30 anos depois…

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RIO DE JANEIRO – Olha o que acaba de pingar na minha caixa de e-mails, via Ricardo Divila.

O boletim de voltas de Ayrton Senna no GP de Mônaco de 1988, cuja realização completou exatos 30 anos no dia de ontem, 15 de maio.

Pelas diferenças anotadas nessa folha – que é um documento histórico – dá pra entender que a intenção de Ayrton era humilhar Alain Prost. Notem entre as voltas 38 e 41 como a diferença subiu e após a volta 66, estava aferida em 54″26, numa pista então com 3,328 km de extensão, salvo engano.

Outros detalhes como pressão de pneus, cambagem, regulagem de molas e amortecedores, dutos de freio e até a quantidade de combustível – Ayrton largou com 147 litros de gasolina e o máximo para os carros com turbo era 150 litros – estão anotados no papel.

Tinha curiosidade enorme pra ver o boletim de voltas do Prost com os devidos ajustes. A estimativa dos tempos de volta, até Senna bater, a gente consegue fazer.

Comentários

    • Ia citar o mesmo. O bom é que os caras o fizeram de uma maneira mais arrazoada, sem aquela deferência toda de “oh, o nosso saudoso e fenomenal herói das manhãs de domingo” e tal, que deixa a molecada que assiste ao Youtube tão eufórica.

  • Eu não tenho uma palavra para definir o que vejo neste post, Rodrigo Mattar, Eu com nunca sequer vi uma volta ao vivo dele, no caso, Senna, para a minha pessoa, ISTO É INCRÍVEL.

    OBS: Obvio que ver 10 corridas de Senna no Canal SporTV em 2014 (Ano do Vigésimo Aniversario de sua morte), como eu vi, não é/ou era á mesma coisa de ter visto tudo isso ao vivo, como eu nunca vi. Eu nasci em 1995, um ano depois do 1º de Maio de 94.

  • Eu acho que pode ser…. Mas tem uma outra coisa também: quem tiver curiosidade, procure assistir corridas dessa época (é fácil achar no Youtube). Mas assista a corrida toda, sem pular nenhuma parte.

    Dá pra ver que o Senna era meio doido mesmo, até quando estava muito na frente. Esses dias assisti ao GP de San Marino de 1991. No começo da corrida, com chuva, saíram fora Prost, Mansell, Piquet, Alesi e Patrese. Sobraram só Senna e Berger, uma volta na frente de todo mundo. Senna tinha mais de 30 segundo sobre Berger que, sabemos, não tentaria ultrapassa-lo de jeito nenhum.

    Mas o brasileiro, ao invés de administrar, saía empilhando voltas mais rápidas e fazendo ultrapassagens mega arriscadas sobre retardatários, sem nenhuma necessidade.

    Ou seja: acho que isso faz parte mesmo do estilo do cara.

  • Ele aproveitou que o Narigudo ficou preso atrás do Berguer umas 40 voltas e voou. Ia ser lindo ele colocar uma volta num pilotasso como o Prost com o mesmo carro.

    Pena que não deu.

  • – Nesse mundo tão tecnológico e digitalizado chega ser engraçado ver essa ficha de papel e escrita a caneta.
    Era outro mundo…

    – Eu era muito fã dele, e afirmo que ele tinha esse lado cachorro louco… e isso que era legal.
    Arriscava, errava…era gente como a gente…
    O Hamilton era assim no inicio da carreira, hoje se acalmou.
    O Verstappen ainda é…
    São pilotos de quem você sempre vai esperar alguma coisa.

  • Não acho que seja isso tudo: “querer humilhar”

    O ritmo do piloto é esse, tanto que quando foi solicitado para diminuir o ritmo, desconcentrou e cometeu um erro, forçando-o a abandonar a prova.

    O seu post, como sempre, é incrível, mas esbarra na sua eterna antipatia de um e idolatria por outro…há espaço pra ambos.