Surpresa: Joest e Mazda unem forças para a IMSA em 2018

2017 WeatherTech Sportscar Championship Roar Daytona Testing
Mazda informa: sai a SpeedSource, parceira de mais de 20 anos, e entra ninguém mais, ninguém menos, que a Joest Racing. Ano que vem, a equipe passa a se chamar Mazda Team Joest

RIO DE JANEIRO (Por essa, ninguém esperava!) – Reviravolta meteorológica no Sul e Sudeste do Brasil, com o sol dando lugar a frio e chuva e também no IMSA Weather Tech SportsCar Championship, acontece outra reviravolta, surpreendente: a Mazda anunciou hoje que a nova parceira da marca japonesa no desenvolvimento do projeto DPi é ninguém menos que a Joest Racing, a mesma organização que dava suporte ao vitorioso programa da Audi no WEC, 24 Horas de Le Mans e no extinto certame American Le Mans Series.

O anúncio significa também o fim da parceria entre o construtor e a equipe SpeedSource, de Sylvain Tremblay, presente há duas décadas no desenvolvimento da Mazda tanto nas provas de Grã-Turismo com o modelo RX-8 trirotor como também nos protótipos, incluindo a fracassada versão do motor Skyactiv-D movido a Diesel.

A Mazda confirmou também que não vai mais disputar o restante da temporada da IMSA, reduzindo o plantel dos Protótipos a oito carros (pelo menos) em Laguna Seca e Elkhart Lake, já que na Petit Le Mans a Rebellion e a Penske devem participar. Para já, o objetivo é testar e aperfeiçoar o Mazda RT24-P DPi já que, apesar dos pódios nas últimas etapas, o carro apresentou uma crônica falta de ritmo em relação não só aos Cadillac e Nissan como também ao LMP2 da JDC-Miller Motorsports.

Um agravante para essa diferença de rendimento pode estar no chassi. O modelo Riley MK30 que serve de base para o DPi da Mazda, só foi competitivo até aqui em condições extremas como na chuva, em Daytona, onde equipamentos bons e ruins se nivelam – normalmente por baixo.

De resto, o carro não andou bem noutras pistas e isso apenas dá munição para que as equipes não queiram investir na compra destes chassis produzidos pela Multimatic, que inclusive rompeu a parceria com a Riley Technologies para assumir sozinha o desafio de desenvolver o carro. Como não há “tokens” de upgrade para os protótipos da classe LMP2, a Mazda e a Joest Racing terão que esperar até o fim do ano para sonhar com algo melhor em 2018.

Segundo a Racer Magazine, as tratativas entre a equipe de origem alemã e o construtor nipônico já vinham de vários meses e provavelmente começaram após as 24 Horas de Daytona, quando Ralf Jüttner, braço direito de Reinhold Joest, esteve na Flórida no que foi o início de uma sondagem do terreno. Mais do que uma visita de cortesia, foi o pontapé inicial para o anúncio deste projeto que visa deixar os carros ainda mais competitivos para a próxima temporada. As instalações do time serão em Atlanta, na Geórgia, perto do mesmo local onde a equipe trabalhou em seus tempos de EUA na ALMS.

E a Mazda que não durma no ponto, porque com a vinda da Acura via Penske, aumenta sem dúvida a responsabilidade de qualquer equipe que vise investir num projeto semelhante daqui a diante na categoria.

Sobre os testes que tomarão parte do tempo até o fim do ano, estes serão conduzidos exatamente pelos pilotos que faziam parte da associação com a SpeedSource, ou seja: Jonathan Bomarito, Tom Long, Tristan Nunez e Joel Miller. Pode ser que alguns deles sejam aproveitados como titulares em 2018, até porque não se falou em nomes. Mas certamente a Mazda e a Joest vão em busca de nomes fortes no mercado para deixar a equipe ainda mais forte.

Comentários

  • E a IMSA dá mais uma surra na ACO ao montar um regulamento competitivo e que atrai marcas e equipes de sucesso. Enquanto a LMP1 vai sofrendo debandada, a DPi vai crescendo cada vez mais…

    • E digo mais, a ACO tem medo da DPi! Por isso vai manter o “impedimento” deles participarem fora da IMSA. Porque, oras, se o argumento é performance, eles já não disputam com P2 nos EUA?

      É o ego de quem percebeu que o outro arrumou uma solução melhor.

  • O Weather Tech SportCars Championship ta muito melhor e mais competitivo do que a WEC, apesar de gostar de ambos, a IMSA ta muito melhor e com pistas muito legais..

  • No primeiro momento em que me deparei com essa notícia pensei “oba, mais alguns Mazda no grid!”. Infelizmente num foi exatamente isso, pelo contrário, vai ser MENOS Mazda no grid por enquanto, mas provavelmente por um bom motivo.

    Esse rompimento com a Speedsource não deve ter sido dos mais bonitos não. O que é estranho e normal ao mesmo tempo. O primeiro visto o tempo em que ambas as empresas tem sido parceiras (e tiveram sucesso no passado), o último pois apesar do Multimatic não estar 100%, a Speedsource não foi lá uma das equipes mais proficientes esse ano.

    Além disso, se o rompimento tivesse sido bem mais natural, seria possível ao menos manter 1 carro competindo e outro testando (o regulamento permite?), abdicar da participação assim é bem radical, de qualquer forma.

    Enfim, de qualquer maneira, espero que a Joest consiga desenvolver um pacote no nível dos Cadillac-Dallara para termos uma categoria ainda melhor ano que vem, e sem precisar de BoPs exagerados nos brinquedos da GM.