65 vezes Piquet

 

 

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RIO DE JANEIRO (Parabéns, tricampeão!) – No traço genial de Bruno Mantovani, a homenagem a um dos gênios do automobilismo em toda a sua história. Ontem, Nelson Piquet Souto Maior completou 65 anos de idade. O grande tricampeão mundial de Fórmula 1, orgulhoso pai de sete filhos, empresário bem-sucedido a ponto de ter conseguido ganhar mais dinheiro fora da pista do que dentro dela, merece sempre a lembrança nesta data. Mesmo que seja avesso a homenagens, garanto que Piquet se sente muito envaidecido quando é lembrado. Principalmente por suas frases – algumas hilárias, outras desconcertantes.

Nelson não tinha alvos preferenciais, mas nós da imprensa – em especial os jornalistas que ele sempre taxava de “idiotas” – sempre fomos alvejados com vários de seus petardos. Sobrava também para seus adversários, principalmente seus maiores rivais nas pistas, fosse quem fosse, ano após ano.

Por isso, o blog traz agora uma compilação de 65 aforismos imortais de e sobre um gênio da raça. Que, inclusive, merece aqui no Brasil ou mesmo no mundo todo, uma biografia à altura de sua história.

Espero que ninguém espere ver Nelson morrer para fazer justiça.

E aguardem os próximos dias: vai começar aqui a série especial “Triquet 30 anos”, em alusão ao ano de 1987 em que ele se consagrou três vezes campeão.

“Vai dar pra ganhar hoje, Nelson?”
“Eu não sou mago. Sou piloto.”
(resposta atravessada ao então repórter da TV Globo Eloir Maciel – 1982)

“Como é que está o carro?”
“Uma merda.”
“E o estado de espírito?”
“Igual ao carro, outra merda.”
(diálogo com Marcus Zamponi nos boxes de Jacarepaguá reproduzido na revista Auto Esporte – GP do Brasil, 1988)

“Salazar não é piloto, nunca foi. É motorista!”
(Piquet enfurecido com o chileno Eliseo Salzar, após um acidente em Hockenheim – GP da Alemanha, 1982)

“O meu sangue tem mais gasolina que hemoglobina.”
(dez entre dez apaixonados pela velocidade são capazes de dizer isso)

“Se tiver, eu como.”
(perguntado se havia algum homossexual entre os pilotos)

“Quando eu descobria alguma coisa boa pro meu carro, eu falava em cima da hora. Assim não dava pro Mansell aproveitar.”
(no auge da rivalidade com o inglês Nigel Mansell, 1986/1987)

“Ele (Mansell) tem as duas mulheres mais feias da Fórmula 1. Uma é a esposa dele. A outra é a estátua da esposa que ele mandou fazer e colocou no jardim de casa.”
(idem)

“A diferença entre mim e Mansell é a seguinte: eu gosto de mulher bonita e ele, de mulher feia. Eu jogo tênis e ele, golfe. Eu tenho três títulos mundiais. Ele, nenhum.”
(Piquet depois do tri, 1987)

“Já está eleita a pergunta idiota da tarde. Alguém vai fazer mais outra?”
(respondendo ao repórter Fernando Duarte, de “O Globo”, sobre os riscos de Nelsinho, à época no kart, sofrer um grave acidente – 1997)

“Vou ser campeão mundial de novo.”
(frase que deixou muito francês morrendo de rir, pelo excesso de confiança do brasileiro, que estava atrás de Alain Prost, René Arnoux e Patrick Tambay no campeonato – 1983)

“Estou nas nuvens. Sinto-me como se não fosse humano.”
(em entrevista histórica a Reginaldo Leme, abraçado à mulher Sylvia nos boxes de Kyalami após a conquista do bicampeonato – GP da África do Sul, 1983)

“Para quem você dedica este título?”
“Para Nelson Piquet.”
(em entrevista à extinta revista Grid após o tricampeonato – 1987)

“Os carros da Ferrari são verdadeiros caixões sobre rodas. Bateu, morreu.”
(sobre os acidentes de Gilles Villeneuve e Didier Pironi – 1982)

“Não sei quem passou a chamá-lo de Professor. Ele foi o tipo que mais fez asneiras na Fórmula 1.”
(sobre Alain Prost)

“Digo o que penso e depois me arrependo. Muitas vezes. Mas se pensasse bem antes de falar, seria como o Emerson (Fittipaldi), que só fala bem de todo mundo.”
(momento de auto-reflexão)

“Nossa amizade vale mais do que os três pontos que você iria marcar!”
(em diálogo com o italiano Andrea de Cesaris, que ‘trocou de mal’ com Piquet após um acidente no GP de Mônaco – 1989)

“Andar atrás para quem sempre largou na frente é um inferno. É um risco o tempo todo. Sabe o que é largar atrás ou ao lado do Andrea de Cesaris? Afora os caras que não conseguem enxergar para a frente? Você perde logo a motivação de correr.”
(sobre sua aparente ‘perda de motivação’ na Fórmula 1 – 1989)

“Gilles usava um capacete de número menor. A cabeça ficava apertada e é por isso que ele desandava a fazer besteira.”
(observação bem peculiar sobre o estilo arrojado de Gilles Villeneuve)

“O Jones é um imbecil. Na próxima oportunidade, jogo ele para fora.”
(revoltado com Alan Jones após um acidente no GP da Bélgica – 1981)

“Os franceses fizeram de tudo para que o Prost vencesse. E conseguiram.”
(outro momento de revolta de Piquet após a interrupção do GP da França, que liderava, por causa de uma chuva torrencial – 1981)

“O idiota do Prost pôs tudo a perder.”
(sobre um acidente no início do GP do México, que fez Piquet cair para último – 1987)

“Senna é um freio de mão.”
(início da rusga com Ayrton Senna, que não lhe cedeu passagem de nenhuma forma no GP de Portugal – 1986)

“A Indy é um brinquedo para velhos aposentados. Como eu.”
(antes do grave acidente nos treinos para as 500 Milhas de Indianápolis – 1992)

“Nunca tive medo da morte. O que eu não quero é ficar aleijado. Disso tenho um medo que me pelo.”
(questionado sobre o medo de sofrer acidentes)

“O trânsito no Brasil é muito mais fatal do que qualquer circuito de Fórmula 1.”
(uma verdade dita pelo tricampeão)

“Ele não era meu inimigo. Era meu concorrente.”
(Piquet sobre Senna, nos boxes do kartódromo de Florianópolis no dia da morte do tricampeão – 1994)

“O dinheiro é importante.”
“Lógico, é muito importante.”
“E as mulheres?”
“Ajudam a gastá-lo.”
(mais Nelson Piquet, impossível)

“Se eu fosse você, contratava aquele brasileiro ali.”
(Jack Brabham a Bob Sparshott, que buscava um piloto para sua equipe particular de Fórmula 1, a BS Fabrications – 1978)

“Aposto todo meu dinheiro, como quem quiser, que Nelson Piquet será campeão em no máximo três anos.”
(Dave Simms, sobre o então estreante na Fórmula 1 que de fato seria campeão em 1981 – 1978)

“Perdi para o garoto que um dia limpou as rodas do meu carro.”
(Carlos Reutemann, após a derrota no GP de Las Vegas – 1981)

“Dei a ele o melhor carro que teve nas mãos. Mas ele foi um idiota.”
(Bernie Ecclestone, jogando para a galera após o GP do Brasil em que Piquet não correu com pneus de chuva. A culpa, na verdade, foi do mecânico chefe Alastair Caldwell, que foi demitido – 1981)

“Dirigir um Fórmula 1 nas ruas de Mônaco é como andar de motocicleta na sala de jantar.”
(aforismo imortal de Piquet sobre o circuito de Monte-Carlo, que lhe causava náuseas)

“O Mansell é um idiota veloz. O Prost é um babaca. O (Patrick) Tambay é um cara cheio de frescura. O (René) Arnoux é um idiota de QI 12. Como posso ser amigo desses caras todos?”
(disparando a metralhadora giratória em seus adversários)

“Quando se quer prejudicar, ou alcançar determinado tipo de objetivo, a razão não interessa. Você tem que perguntar isso a eles. O difícil é explicar o abandono de um programa de evolução na Fórmula 1.”
(sobre a categoria máxima)

“Acho que ele (Flavio Briatore) não me conhecia. Fechamos um contrato por US$ 100 mil por ponto marcado no campeonato, mais um bônus por vitórias. No fundo, ele achava que ia me pagar pouco. Ganhei US$ 8 milhões, venci duas corridas e só cheguei atrás do Senna e do Prost.”
(sobre o contrato com a Benetton e a relação com Flavio Briatore – 1990)

“Não costumo ler jornais e passo meu tempo livre longe do automobilismo.”
(filosofia de vida do tricampeão)

“Bom é viver um dia depois do outro. Isso basta como troféu. Ganhar não é tão importante.”
(Piquet, mostrando seu desapego às conquistas no automobilismo)

“O automobilismo brasileiro não poderia estar pior.”
(batendo pesado na cartolagem em 1997, mas a frase é extemporânea)

“Na Lotus, o Ayrton ganhava menos da metade do que vivia dizendo. Eu sei porque eu vi o contrato dele.”
(pouco antes da explosão da rivalidade entre Piquet e Senna – 1987)

“Meu erro foi não ter dedicado um tempo razoável para observar a Lotus, antes de assinar o contrato.”
(referindo-se à terrível temporada de 1988, em que de tricampeão passou a mero coadjuvante, apesar de ser o piloto mais bem pago da Fórmula 1 na época)

“Meu desejo é ganhar de você. Não com você.”
(para Ron Dennis, encerrando as especulações sobre Piquet na McLaren – 1987)

“É o talento que abre portas.”
(sobre a seca de pilotos brasileiros no automobilismo internacional – 2016)

“Eu dormia dez, doze horas e passei a dormir três ou quatro. Aquela porrada me afetou psicologicamente.”
(sobre o grave acidente na curva Tamburello, no treino para o GP de San Marino – 1987)

“Foi como fazer um looping num boeing 747.”
(Jackie Stewart, tricampeão mundial de Fórmula 1, sobre a histórica manobra de Piquet sobre Senna no GP da Hungria – 1986)

“Freei uns 30, 40 metros além do que precisava. Derrapei nas quatro rodas. Mandei um gesto bacana. Mandei ele tomar no c*!”
(comentando a ultrapassagem sobre Senna em que teria mostrado o dedo médio ao piloto da Lotus – 1986)

“Quase tive um orgasmo.”
(quando venceu pela última vez na Fórmula 1, no GP do Canadá – 1991)

“Se eu tenho pena dele? Porra nenhuma! Vence quem chega primeiro.”
(idem, mas sobre Nigel Mansell, que liderava e deixou o carro morrer na última volta)

“Quando senti que a política da Williams era pior que 1986, decidi sair. Avisei o Frank da minha decisão e comecei a pensar no futuro. Mas jamais deixei de pensar no título mundial.”
(sobre a saída da Williams – 1987)

“Eu agora trabalho para mim. Não deixo passar mais nenhuma informação.”
(para Reginaldo Leme, em entrevista veiculada no programa ‘Fantástico’, da Rede Globo, após a vitória no GP da Alemanha – 1986)

“O comendador Enzo (Ferrari) é um velho gagá.”
(em lendária entrevista à revista ‘Playboy’ – consta que Piquet teria sido vetado ad eternum na Ferrari, mas a imprensa italiana e os torcedores locais o adoravam e o respeitavam)

“Ligier, Williams e Brabham são os chassis mais seguros. Renault, Ferrari e Alfa Romeo são cadeiras elétricas.”
(entrevista a Reginaldo Leme para o ‘Globo Esporte’ – 1980)

“Muito prazer! Meu nome é Nelson Piquet.”
(frase com a qual abriu a entrevista coletiva após a vitória no GP do Japão, a primeira dele num intervalo de três anos – 1990)

“Quem é Hunt?”
(respondendo com ironia às críticas do campeão de 1976, então comentarista da BBC, que o chamou de acabado no GP da Inglaterra de 1989. Detalhe: Piquet chegou em quarto)

“Ele tem uma cabeça fantástica. Não só ganha dinheiro como faz todo mundo ganhar dinheiro. Vai ser muito difícil quando ele parar.”
(sobre Bernie Ecclestone em entrevista ao site da ESPN – 2014)

“Se usasse a inteligência dele para o bem, seria presidente da república.”
(na mesma entrevista, sobre o político – e amigo de Piquet nos tempos da Camber – Luiz Estevão)

“Até meus 40 anos, nunca trabalhei. Nunca fiz porra nenhuma. Meu negócio era só corrida. Mas o desenvolvimento de trabalhar em equipe, saber como se faz e como se organizar me ajudou muito na minha vida empresarial.”
(ainda na mesma entrevista, sobre a influência de Bernie Ecclestone como gestor da Brabham e da FOM)

“Eu tinha um problema de má formação no coração e fui pesquisar o que eu podia fazer, se eu podia operar, isso e aquilo outro… e eu encontrei na Áustria um médico muito engraçado. E ele virou pra mim e falou assim. ‘Olha, você não tem que operar não, não vai acontecer nada. Você pode ter uma vida muito melhor, muito mais tranquila, isso e aquilo… fazer muitas coisas pra você prolongar a sua vida.’ Eu falei: o quê? ‘Você bebe?’ Não. ‘Então começa a beber alguma coisa. Bebida é bom, relaxa. O maior problema pro coração é o estresse. E a bebida tira o estresse…’ Comecei a beber e a bebida travava meus pés e eu bebia. E ele perguntou outra vez. ‘Você trabalha?’ Trabalho. ‘Você precisa trabalhar muito?’ Posso trabalhar menos. ‘Então trabalha só de tarde, de manhã faz alguma coisa’. Aí de manhã eu venho pra cá (o galpão de sua casa), trabalho nos carros aqui, faço o que eu quero. ‘Você tem mulher chata?’ Não. ‘Se tiver mulher chata, manda embora. Porque o que mais mata o cara é mulher chata. Mulher mata mesmo. O cara vem cheio de trabalho, a mulher enche o teu saco, é o que mais mata’.”
(em histórica entrevista para Reginaldo Leme no extinto programa “Linha de Chegada” do SporTV, quando revelou de forma inédita um problema congênito no coração que nunca o impediu de ser tricampeão de Fórmula 1 – 2011)

“Na minha época o meu ídolo era o (Jack) Brabham. Ganhou um título com o carro que ele mesmo construiu. Pra mim, aquilo era tudo. Mais do que qualquer outra coisa. O cara foi lá, pegou o engenheiro (Ron Tauranac), projetou, fez junto. E foi campeão com o carro dele. Então pra mim, aquilo lá é muito mais do que qualquer coisa que o (Michael) Schumacher está fazendo hoje, entende? Os valores são diferentes. Guiar um Fórmula 1 pra mim era uma brincadeira. Eu não precisava de preparo físico. Durante os anos, os carros foram ficando mais pesados, mais difíceis. Mas, mesmo assim, o nosso grande problema era manter o carro inteiro. Era não errar uma marcha porque quebrava os dentes, o motor. Hoje não tem mais nada disso. Então, quem sabe se botasse o Schumacher naquela época, ele iria fazer o mesmo que a gente?”
(em entrevista ao programa “Bola da Vez” no canal ESPN – 2001)

“Eu na Fórmula 3 ganhei o campeonato fácil, com o pé nas costas, porque eu inventei o aquecimento de pneus e levei isso para a Fórmula 1 (na verdade, foi a McLaren e Emerson Fittipaldi que fizeram isso pela primeira vez em 1974, no GP do Canadá). Inventei a regulagem de freios de dentro do carro mudando o balanço mais pra trás ou mais pra frente. Eu regulava todas as minhas barras estabilizadoras de dentro do carro. E por que? Porque mudava muito o tempo, chovia. Fiz isso por necessidade. Se o Schumacher corresse naquela época (1978) ele seria capaz de fazer isso? Não ganharia. Então, tudo é na hora certa. Talvez naquela época ele não seria a pessoa certa pra ganhar um campeonato e depois ser o melhor do mundo.”
(idem)

“Ron Dennis sempre foi meu inimigo. Foi na Fórmula 3, quando ele fazia o time do Chico Serra. Foi meu inimigo na Fórmula 1, porque em todos os campeonatos em que ganhei ele terminou atrás. Quando fui fazer negócio com ele, fui muito amargo já. E não deu negócio.”
(em entrevista lendária no “Roda Viva” da TV Cultura – 1994)

“Só saí da Brabham porque o Bernie desistiu do time.”
(idem)

“Eles (a Williams) tinham a suspensão ativa que eles achavam impossível de fazer funcionar e deram o projeto na minha mão. O Mansell testou uma vez, o carro arriou e ele não queria mais. Então, fiz um acordo verbal com eles de fazer todo o desenvolvimento e correr até o fim do ano. Eles concordaram. Mas eu ganhei em Monza e eles me tiraram a suspensão.”
(na mesma entrevista)

“Briatore é um sujeito pouco inteligente. Nelsinho é muito talentoso, mas é muito sofrido.”
(sobre o famoso episódio do Cingapuragate em que seu filho, então na Renault, bateu de propósito para ajudar Fernando Alonso a vencer uma corrida em 2008. No ano seguinte, foi demitido – 2009)

“Eu sabia que isso aí é crime, manipular resultado da corrida é coisa criminosa. Acaba com o esporte. Quando terminou o contrato, não tínhamos muito mais a perder, a não ser colocar em pratos limpos o que estavam fazendo com o Nelsinho o ano inteiro. Na minha carreira nunca pensaria em fazer uma coisa assim.”
(idem)

“A diferença de horário era muito grande. Ele não podia se comunicar comigo. Se ele tivesse me consultado, ele não ia fazer isso nunca.”
(sobre a batida proposital de seu filho no GP de Cingapura em 2008)

Comentários

  • Faltou a melhor: “Impossível. É Cascata”. 1991 GP Brasil ao afirmar que o piloto Ayrton Senna não venceu a corrida com apenas a sexta marcha. Só que ele esqueceu das câmeras onboards que mostravam o piloto da McLaren não trocar de marchas nas últimas sete voltas da corrida.

  • Espetacular!!! Fico imaginando se o Piquet corresse hoje, se a insípida (e chata) F-1 atual iria calá-lo (o que duvido muito). Piquet é raiz, Vettel e Hamilton, Nutella, Alonso mezzo mezzo… kkkk

  • O titular deste blog sabe muito sobre automobilismo. Desejo que venha este ano para as 12 hrs de Tarumã para poder Te dar um aperto de mão.

  • Por questão de idade, tomei contato mesmo com Piquet quando ele já estava fora da F1 e promoveu umas corridas do BPR/Fia GT aqui no brasil – Rio e Goiânia (?!), se não me engano. O cara guiava um lindíssimo McLaren F1 patrocinado pela BMW.

    Era a coisa mais legal do mundo, aquilo, um dos maiores pilotos de todos os tempos guiando um carro avançado, radical e absurdamente bonito, promovendo corridas no seu pais e até bancando uma categoria, a Espron-BMW.

    Piquet é o maior piloto brasileiro de todos os tempos, sem sombra de dúvida. Um gearhed, apaixonado por corridas, gente como a gente.

    • Gabriel, o evento do BPR foi em Curitiba e em Brasília. A entrevista – à qual eu fui, inclusive – coletiva, essa sim, foi no Rio de Janeiro.

      • Lembro que uns anos depois ele participou das Mil Milhas ao lado do Helio e do Nelsinho a bordo de um Aston Martin DB9R, também GT1.

        Na entrevista perguntaram pra ele se o Aston era um carro do nível do McLaren. A resposta foi outra pérola, mais ou menos assim:

        “Nem f*dendo, esse tem uma coluna que atrapalha tudo, e não anda nada!”

      • Essa resposta eu ouvi ao vivo. Eu tava lá quando ele falou isso.

        O Nelson só fez um turno de pilotagem, mas andou relógio, rodando sempre na casa de 1’34”. O McLaren tinha posição central, ele gostava muito do carro. E além do mais, era um projeto do Gordon Murray, que ele conhecia muito bem né?

  • – “Perdi para o garoto que um dia limpou as rodas do meu carro.”
    (Carlos Reutemann, após a derrota no GP de Las Vegas – 1981)

    A melhor! Longa vida, Nelsão!

  • Grande Rodrigo! Sensacional essa compilação de frases do genial Nelson Piquet, meu ídolo maior! Carregadas de uma sinceridade que simplesmente inexiste neste ridículo mundo do “politicamente correto”. Vamos fazer um livro sobre ele? Eu topo!