John Miles (1943-2018)

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Ao volante da Lotus 63 com tração integral: John Miles foi um piloto que serviu às experiências de Colin Chapman e alcançou poucos resultados na Fórmula 1. Por curto período, dividiu a equipe com Emerson Fittipaldi

RIO DE JANEIRO – Morreu no último dia 8, pouco antes de completar 75 anos, o antigo piloto britânico de Fórmula 1 John Miles. Engenheiro de formação, disputou 12 corridas pela Lotus, sendo um dos pilotos de teste da lendária equipe britânica.

A curta carreira de Miles na categoria máxima não deixou lembranças, exceto a que chegou a ser – por escasso tempo – companheiro de equipe de um novato que ascendeu da Fórmula Ford, passando por Fórmula 3 e Fórmula 2 como um foguete vindo de um país desconhecido: era Emerson Fittipaldi, com quem dividiu as garagens da Lotus em 1970.

Por sua experiência no mesmo ramo que seu patrão, Miles foi uma espécie de ‘boi de piranha’ da Lotus, sacrificando resultados para testar e evoluir o projeto do modelo 63, concebido para ter tração total nas quatro rodas. Foi uma inovação que acabou seguida por outras equipes – McLaren e Matra fizeram seus carros 4WD – sem nenhum êxito. A própria Lotus não deu sequência ao carro, que largava normalmente do meio para o fim do pelotão e só terminou uma corrida com John Miles, sendo o 10º colocado em Clermont-Ferrand, no GP da França.

Para 1970, ele foi escalado como segundo piloto de Jochen Rindt e logo conquistou o 5º lugar no GP da África do Sul, quando teve à disposição a convencional Lotus 49C, marcando assim seus dois primeiros – e únicos – pontos na Fórmula 1. Ausente das provas seguintes, quando estreava a Lotus 72 (em Mônaco ficou de fora porque a regra da época preservava os campeões mundiais), regressou na Bélgica. Foi ainda 8º colocado na França, de novo em Clermont-Ferrand e sétimo em Zandvoort. E foi tudo o que alcançou nas corridas em que participou.

Após o GP da Itália, quando Jochen Rindt sofreu seu acidente fatal nos treinos livres de sábado, Miles acertou um contrato para trabalhar como piloto de testes da BRM em 1971. E nunca mais voltou como titular na Fórmula 1. Regressaria à Lotus como engenheiro, trabalhando a partir daí na produção dos veículos de estrada construídos pelo patrão Colin Chapman.

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