…)
Acho que o Wec é um grande campeonato, mesmo se não tivesse le mans ,acompanho sempre as provas pela Internet e concluo que esse ano temos a menor diferença da história do wec da LMP1 para a Lmp2 em termos de tempo de volta e imagine só se todos os LMP1 não completassem a prova, com apenas 5 carros lmp1 híbridos não podemos considerar isso impossível mas vamos ter um equilíbrio muito grande e olho no trio B.Senha,N.Prost e J.Canal 2 platinas e 1 prata e fico um pouco triste por termos 9 Basileiros e nenhum brigando pela vitória geral na LMP1 o que nunca conseguimos em Sarthe
Eis que aqui estou de queixo caído com os novos LMP2 com velocidades acima de 340km/H, ou seja 10/15km mais rápidos na Mulsanne que os P1!!
Pessoal da P1 pode se preparar pra apertar o botão do farol mais vezes, pois terão um forte problemas em ultrapassar nas retasos P2.
Rodrigo, quanto custa para um gentleman driver tipo esse Richard Wee alugar um banco em Le Mans ? Tô só pelo sonho mesmo….obigado, abraço
Custa um bom dinheiro.