Direto do túnel do tempo (373)
RIO DE JANEIRO – A Fórmula Nippon (hoje conhecida como Super Formula), por incrível que pareça, foi a responsável por levar diversos pilotos que trocaram a Europa pelo automobilismo nipônico, para a Fórmula 1. Afinal, pagando bem, que mal tem?
Na verdade, a categoria teve vários nomes no passado: Fórmula 2000 de 1973 a 1977, Fórmula 2 de 1978 a 1986 e Fórmula 3000 a partir de 1987, até 1995. Entre seus “exilados”, havia nomes como os de Heinz-Harald Frentzen e Mika Salo, que estavam meio que no limbo e foram descobertos pelas equipes da categoria máxima.
Não foram os únicos. Ralf Schumacher ganhou a série em 1996 e logo seguiu para a Fórmula 1. Está certo que Norberto Fontana aproveitou a ocasião e conseguiu uma vaga de piloto de testes da Sauber, mas ninguém é perfeito.
Agora, ninguém deitou e rolou num campeonato da Fórmula Nippon quanto o piloto do carro que ilustra essa postagem.
Pedro de la Rosa, então com 26 anos, mudou-se para o automobilismo japonês em 1995, foi campeão da Fórmula 3 local e após a 8ª posição na temporada de 1996 da Fórmula Nippon, foi contratado pelo Shionogi Team Nova para guiar o Lola T97/51 alinhado pela equipe. E fez a festa.
Logo no início da temporada, ganhou duas provas seguidas em Suzuka e Mine, chegando em 2º na corrida em que Takuya Kurosawa venceu em Fuji. Pareceu que haveria uma batalha equilibrada pelo título, mas o japonês do Team Impul conseguiu a façanha de emplacar SEIS abandonos consecutivos.
Já o espanhol de la Rosa fez sua parte: ganhou mais quatro corridas em Sugo, Fuji, Twin Ring Motegi e mais outra em Suzuka, além de conquistar mais três pódios. Fechou o ano com 82 pontos somados de 100 possíveis. Foi campeão com uma antecipação nunca antes vista na categoria. E a diferença para Kurosawa – que ainda foi o vice-campeão – foi de 54 pontos.
Há 20 anos, direto do túnel do tempo.
Este não teve uma carreira muito destacada na Fórmula Um.
Só um pódio em 106 largadas.
Segundo seu próprio site ele foi piloto de testes da Ferrari em 2013 e 2014.
Na Wikipédia diz que ele foi piloto de testes na Fórmula E.
Não dizem o que faz hoje.
https://en.wikipedia.org/wiki/Pedro_de_la_Rosa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_de_la_Rosa
http://www.pedrodelarosa.com/
Não sei hoje, mas ele sempre teve um restaurante, se não me engano, em Valência.
No final das contas, um piloto que correu muito pouco, anos e anos gravitando em torno da F1 e nada de categorias onde seria muito bem vindo, como DTM ou LMS/WEC.
Pedro de la Rosa atualmente é comentarista de F1 no canal espanhol Movistar.
Normalmente a Nippon é bem equilibrada, mas realmente essa performance do de la Rosa, juntamente com a do Tora Takagi em 2000 ou 2001, foram as duas maiores dominações nessa categoria,
Por último, apenas uma correção: O Fontana conseguiu a vaga de piloto de testes na Sauber em 95, quando ele dominou o Campeonato Alemão de F3 (se eu não me engano, ele foi campeão com quase 100 pontos a mais que o segundo colocado, Ralf Schumacher). Os dois, curiosamente, optaram por disputar a Formula Nippon em 96, haja vista que a F3000 passava por período de incerteza devido a uma profunda remodelação no regulamento. Infelizmente, para o Fontana, foi aí que sua carreira começou a andar pra trás. Com apenas 22 anos, ele já veria todas as suas chances de uma carreira na F1 acabarem depois da fraquíssima passagem pela Sauber em 97.