Kanaan – de novo – em Le Mans

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RIO DE JANEIRO (Faca na caveira!) – A Ford já tem definido o seu esquadrão de pilotos para a edição 2018 das 24 Horas de Le Mans. O construtor dos EUA vai para Sarthe com quatro carros pela terceira vez consecutiva, buscando repetir a vitória conquistada em grande estilo há dois anos na classe LMGTE-PRO – que neste ano terá um plantel incrível formado por nada menos que 17 carros. E o construtor de Detroit confirmou hoje o quinto piloto brasileiro para a clássica prova francesa: campeão da Fórmula Indy e das 500 Milhas de Indianápolis, Tony Kanaan reforça a tripulação do carro #67 do WEC, que teve Pipo Derani ano passado ao lado de Harry Tincknell e Andy Priaulx.

Não deixa de ser uma surpresa, considerando que Tony não saiu de forma tão agradável assim da Chip Ganassi Racing na Fórmula Indy e pelo visto a indicação de seu nome deve ter partido da Ford Performance. Experiente, rápido e competente, Kanaan disputou as 24h de Daytona com o Ford GT EcoBoost ano passado e fez sua estreia em Sarthe como substituto de Sébastien Bourdais – que por sinal estará de volta, se não for pego pelo contrapé por algum acidente na Fórmula Indy. O mesmo se aplica ao brasileiro de 43 anos, já que os dois são rivais na IndyCar: Bourdais defende a Dale Coyne Racing e Kanaan assinou com a Foyt.

Sébastien volta ao carro #68, o mesmo que teve Tony a bordo em 2017, junto a Joey Hand e Dirk Müller. No #69 correrá o antigo parceiro de Kanaan na Indy, Scott Dixon, em mais uma participação com a equipe na tradicional prova francesa, na companhia de Richard Westbrook e Ryan Briscoe. O outro bólido do WEC, o #66, vai contar de novo com Billy Johnson a bordo junto a Olivier Pla e Stefan Mücke.

Se por um lado o retorno de Kanaan a Sarthe não deixa de ser positivo, por outro é surpreendente que a Ford e a Chip Ganassi Racing tenham preterido Pipo Derani depois de suas performances em três corridas em 2017. O jovem piloto brasileiro ajudou Tincknell e Priaulx ano passado a assumir momentaneamente a liderança do campeonato e é inegável que ele fez um ótimo trabalho, especialmente em Le Mans. Se não pintou a chance de voltar ao cockpit do #67, é porque pode haver coisas boas a caminho no horizonte.

Com a confirmação de Tony, estes são os brasileiros garantidos nas 24h de Le Mans: Bruno Senna na LMP1 pela Rebellion Racing; André Negrão (Signatech-Alpine) e Fernando Rees (Larbre Competition) na LMP2 e Augusto Farfus (BMW Team MTEK) na LMGTE-PRO.

Ainda é incerta a presença de Kanaan e de Billy Johnson na abertura do campeonato, as 6h de Spa-Francorchamps, no início de maio. Para Tony, a boa notícia é que não haverá conflito de datas com a Fórmula Indy. Mas no Prólogo, o brasileiro não poderá participar do teste em Paul Ricard por conta da prova em Phoenix no mesmo fim de semana.

Comentários

  • Pelo que vejo os terceiros nomes na lista são de pilotos convocados para Le Mans. Gostei bastante de Tony ainda na Ganassi.
    Mattar, qual a última vitória da Ferrari na GTE ou qualquer outra categoria? Sei que a última na geral foi em meia cinco.

  • O problema de competir com a Ford em Le Mans é que esse carro é um demônio de rápido, fizeram o de corrida primeiro e depois o de rua, como nos velhos tempos, além é claro dessa pilotaiada de qualidade que eles levam à corrida.

    Mas vai depender, como sempre, do BoP, do trabalho de equipe e até da sorte. A Aston Martin ano passado ganhou na LMGTE-Pro com um carro de 8 anos de estrada.

  • Realmente por esta ninguém esperava, creio que nem mesmo TK, porque ficou nítida a deterioração da relação entre o piloto e a equipe, para não dizer do próprio Chip Ganassi lá na Indy, mas como diz o ditado, o tempo é o melhor remédio…
    Pois bem, Tony já correu com Priaux e Tincknell nas 24h de Daytona do ano passado, o #67 foi P2 na Pro em Sarthe ano passado, logicamente circunstancial, já que o Jordan Taylor acabou com o Corvette na última volta…e se o BoP não matar o carro outra vez são candidatíssimos à vitória, porque as 24h de Daytona mostraram que o Ford GT provavelmente atingiu seu pico de desenvolvimento em sua terceira temporada.

    • Parar? Pilotos de verdade nunca param, veja o Barrichello que continua na ativa e vai continuar até quando der. Daí eu olho para o outro lado e vejo caras como Nico Rosberg que me parece ter seguido a carreira de piloto apenas para agradar o pai.

  • Interessante a numeração dos carros, de 66 a 69, os 4 anos seguidos em que ganharam Le Mans na geral destronando a Ferrari que dominou de 60 a 65. A partir dai nunca mais os protótipos de Maranello ganharam na geral, abandonando definitivamente a disputa a partir de 74.