Para emoldurar na parede

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Entre Andreas Seidl (de óculos) e um engenheiro, Pietro Fittipaldi sorri feliz com seu desempenho no teste com o Porsche 919 Hybrid no Bahrein

RIO DE JANEIRO – Como se já não bastasse o título da World Series Fórmula V8 no fim de semana, Pietro Fittipaldi tem mais um motivo para ficar feliz. O brasileiro ganhou de prêmio a oportunidade de treinar no Bahrein com nada menos que o Porsche 919 Hybrid, protótipo que deixará saudades e conquistou, nos últimos anos e em diferentes evoluções, três campeonatos consecutivos no FIA WEC, o Campeonato Mundial de Endurance.

Hoje, com a pista aberta não só para pilotos regulares da temporada 2017 como também para novatos – como era o caso do brasileiro – Pietro foi o mais rápido dentre todos, marcando 1’42″275 em 32 voltas. E tudo isso com ninguém menos que Fernando Alonso atraindo todas as atenções da imprensa no circuito barenita.

“Foi uma honra”, comentou o neto de Emerson Fittipaldi. “A Porsche confirmou que este seria o último teste com este carro, então foi uma experiência maravilhosa. O carro é extraordinário, ouvi muita gente falando isso para mim, de como eu lidaria com um carro de tração nas quatro rodas, de como a aceleração seria fenomenal”, continuou. “E realmente é”, concluiu Pietro.

Falando de Alonso, o bicampeão mundial de Fórmula 1 experimentou aquele que tem tudo para ser um de seus novos brinquedos em 2018. E até que para quem andava num carro coberto pela primeira vez em muitos anos de carreira, Fernando não foi mal. Pelo contrário: a Toyota deu tempo de pista de sobra para ele nas quatro horas de pista aberta a todos os participantes do treino. Foram 113 voltas, perfazendo um total de 611,556 km ao longo do dia. A melhor passagem foi em 1’43″013 e o programa foi cumprido à risca, com o piloto fazendo stints de sete a oito voltas, virando na maioria das vezes tempos muito próximos. Um reloginho.

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Trocando impressões com Alex Wurz nos boxes, Fernando Alonso fez seu primeiro teste com a Toyota

Mas houve um senão na presença do asturiano no teste: Alonso recusou-se a falar com a imprensa. Provavelmente porque ainda está sob o contrato da McLaren com a Honda e ele deve ter sido instruído a agir desse modo. A gente até pode entender, mas os coleguinhas da imprensa internacional não gostaram e já estão até duvidando se a presença dele em Le Mans será benéfica para o evento. Vamos aguardar, até porque na Indy 500 o espanhol estava de bem com a vida e falante como ele só.

Alonso andou no carro #8, o mesmo que venceu as 6h do Bahrein, enquanto no #7, quem teve a oportunidade de ganhar um teste de LMP1 foi a revelação do ano na LMP2, o francês Thomas Laurent, que completou 31 voltas apenas – mas ficou a 0″260 do tempo do bicampeão.

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Dos seis novatos que andaram de LMP2, a Jackie Chan DC Racing ofereceu chance a dois: ao holandês Rinus VeeKay e ao canadense Garett Grist

Na classe inferior de protótipos, registrou-se o maior número de novatos – seis no total. E o russo Konstantin Tereschenko, da World Series Fórmula V8, foi o mais veloz com o tempo de 1’48″444, quatro décimos melhor que o francês Gabriel Aubry, de apenas 19 anos e que treinou pela Signatech-Alpine Matmut. A Jackie Chan DC Racing ofereceu o mesmo carro ao holandês Rinus Van Kalmthout, mais conhecido como Rinus VeeKay e a Garett Grist, que neste ano fez algumas corridas da IMSA.

O vice-campeão da World Series, o russo Mateevos Isaakyan, experimentou o Oreca #13 da Vaillante Rebellion, enquanto o indiano Mahaveer Raghunathan dividiu o bólido da G-Drive com Tereschenko.

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Na Ferrari LMGTE-AM da Clearwater Racing, quem testou foi o japonês Ishikawa Motoaki

Com Egor Orudzhev fora de combate em razão de uma violenta amigdalite, o plantel de rookies nos Grã-Turismo foi reduzido a apenas dois nomes: o do mexicano Alfonso Celis Jr., que deu 41 voltas na Ferrari #51 – campeã do WEC, marcando 1’59″387, além do japonês Ishikawa Motoaki, oriundo das séries Blancpain e que foi orientado pelo experiente Olivier Beretta, dividindo com o nipônico o carro da Clearwater Racing.

Miguel Molina não é propriamente um novato, mas teve a chance de completar algumas voltas no carro #71, modelo 2017, um ano mais evoluído que sua Ferrari da Spirit of Race. A Porsche testou também com Earl Bamber e Nick Tandy, dois nomes do programa LMP1, com vistas à passagem deles para o programa de Grã-Turismo em 2018, quer seja na IMSA ou até mesmo no WEC. A casa de Weissach ainda vai definir.

Comentários

  • Thomas Laurent tem tudo para se firmar como o melhor piloto de endurance da próxima década, muito menos voltas que Alonso e tão perto na tabela de tempos.

    Se eu fosse a Toyota, já teria contratado ontem.

    • Não exagere querendo ou não o Thomas Laurent ainda é piloto amador ele só andou na frente pois já tem experiência com protótipos e O Alonso sentou num carro de lmp1 pela primeira vez

      • Amador?! Dá uma pesquisada, na carreira e, principalmente, no quão ele foi mais rápido que o Oliver Jarvis, por exemplo, durante o ano todo.

        Amadores são classificados como bronze, Laurent já era prata e subiu para ouro.