Pietro Fittipaldi, o último campeão da World Series V8

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Com seis vitórias e o recorde de poles numa só temporada, Pietro Fittipaldi vence a última temporada da história da World Series Fórmula V8, mirando voos mais altos na carreira. A Fórmula 1 é o principal objetivo do neto do bicampeão Emerson Fittipaldi

RIO DE JANEIRO – Acabou neste sábado a temporada 2017 da World Series Fórmula V8. E com a bandeirada dada a René Binder no Bahrein, terminou também a história da categoria, que começou lá em 1998 como Fórmula Nissan, depois desaguando no que se chamou de World Series até o dia de hoje, 18 de novembro.

Infelizmente a categoria foi vítima de um enorme desinteresse de equipes e pilotos, apesar de todos os esforços da RPM, promotora comandada por Jaime Alguersuari, o pai do antigo piloto de Fórmula 1. Como não havia perspectiva alguma de futuro, mesmo com a parceria formada este ano com o WEC – com quem a categoria dividiu várias pistas, decidiu-se pelo fim indolor.

Durante um bom tempo, a World Series Fórmula V8 experimentou o auge. Grids cheios, equipes conhecidas, patrocínios e bons pilotos – aliás, alguns deles revelados ali, como Marc Gené, Fernando Alonso, Sebastian Vettel, Robert Kubica e Daniel Ricciardo, só para citar estes. A última temporada em que a Renault manteve o apoio à competição foi a de 2014, que teve Carlos Sainz Jr. como campeão. Daí para diante, os grids minguaram e a categoria esvaziou a ponto de chegar ao seu término.

E o último campeão é o brasileiro Pietro Fittipaldi. Como esperado, o piloto da Lotus levou a taça para casa com dois segundos lugares no Oriente Médio, sem precisar de nenhuma briga direta com o russo Matevos Isaakyan, que tinha 10 pontos de desvantagem antes da rodada barenita.

Na prova de sexta-feira, Isaakyan era o pole position e teve problemas em seu carro na formação do grid de largada. Perdeu cinco voltas e quando regressou à pista foi apenas para cumprir quilometragem. Terminou em 10º lugar e não conseguiu completar 75% da distância para poder pontuar na corrida.

Pietro fez a parte dele. Sem Isaakyan, o piloto precisava abrir 15 pontos ou mais na etapa para ter distância superior ou igual a 25, porque mesmo que o russo igualasse o rival, Fittipaldi seria campeão por ter mais vitórias. O 2º lugar bastou na vitória surpreendente do português Henrique Chaves, que fez numa só corrida muito mais do que o tosco Giuseppe Cipriani fez o campeonato inteiro.

Hoje, numa corrida sem muitos atrativos – exceto para a equipe Lotus, que com a dobradinha desbancou a SMP Racing by AVF e levou o título de escuderias do último campeonato da Fórmula V8, a vitória – pela quarta vez no ano – ficou com o austríaco René Binder. Ou seja: de um total de 18 corridas, os pilotos do time de bandeira tcheca ganharam 10.

Fittipaldi foi de novo 2º colocado e a colombiana Tatiana Calderón conseguiu a terceira colocação, enquanto Isaakyan, mesmo com problemas – de novo – fechou a disputa com o nono posto, suficiente para conquistar o vice. A vitória deu a Binder o quarto lugar no campeonato, já que ele teve mais vitórias que o israelense Roy Nissany, com quem terminou empatado com 201 pontos. Egor Orudzhev foi nocauteado por uma amigdalite e terminou a temporada na sexta posição.

Além da Superlicença que o permitirá disputar até a Fórmula 1 no futuro próximo, Pietro Fittipaldi agora pensa no futuro mirando a categoria máxima – não sem antes guiar um carro de sonho. No teste de novatos do WEC que acontecerá lá mesmo no Bahrein, o neto do bicampeão mundial Emerson Fittipaldi terá a honra de conduzir o Porsche 919 Hybrid, carro que conquistou o título mundial de Endurance em sua temporada de despedida das pistas.

Comentários

  • Daqui a uns 30 segundos o pessoal vai começar a dizer que ele tá no caminho certo e será o nosso novo herói dos domingos na F1. . .
    Não paga nem placé. . .muito fraco!

      • Amadeu, se analisar a carreira de Pietro fica difícil não ficar azedo (risos). Foi campeão numa categoria que reuniu 10 carros na ultima etapa o vencedor da corrida 1 na sexta foi um estreante , que correu no campeonato europeu de formula Renault 2.0 desse ano e ficou em 12ª lugar. O terceiro lugar da corrida 2 foi a colombiana Tatiana Calderón que em campeonatos fortes como GP3 e formula 3 europeia se destacava por ser mulher, pois seus resultados são inexpressivos. Pietro foi campeão britânico de formula Renault em 2014 vencendo 10 de 15 provas, o que ninguém sabe que foi o ultimo ano da formula Renault britânica pelo mesmo motivo da world series. O único campeonato forte que Pietro disputou foi o campeonato europeu de formula 3 em 2015 ele ficou em 14ª lugar se não estou errado tinha 30 pilotos na quele ano. Apesar disso pulou para world series em 2016 quando já não tinha apoio da Renault. Sem pachequismo Pietro procura categorias que sejam fácil de adquirir a pontuação da superlicença, não necessariamente uma categoria forte. A F2 seria o caminho natural, ele tem 36 pontos precisa de 4 se na F2 chegar em 9ª a soma das 3 ultimas temporadas serão 40 pontos e ele pode estrear em 2019. Mas o WEC na classe LMP1 também dá a pontuação da superlicença onde seria mais fácil ate agora so a Toyota esta inscrita , e são os 10 primeiros do campeonato que obtem essa pontuação.

  • Se for realmente pra F2, veremos se fará algo. O companheiro de equipe dele ano passado, o Deletraz, não fez absolutamente nada digno de nota esse ano na F2.