O futuro está aqui (II)

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Guiando na chuva: Matheus Leist ganhou tantas corridas quanto o campeão da Indy Lights, Kyle Kaiser. O gaúcho terminou o ano de estreia em quarto e pode ser o futuro brasileiro na Indy em 2018

RIO DE JANEIRO – A temporada 2017 da Indy Lights chegou ao fim neste fim de semana e foi uma das competições mais equilibradas da série de acesso à Fórmula Indy nos últimos anos. Infelizmente, não deu para Matheus Leist chegar ao título, mas o gaúcho de Novo Hamburgo fez um campeonato tão bom que eu não me surpreenderia se ele subir para a categoria principal em 2018, mesmo sem a taça – que ficou com Kyle Kaiser – nas mãos.

A sequência de resultados em Mid-Ohio e Gateway acabou por minar as chances do piloto da Carlin Motorsport, que teve como pontos altos as três vitórias conquistadas num total de 16 etapas, liderando (de ponta a ponta, é bom lembrar) a preliminar das 500 Milhas de Indianápolis. Ali, Leist mostrou seu talento, uma boa dose de maturidade e que estava preparado para encarar o que viesse pela frente – incluindo testes com a equipe Andretti, nos quais ele se saiu muito bem ao guiar o carro de Alexander Rossi.

O garoto de 19 anos (faz 20 nesta semana, dia 8) ainda triunfou na clássica pista de Road America e no oval de 7/8 de milha em Iowa, onde inclusive fez uma relargada antológica, passando de 10º para primeiro num espaço de três minutos. Ele também faturou duas pole positions e nas três corridas que venceu, foi o piloto que mais voltas liderou.

O campeão Kyle Kaiser, um piloto já veterano na categoria, ganhou tantas provas quanto o brasileiro – e nenhuma delas em circuitos ovais. O uruguaio Santiago Urrutia, outro que já tem alguma expertise na Indy Lights, ameaçou bastante na reta final ao vencer duas etapas – Mid-Ohio e Gateway – conquistando o vice. Colton Herta foi o maior ‘leão de treino’ da temporada, conquistando sete pole positions. Mas só ganhou no início do ano em St. Pete e Barber – e mesmo assim terminou o ano na 3ª posição.

Os outros vencedores na série em 2017 foram Zachary Claman de Melo e Aaron Telitz (ambos com um triunfo) e Nico Jamin, cuja irregularidade se manifestou a ponto do francês, considerado um dos principais favoritos ao título da categoria, terminar apenas na sétima colocação apesar das três vitórias – mesmo número alcançado por Leist e Kaiser durante a temporada.

Repito: não me surpreenderei se Matheus chegar à Indy no próximo ano. Com Hélio Castroneves cada vez mais próximo da IMSA e Tony Kanaan sem destino certo para 2018 – o que se sabe é que o veterano brasileiro tem um acerto costurado com a equipe Schmidt-Peterson após o anúncio da saída da Ganassi – não custa nada apostar em uma cara nova para o próximo ano.

O futuro está aqui. Ainda e mais uma vez.

Comentários

  • De todos, creio que este seja o que tem as melhores perspectivas de acesso rápido à uma grande categoria de monopostos como a Indy…além do mais, apesar de não ter conquistado a taça da temporada, o moleque mostrou muito potencial e capacidade e certamente suprirá a iminente “aposentadoria” dos nossos veteranos campeões Hélio e Tony.