Robert Yates (1943-2017)

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Lenda: Robert Yates sucumbiu a um câncer de fígado e morreu nesta segunda-feira, aos 74 anos

RIO DE JANEIRO – Num ano de perdas – muitas – no automobilismo mundial, talvez esta seja uma das mais sentidas. Esta terça-feira, dia 3 de outubro, começou mais triste com a notícia da morte de Robert Yates, figura lendária da Nascar e grande preparador de motores. Ele perdeu a batalha contra o câncer e partiu aos 74 anos de idade.

Sua equipe começou em 1988, quando comprou o time de Harry Ranier e levou Davey Allison ao status de estrela da companhia pela temporada inteira de 1992 com o carro #28 nas cores da Havoline/Texaco, até sua morte num acidente aéreo no ano seguinte. O carro foi revezado por Lake Speed e até por um novato chamado Robby Gordon até vir Ernie Irvan, que defendia a Morgan-McClure Motorsports.

Tudo correu bem até Irvan sofrer um acidente que o deixou em estado crítico no circuito de Michigan, quando o piloto estava numa situação de lutar pelo título da temporada de 1994. Nessa ciranda de pilotos, Kenny Wallace fechou aquela temporada e Dale Jarrett entrou em seu lugar no ano seguinte. Quando Irvan, que tinha sido dado como acabado para a Nascar, voltou às pistas, Yates não teve dúvida – expandiu a equipe para dois carros.

E as coisas começaram a dar certo a partir daí. Na verdade, Robert Yates já tinha tido sucessos na Nascar como preparador de motores, vide os títulos com Bobby Allison e Darrell Waltrip. Mas como dono de equipe, o primeiro sucesso veio em 1999 com Dale Jarrett, que depois guiaria o #88 com a lendária programação visual da UPS – e foi com ela que conquistaria a última vitória do time em 2005 – corrida disputada em Talladega que, inclusive, comentei aqui no Brasil para o canal SporTV, que detinha os direitos de transmissão da categoria naquela época.

Quem também esteve na RYR foi Elliott Sadler, que até hoje tenta um título em qualquer uma das divisões da Nascar e foi o primeiro piloto patrocinado pelos confeitos M&M’s. E do que lembro do Sadler é de uma capotagem cinematográfica com o #38  – aliás, de duas, ambas em Talladega. Na segunda delas ele conseguiu cruzar a linha final com seu Ford Taurus inteiramente destruído.

A Yates tinha também carros na Nationwide Series e entre seus pilotos, a equipe teve inclusive o belga Marc Goossens, o mesmo que hoje está no IMSA Weather Tech SportsCar Championship. O time sobreviveu até o início de 2010 e o substituto de Jarrett no #88, por pelo menos um ano, foi Ricky Rudd. Depois, esse número passaria para a Hendrick Motorsports.

Mas seus motores continuariam roncando nos carros com a marca Ford – e até hoje seguem em atividade, uma vez que seu filho Doug Yates costurou uma associação com a Roush – outra equipe de grande tradição na Nascar e igualmente craque na preparação de propulsores. Assim, os motores passaram a ter o selo de qualidade Roush-Yates, unindo dois sobrenomes lendários do automobilismo estadunidense.

Antes de ser indicado para a classe 2018 do Hall da Fama da Nascar, Robert Yates foi diagnosticado com câncer no fígado. Já em agosto deste ano, enquanto um médico desenganava-o totalmente, outro traçou um panorama mais otimista e o tranquilizou. Mas o primeiro tinha razão. Tanto que nesta segunda-feira, Yates não resistiu.

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