Vídeos históricos: a última corrida da ChampCar (2008)

RIO DE JANEIRO – Neste dia 20 de abril, mais conhecido como amanhã, foi disputada a última prova da ChampCar: há exatamente 10 anos, a categoria se despedia das pistas com o GP de Long Beach, marcando a unificação definitiva entre aquele certame e a Indy Racing League (IRL).

Ironicamente, ambas foram fruto de dissidências, pois no final dos anos 1970, a Championship Auto Racing Teams (CART) começava sua caminhada em paralelo com o United States Auto Club (USAC), que detinha para si as 500 Milhas de Indianápolis.

Os anos se passaram e na década de 1990, quem deu o grito de independência foi Tony George, da família fundadora do Indianápolis Motor Speedway. Após uma cizânia com a CART, montou seu próprio campeonato e criou a Indy Racing League (IRL), roubando da CART a Indy 500.

Não foi uma boa experiência. Os campeonatos ficaram enfraquecidos, a IRL (que passou a se chamar IndyCar Series com a unificação) começou com alguns pilotos muito duvidosos em termos de talento e experiência, mas se fortaleceu à medida em que equipes como Penske, Ganassi e Andretti se bandeavam para o lado de quem organizava a principal prova de monopostos dos EUA.

Por isso a ChampCar, nome adotado para o campeonato da antiga CART, ficou muito enfraquecida até definhar e morrer de forma indolor no início de 2008. A lamentar que aqueles carros construídos pela Panoz – que eu achava lindos – tenham ficado em desuso.

O grid do “enterro veloz” teve 20 carros. Olha só quem participou: Justin Wilson e Graham Rahal pela Newman-Haas Racing; Oriol Serviá, Jimmy Vasser e Will Power pela KV Racing Technology; Franck Perera e Enrique Bernoldi pela Conquest Racing; Bruno Junqueira e Mário Moraes pela Dale Coyne Racing; Ernesto Viso, Nelson Philippe e Roberto Pupo Moreno com a HVM Racing/Minardi Team USA; David Martinez, Paul Tracy e Franck Montagny com a Forsythe/Pettit Racing; Alex Figge e Mario Dominguez defenderam a Pacific Coast; Antonio Pizzonia e Juho Annala pela Rocketsports e, por fim, Alex Tagliani com a Walker.

Wilson fez a última pole da história da ChampCar com Tagliani a seu lado na primeira fila e Bernoldi como o melhor brasileiro do grid, em oitavo.

Na pista, ele também se saiu melhor que Pizzonia, Moraes, Moreno e Junqueira, terminando em quarto. A vitória, após 83 voltas e 1h45min de corrida, ficou com Will Power. O australiano partiu da quarta posição e dominou praticamente toda a disputa. Montagny foi o segundo e Dominguez fechou o pódio derradeiro da categoria.

Curiosidade: no mesmo dia, lá do outro lado do mundo, era disputada a prova da IRL em Motegi e quem venceu foi… Danica Patrick! A etapa final da ChampCar teve inclusive mais carros no grid – vinte contra 18 do certame que até então só corria em circuitos ovais.

Comentários

  • Sobre esta cisão CART x IRL, que enfraqueceu a CART, fala-se que teve o dedo de Bernie, que estava preocupado com a expansão mundial da CART que começava a criar concorrência com a F1. Dizem que ele influenciou o Tony e assim fizeram o circuito misto no interior de Indianápolis para disputa da F1 . O fim do fabuloso grupo C de protótipos no inicio dos anos 90 também foi fruto deste tipo de “jogada”. ou seja interesse financeiro.

    • Eles foram usados na Superleague Fórmula. Alguns são usados na Boss GP e US Boss enquanto outros estão como carros de exposição.

      • Wallace, nenhuma unidade do DP01 foi convertida para ser usada na Superleague. A Élan usou os dados como base – principalmente monocoque e assoalho – para construir o carro da categoria europeia, mas são efetivamente projetos diferentes.

  • A IRL em 2008 já corria em mistos. Aliás se não estou enganado passaram a correr em mistos em 2005. Sonoma e Watkins Glen eram as provas de mistos.