Dakar 2018: Walkner leva o primeiro título nas Motos

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Nos braços dos mecânicos: Matthias Walkner comemora o primeiro título dele e a manutenção da invenciblidade de 17 anos da KTM

RIO DE JANEIRO – Chega ao fim a 40ª edição do Rali Dakar e com um vencedor inédito nas Motos: aos 31 anos, o austríaco Matthias Walkner conquista seu primeiro título na competição. Foi a quarta participação do piloto que estreou em 2015 com um décimo lugar e uma vitória em especiais, chegando ao vice-campeonato no ano passado.

Uma conquista que caiu no colo? Talvez. Mas numa competição dificílima como é o Dakar e especialmente o roteiro deste ano foi considerado o mais complicado de toda a década na América do Sul, qualquer coisa pode acontecer. Vários favoritos ficaram pelo caminho – faz parte – e além de competência, o piloto tem que ter uma boa dose de sorte. Foi o que Walkner teve com sobras ao longo das duas últimas semanas.

E o afilhado do lendário Heinz Kinigadner entra para a história como o primeiro representante de seu país a ganhar o evento após um jejum de 20 anos. Em 1997, Peter Reif ganhou na categoria dos Caminhões e desde então nenhum compatriota tinha sentido o gostinho doce da vitória.

Na especial derradeira do Rali Dakar, em formato “laço”, com 120 km de percurso, Walkner tinha tudo sob controle e não precisou forçar o equipamento. Era apenas terminar e assim foi: com a 8ª colocação ao fim do dia, ele chegou lá. E deu à KTM o décimo-sétimo troféu consecutivo da marca (também austríaca) nas Motocicletas.

Outro lado positivo da competição na categoria: com o fim da hegemonia Coma-Despres, os últimos troféus do Dakar foram pulverizados entre três pilotos de nacionalidades e estilos totalmente diferentes: Toby Price (Austrália), Sam Sunderland (Grã-Bretanha) e agora Matthias Walkner (Áustria).

Grande resultado também para o argentino Kevin Benavides (Honda). Ausente da edição passada por conta de uma fratura, o piloto de Salta participou sempre competitivo desde o início e foi um sério rival à altura do título de Walkner. Talvez se não tivesse se perdido a história teria sido outra mas, repito, faz parte do show. Benavides não tem do que se queixar, pois sai como o melhor piloto sul-americano não só deste Rali Dakar como também das 40 edições em sua história. Nunca um representante do continente chegara tão bem colocado.

O australiano Toby Price completou o pódio com o 3º lugar – muito festejado por ele – seguido pelo pentacampeão mundial de Enduro Antoine Méo (outro potencial ganhador do Dakar no futuro) e por Gerard Farres Guell, que anunciou hoje sua despedida da competição entre os motociclistas – sem dizer para onde vai em 2019.

Johnny Aubert foi uma das revelações com o 6º posto, seguido do melhor novato na trilha, o espanhol Oriol Mena, que pilotou como gente grande a bordo de uma Hero Speedbrain. Pablo Quintanilla começou bem o Dakar e terminou não tão bem: chegou em oitavo, seguido do espanhol Daniel Oliveras Carreras e por mais um chileno, “Nacho” Cornejo Florimo.

A espanhola Laia Sanz terminou na 12ª colocação e ao total, 85 motociclistas terminaram a prova.

Classificação da etapa #14
Córdoba-Córdoba
120 km cronometrados – 286 km de percurso

1. #47 Kevin Benavides (Honda) – 1h26min41seg
2. #8 Toby Price (KTM) – a 54seg
3. #19 Antoine Méo (KTM) – a 2min49seg
4. #29 Daniel Oliveras Carreras (KTM) – a 3min25seg
5. #40 Johnny Aubert (Gas Gas) – a 4min19seg
6. #61 Oriol Mena (Hero Speedbrain) – a 5min01seg
7. #3 Gerard Farres Guell (KTM) – a 5min23seg
8. #2 Matthias Walkner (KTM) – a 5min38seg
9. #68 Jose Ignácio Cornejo Florimo (Honda) – a 7min57seg
10. #12 Juan Pedrero Garcia (Sherco TVS) – a 10min53seg

Classificação final extra-oficial:

1. Matthias Walkner – 43h06min01seg
2. Kevin Benavides – a 16min53seg
3. Toby Price – a 23min01seg
4. Antoine Méo – a 47min28seg
5. Gerard Farres Guell – a 1h01min04seg
6. Johnny Aubert – a 1h53min53seg
7. Oriol Mena – a 2h22min52seg
8. Pablo Quintanilla – a 2h24min05seg
9. Daniel Oliveras Carreras – a 2h37min20seg
10. Jose Ignácio Cornejo Florimo – a 2h42min56seg

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