WEC, Prólogo: Toyota confirma dobradinha, com ressalvas

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A Toyota fez ontem um tempo muito rápido no Prólogo em Paul Ricard e logo veio a explicação: sentaram a bota para testar um sistema novo de refrigeração e o carro #8 não estava conforme com a regra de Equivalência de Tecnologia do WEC

RIO DE JANEIRO – Encerrado em Le Castellet o Prólogo do Mundial de Endurance (FIA WEC). À exceção do segundo carro da Rebellion, que ainda não ficou pronto, todas as outras 35 máquinas da Super Season foram à pista francesa de Paul Ricard para um evento que mesclou duas sessões com 15 horas de duração, somadas, com um treino contínuo de simulação de 30 horas de Endurance, com números incríveis para análise.

Incrível também foi o tempo de 1’32″662 obtido ontem por Mike Conway, que acabou como o mais rápido do evento. E a explicação não tardou a chegar. ACO e FIA autorizaram os japoneses a treinar sem restrição nenhuma no carro #8, para ver até onde seria possível chegarem se não houvesse limite do fluxo de combustível por hora.

A Toyota aproveitou também para testar um novo sistema de refrigeração nesse carro, que foi exigido ao máximo. Pelo visto, Pascal Vasselon, Rob Leupen e cia. limitada ficaram bastante contentes.

Portanto, em condições normais, digamos assim, o melhor tempo foi 1’34″655, com o carro #7 guiado em sua melhor volta por Anthony Davidson. Na simulação de 30 horas, esse bólido percorreu incríveis 839 voltas sem ter apresentado um único problema. Foram mais 4.858 km percorridos em testes e essa quilometragem será muito útil para se analisar a performance com vistas principalmente à 24 Horas de Le Mans.

Cabe aqui um pequeno parêntese. Não tenho a informação de que os japoneses mandaram os pilotos não forçar muito, mas o melhor tempo no período noturno ficou na casa de 1’38”. Segundo algumas fontes da imprensa internacional, a marca exata foi 1’38″142. E aí, meus caros, os LMP1 independentes conseguiram até tempos melhores – possivelmente forçando um pouco o ritmo.

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A SMP Racing superou por pouco a Rebellion para ser a mais rápida dos LMP1 independentes

Vitaly Petrov foi o autor da melhor volta entre os independentes, registrando 1’37″074 com o carro #11 da SMP Racing, que também fez parte da simulação de 30 horas – porém, percorrendo quase um quarto da distância do Toyota. Mas não deixa de ser interessante notar que os não-híbridos evoluíram e principalmente que a diferença assustadora em relação ao #8 não reflete a realidade.

Andre Lotterer fez o quarto tempo com o #1 da Rebellion, apenas 0″010 pior que o tempo de Petrov, mas meio segundo à frente do outro BR1 guiado por Stéphane Sarrazin. A ByKolles também fez parte dos treinos de 30 horas e conseguiu a marca de 1’37″795, com Marco Bonanomi. Aliás, o time chefiado agora pelo ex-Fórmula 1 Manfredi Ravetto confirmou a possibilidade de inscrever, após Le Mans, um segundo carro até o fim da temporada.

Que ótimo para a LMP1 e para a Super Season. Quanto mais carros, melhor!

Nesse comparativo de times não-oficiais, Manor e DragonSpeed ficaram para trás em relação às demais. A Manor ainda viu o carro #5 – que ficou pronto quase de última hora – conseguir percorrer mais giros que o carro #6, já testado desde que ficou pronto. Porém, o melhor tempo desse novo bólido ainda ficou devendo em relação ao outro. A DragonSpeed rodou em 1’38″264 na sua melhor volta, com o holandês Renger Van der Zande.

Bruno Senna fez 77 voltas no Prólogo – a melhor delas em 1’38″285. No total, o carro #1 percorreu 263 voltas no evento.

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O Dallara P217 continua como o carro mais rápido de velocidade de ponta na LMP2. Hoje, Frits Van Eerd alcançou 319,5 km/h no speed trap em Paul Ricard

Entre os LMP2, também não houve mudanças de grande monta e a DragonSpeed saiu na frente em relação aos adversários, graças à velocidade do venezuelano Pastor Maldonado. A única alteração foi entre os franceses, já que Nicolas Lapierre melhorou a marca de André Negrão na véspera e desalojou o #28 da TDS Racing guiado por Matthieu Vaxivière da segunda posição na categoria.

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Na LMP2 deu DragonSpeed graças a Pastor Maldonado

O protótipo Dallara P217 da Racing Team Nederland – equipe que estreia no WEC – mostrou muita velocidade. Acabou como o carro mais rápido no speed trap em sua divisão, com 319,5 km/h aferidos neste sábado, quando o piloto a bordo era o holandês Frits Van Eerd.

André Negrão fechou seus testes com 99 voltas percorridas – a Signatech-Alpine Matmut cumpriu 254 – estabelecendo a marca de 1’41″568. Fernando Rees ficou a quase quatro décimos do compatriota, marcou 1’41″993 após 45 voltas e foi o mais rápido dos pilotos do novo Ligier JS P217 da Larbre Competition.

Cabe lembrar que nenhuma equipe da classe fez parte do treino de simulação de 30 horas.

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Os Porsche oficiais de fábrica fizeram a dobradinha na LMGTE-PRO

Na LMGTE-PRO, onde BMW e Aston Martin se concentraram em dar o máximo possível de quilometragem aos seus novos bólidos, a Porsche, com uma máquina mais azeitada, fez 1-2 com o carro que mais andou entre os que cumpriram os horários regulares de treino. Hoje, o italiano Gianmaria Bruni liderou a folha de tempos com 1’51″332, volta para não deixar margem a questões, já que foi meio segundo mais veloz que o companheiro de equipe, o austríaco Richard Lietz.

A Ford ficou em terceiro e quarto, com o #67 tripulado por Harry Tincknell pouca coisa mais veloz que Olivier Pla, enquanto a AF Corse veio em quinto com a Ferrari #51 dos campeões Ale Pier Guidi e James Calado – que só andaram mesmo no treino de sexta-feira.

Ah! Sim… BMW e Aston Martin também fizeram treinos quilométricos em Paul Ricard. Os bávaros ainda cravaram o 6º melhor tempo na classe – 1’53″389 com o piloto reserva Tom Blomqvist – e fecharam o Prólogo com 682 voltas percorridas. A Aston Martin ficou com a nona posição, mas vai para os compêndios do teste como o carro que mais voltas cumpriu – foram 852 no total, exatos 4.933,932 km percorridos.

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Com o novo “brinquedo”, Matteo Cairoli mostrou o que sabe e vale: foi o mais rápido da LMGTE-AM

Entre os LMGTE-AM, os quatro novos Porsche 911 RSR GTE “spec” 2017 fizeram a festa e confirmaram os tempos mais rápidos. Matteo Cairoli melhorou ainda mais a marca de Matt Cambpell na véspera e andou melhor que vários pilotos de LMGTE-PRO, cravando 1’52″936 contra 1’53″133 do britânico Ben Barker, da Gulf Racing UK.

Mais rápido ontem com o #77 da Dempsey Racing-Proton, Campbell acabou mesmo em terceiro, seguido por Jörg Bergmeister e Euan Hankey, com o campeão mundial Pedro Lamy alcançando o sexto melhor tempo. As Ferrari 488 GTE fizeram o treino de simulação de Endurance, mas deram uma ‘maneirada’ em relação às equipes de fábrica.

Então é isso… acabou o Prólogo e é hora de começar a contagem regressiva, pois faltam menos de 30 dias para a Super Season começar. Estou ansioso. E vocês?

Comentários

  • Fala galera!

    Espero mesmo que os LMP1 independentes possam dar trabalho a TOYOTA,, bom para a categoria, ótimo para esta nova fase do WEC. Boa PORSCHE….excelente PORSCHE. Le Castellet é uma pista de “alta” e os RSRs estavam mesmo precisando de velocidade final….vamos aguardar pois carreras son carreras….valeu Rodrigo por mais essa….

    • A equipe já está fechada pro WEC. Van Eerd/Van der Garde/Lammers até Le Mans, com Nyck de Vries entrando a partir de Silverstone.

  • Sei não hein…se levarmos em consideração que o fosso entre a performance de um hibrido para um não híbrido já foi maior, os times independentes tem sim chances d bater a Toyota, sobretudo em Le Mans, onde os japoneses não costumam ter sorte…
    Quero ver também a coisa valendo na LMGTE Pro…o que Aston e BMW fizeram agora a Ford fez em 2016…parecia um carro cheio de problemas e sem velocidade, dai veio Sarthe e…o resto da história já sabemos…

  • Só mais uma coisa: O LMP1 da SMP Racing está lindo, e na LMP2, já fiz um comentário aqui antes…os Dallara vão quebrar o domínio dos Oreca na classe.

  • Mattar,,só uma pergunta..
    Nada que seja tão complicado..
    Mas, teria alguma chance digamos, um milhonário com raiva de dinheiro..comprar dois carros da Audi de 2017,,e fazer um team para entrar nesse campeonato.de 2018….
    Ou, as regras do atual campeonato deixa os Audi bemmm fora da realidade..em disputar o Mundial..
    Gratidão,

  • O que me impressionou foi a diferença de tempo entre o LMP1 não oficiais e os LMP2. Achei que ia ser bem maior, mas ficou na casa dos 3 a 4 segundos….