Domínio de Van Gisbergen na Adelaide 500
RIO DE JANEIRO – Começou a temporada 2018 do Supercars australiano – o que em outras letras quer dizer: está aberta a temporada de caça a Jamie Whincup, o maior campeão contemporâneo da categoria. E na estreia do novo modelo da Holden com motor V6 biturbo, o resultado não poderia ter sido melhor – para um dos companheiros de equipe do atual número #1 da categoria.
Shane Van Gisbergen, campeão do certame em 2016, faturou neste fim de semana a Adelaide 500, disputada em duas provas de 78 voltas no circuito que guarda muitas semelhanças com aquele em que era disputado o GP da Austrália de Fórmula 1. Só a reta Brabham é um pouco menos extensa. A pista hoje tem 3,2 km de extensão e por isso a disputa de 500 km é dividida.
Os organizadores inclusive voltaram ao formato tradicional de duas corridas. Se vocês se lembram bem, inventaram fazer a Adelaide 500 (antiga Clipsal 500) em três baterias – duas de tiro curto com 39 voltas e a principal com 78. A inovação não deu muito certo.
Van Gisbergen esteve envolto em controvérsias desde antes da primeira corrida. Cogitou-se cassar a pole position do piloto do carro #97 pelo famoso abuso de “track limits” e até SVG estava conformado em perder o direito à posição de honra do grid de 26 carros. Mas os comissários, após deliberarem, mantiveram Shane na pole.
E ele assim rumou para a vitória no sábado, numa prova que começou tranquila com 52 voltas direto em bandeira verde e que, no período final, teve três períodos de Safety Car – pelos mais variados incidentes. O primeiro, por detritos na pista. Na segunda oportunidade, logo depois, houve um múltiplo acidente envolvendo James Golding, Richie Stanaway e Todd Hazelwood, em que Golding abandonou e Stanaway, em consequência do contato, teria problemas que o deixariam de fora na 77ª volta.
Por fim, pela terceira vez, num acidente ocorrido com Tim Blanchard, que foi ejetado para fora da pista pela suíça Simona de Silvestro, deixando o carro do adversário muito danificado.
Van Gisbergen venceu com 1″223 de vantagem sobre James Courtney, enquanto Scott McLaughlin, o principal rival de Jamie Whincup na última temporada, fechou a prova #1 com o terceiro posto, seguido por David Reynolds, Mark “Frosty” Winterbottom e pelo próprio Whincup.
Mas o final de semana, que não começou bem para o atual campeão em decorrência de um acidente nos treinos livres – que levou a equipe Triple Eight/Red Bull a varar a madrugada deixando o Holden ZB do piloto em ordem – terminaria da pior forma: uma falha no câmbio alijou Whincup da disputa na prova #2.
“A temperatura aumentou muito”, justificou. “Mas são coisas que acontecem”, conformou-se.
Como também acontece de um piloto dominar todo um fim de semana do Supercars e Van Gisbergen, novamente na pole position, conquistou outra vitória e saiu de Adelaide com 300 pontos no bolso do macacão. David Reynolds chegou em 2º lugar, mesma posição que ocupa na classificação dos pilotos. Garth Tander, que na etapa #1 acabou considerado culpado por um incidente envolvendo ainda o veterano Craig Lowndes e o piloto da Ford Cameron Waters, acabou em terceiro lugar na prova de fundo.
Por conta do ocorrido no sábado, Tander foi penalizado com a perda de cinco posições e de 15 pontos no campeonato. A Erebus Motorsport foi multada em 3 mil dólares e perdeu 30 pontos no campeonato de equipes por ter efetuado o reabastecimento do carro de Anton de Pasquale na prova #1 com os pneus do Holden ainda tocando o solo.
A próxima etapa será no fim de semana do GP da Austrália de Fórmula 1, em Melbourne. Após anos como evento extracampeonato, a prova do Supercars vai contar pontos. No total, são quatro baterias com 100 km de percurso e duas delas – novidade absoluta no evento – serão disputadas no crepúsculo, com pit stops obrigatórios. Nas outras duas, de dia, não haverá paradas de box.
Classificação do campeonato após a 1ª rodada:
1. Shane Van Gisbergen – 300 pontos
2. David Reynolds – 258
3. James Courtney – 240
4. Chaz Mostert – 216
5. Scott McLaughlin – 207
6. Garth Tander – 186 (*)
7. Craig Lowndes – 180
8. Mark Winterbottom – 177
9. Cameron Waters e Scott Pye – 168
(*) punido com a perda de 15 pontos por incidentes na prova #1
Bom dia Rodrigo, saiu uma notícia da McLaren no GTE do WEC já em 2018 isso procede ?
Sim e o carro a ser usado seria o novo McLaren Senna. Faltou informar.
Mattar, os motores Holden ainda são os V8. A Triple Eight estuda entrar um carro wildcard com o novo V6 turbo mais para o final da temporada.
Achei esquisito a Holden testar aquela perua em Mount Panorama e depois usar o ZB que tem cara de Commodore, juba de Commodore, rabo de Commodore, mas Commodore não é.
Infelizmente, o venerando sedã australiano está morto.
Haver punição à algum piloto da Triple8?? Nem pensar, tudo falacias. A direção da Supercars peca por essa “proteção abusiva”, nem vamos comentar da ultima prova da temporada 2017….
Scott McLaughlin perdeu o título por conta desse protecionismo.
Seriam Whincup e Lowndes os Jimmie Johnson australianos?
Alguém sabe como estão as novidades do campeonato? estavam cogitando mudar os carros para usarem camaros e mustangs. E os Ford e Nissan, ainda estão usando motor v8?