6h de Spa: pole da Toyota; sério acidente com Pietro Fittipaldi

TGR_0003-1
Pole e 1-2 da Toyota num treino tenso, marcado pelo forte acidente de Pietro Fittipaldi, no complexo Eau Rouge-Raidillon. O piloto de 21 anos foi evacuado para um hospital em Liège e a suspeita de fraturas se confirmou

RIO DE JANEIRO – Montanha russa de emoções nesta sexta-feira em Spa-Francorchamps, durante a disputa dos treinos classificatórios para a abertura da Super Season do Mundial de Endurance neste sábado, com transmissão ao vivo do Fox Sports 2 a partir de 8h25 da manhã.

A Toyota fez prevalecer a lógica. Conquistou a pole position e a primeira fila do grid com seus dois TS050 Hybrid. O carro #7 guiado por Mike Conway e Kamui Kobayashi superou na média das voltas o #8 tripulado por Fernando Alonso e Kazuki Nakajima. Até aí, tudo bem.

Mas o treino foi marcado por um sério acidente e infelizmente um dos envolvidos era um dos dois brasileiros estreantes no FIA WEC: Pietro Fittipaldi.

Restavam 16 minutos para acabar a sessão, quando o #10 da equipe DragonSpeed vinha em direção ao complexo Eau Rouge-Raidillon, quando o jovem piloto de 21 anos perdeu o controle do BR01 com motor Gibson V8 e saiu reto em direção à barreira de pneus. O impacto foi tremendo.

A sessão classificatória dos protótipos LMP1 e LMP2 foi interrompida por cerca de meia hora para o pronto atendimento médico a Pietro e também para o reposicionamento da barreira de pneus (que foi movida na batida) e limpeza da pista.

As primeiras informações não eram boas, desencontradas e careciam de confirmação oficial. Segundo o Grande Prêmio, o piloto tem pelo menos numa perna – talvez em ambas – mas, há pouco, pelas redes sociais, o WEC confirmou sim que o piloto foi evacuado para o hospital mais próximo do circuito, em Liège, acompanhado por um representante de sua escuderia. A melhor notícia do texto é que Fittipaldi não corre risco de morte.

Muita gente me questionou se, antes de perder o carro na subida da veloz curva da pista belga, não tenha havido uma falha, já que – as imagens mostram – os faróis do protótipo branco decorado com uma faixa azul forrada de estrelas piscaram antes da porrada. E o problema foi confirmado pelo pai do piloto, Carlos Augusto da Cruz, o “Gugu”, para o Grande Prêmio.

“O carro já tinha dado algum problema similar nos testes. Agora na classificação, ele vinha muito rápido. A equipe pediu ‘full’ naquela volta para fazer o mais rápido possível, mas alguma coisa aconteceu que o freio não funcionou e ele foi reto. Foi uma pane elétrica, uma falha mecânica”, contou.

Enfim, nesse clima de incerteza e expectativa, o treino foi reiniciado e a Toyota não teve problemas para confirmar sua pole position. A melhor volta foi de Kobayashi, com 1’54″488, três décimos melhor que o compatriota Kazuki Nakajima. Fernando Alonso marcou 1’55″143 em sua melhor volta.

A terceira posição foi do Rebellion R13 Gibson do brasileiro Bruno Senna, que divdidiu a pilotagem com Neel Jani no treino de classificação. A média de voltas do carro #1 foi 1″842 acima da pole. Senna marcou 1’56″264 e fez a melhor volta da equipe, meio segundo mais rápido que Thomas Laurent no carro #3.

SMP Racing e ByKolles dividem a terceira fila, com a equipe russa perdendo logo no início do treino o carro #17 da trinca Egor Orudzhev/Stéphane Sarrazin/Matevos Isaakyan por conta de um problema eletrônico que afetou câmbio e motor.

Já a Manor não vai mesmo disputar as 6h de Spa-Francorchamps, por razões de “não chegou o dinheiro”. Os dois Ginetta só entraram na pista em treinos livres dando voltas de instalação e as garagens da equipe logo foram fechadas nos treinos oficiais. Uma vez que ninguém da escuderia fala nada, a Ginetta se manifestou em caráter oficial neste comunicado.

Se o acidente de Pietro preocupa bastante, pelo menos a performance dos demais brasileiros foi boa. Como já vimos, Bruno Senna larga em 3º no grid. E na classe LMP2, quem sai na pole é a tripulação que tem André Negrão entre seus integrantes.

O piloto do #36 da Signatech-Alpine Matmut não sentou no bólido na classificação. A tarefa foi de Nico Lapierre e Pierre Thiriet, que marcaram a média de 2’02″405, apenas 0″024 melhor que o #26 da G-Drive Racing, que larga em segundo.

A Jackie Chan DC Racing ficou com a segunda fila entre os oito protótipos de sua classe, enquanto a DragonSpeed, que dominou todos os treinos livres com Pastor Maldonado, não conseguiu repetir performance na definição do grid e ficou com o quinto lugar.

MOTORSPORT : FIA WEC- ROUND 1 - TOTAL 6 HOURS OF SPA FRANCORCHAMPS (BEL) - 05/02-05/2018
Domínio dos Ford GT da Ganassi na LMGTE-PRO e o #67 que terá Tony Kanaan garantiu a pole

Na LMGTE-PRO, a Ford Chip Ganassi Racing comemorou a dobradinha, com o carro #67 que terá Tony Kanaan em sua estreia no Mundial de Endurance superando o #66 por 0″083. Bom trabalho dos britãnicos Andy Priaulx e Harry Tincknell, se bem que Olivier Pla conquistou o novo recorde da pista para a categoria, com 2’12″420.

A Porsche deu trabalho e conseguiu colocar seus dois 911 RSR GTE oficiais em terceiro e quarto, com o #91 da dupla Bruni e Lietz perdendo o segundo posto do grid na média por apenas quatro milésimos de segundo. O #92 de Michael Christensen e Kévin Estre perdeu quatro décimos em relação à pole position.

Já os demais nada puderam fazer. A nova BMW até que andou bem com Antônio Félix da Costa e Tom Blomqvist conseguindo o quinto tempo a 1″070 da pole. A melhor Ferrari da AF Corse foi superada por quase um segundo e meio e os novos Aston Martin AMR Vantage carecem de ritmo de classificação – tanto que a diferença total foi superior a três segundos entre o Ford #67 e o Aston #95 que fecha a raia da classe.

A Dempsey Racing-Proton faturou o ponto extra da pole na LMGTE-AM, numa ótima performance do australiano Matt Campbell e do piloto bronze, Christian Ried. Com a média de 2’16″357, eles superaram por somente dois milésimos o carro #98 guiado por Pedro Lamy e Paul Dalla Lana. A novata Project 1 Racing ficou com o terceiro melhor tempo do grid, enquanto a Gulf Racing UK, que havia sido a quarta colocada, teve todas as voltas deletadas de seu segundo piloto no treino, por abusos constantes do limite da pista. A melhor volta da classe – novo recorde da pista – foi de Matteo Cairoli, com 2’14″766.

Comentários