Amarcord

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RIO DE JANEIRO – Quem acompanhou a transmissão das 6h de Watkins Glen no último domingo percebeu que, em dado momento da corrida, eu e o mestre Edgard Mello Fº, falando sobre as características dos protótipos bipostos que disputam a IMSA na série Prototype Challenge, rememoramos a famosa prova italiana Mille Miglia, disputada de Roma a Brescia entre 1927 e 1957, com uma interrupção entre 1938 e 1947 a mando do regime fascista.

E que citamos o filme “Amarcord”, de Federico Fellini.

Por um motivo simples: a película é autobiográfica e entre as memórias do gênio do cinema italiano estão justamente as lendárias edições da Mille Miglia, onde os carros corriam com piloto e copiloto. Stirling Moss é o dono do recorde histórico em conjunto com o jornalista Dennis Jenkinson, em 1955. Pouco tempo depois, na chamada “Tragedia di Guidizzolo”, infelizmente morreu o espanhol Alfonso “Cabeza de Vaca” de Portago, já celebrado como um dos grandes pilotos da Ferrari.

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Quem ficou de ouvido ligadíssimo foi o querido amigo Antonio Seabra, que embora não tenha assistido à corrida inteira, estava conosco no momento em que falávamos de “Amarcord” e da Mille Miglia. E eis que ele escreveu pra mim o seguinte, via e-mail.

“Quando fui a Toscana em 2015, andando pelas estradinhas locais, fui parar em uma cidadezinha chamada San Quirico D’Orcia. Depois de visitar a cidade, na saída minha mulher, Christina, me chamou a atenção para um busto de bronze. Veja só nas fotos o que era!

Essa ponte que aparece nas fotos era parte do trajeto da Mille Miglia! Rodando por aquelas estradinhas, sem querer eu estava andando a alguns km sobre um traçado histórico…”

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Pois é: o busto de bronze é de ninguém menos que Tazio Nuvolari, repetindo o gesto de saudação ao Duce Benito Mussolini, quando da lendária vitória do italiano no GP de Nürburgring em que o Mantuano Voador derrotou sozinho os esquadrões de Mercedes-Benz e Auto Union, naquela que é considerada pelos (bem) mais nostálgicos como a maior corrida de todos os tempos. E Nuvolari está no chamado Albo d’Oro da história, pois ganhou a competição em 1930 e também em 1933.

Sensacional!

Comentários

  • Em tempos recentes a MIlle Miglia tem sido repetida em uma especie de Rally de carros históricos, as vezes com a participação de grandes pilotos do passado. Acaba sendo grande desfile de maquinas fantásticas pelas incríveis estradinhas do interior da Itália., passando por muitas cidades históricas.
    E também foi criado em Brescia, nas instalações de antigo mosteiro, o Museu das 1000 MIglia, local onde esses carros clássicos partem para o Rally.