FIA divulga novo BoP para os LMGTE em Le Mans

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FIA não alivia para ninguém na LMGTE para Le Mans. Só a Corvette ganhou uma “colher de chá” com um peso mínimo inferior em relação aos outros modelos

RIO DE JANEIRO – Saiu o Balance of Performance (BoP) automático dos LMGTE das classes PRO e AM para as 24h de Le Mans, que poderá sofrer ajustes entre o Journée Test e os primeiros treinos. As equipes inscritas terão que atualizar seus modelos para as novas tabelas determinadas pelo Comitê de Endurance da FIA, presidido pelo sr. Richard Mille.

O boletim assinado por Gilles Simon e Thierry Bouvet mostra que todos os fabricantes terão mudanças significativas em relação às 6h de Spa-Francorchamps. Por mais incrível que possa parecer, todo mundo tem registrado o aumento de peso mínimo de seus modelos na LMGTE-PRO. O novo Aston Martin AMR Vantage estará em Le Mans com 1268 kg (+ 5 kg em relação à Bélgica), mesmo peso da também nova BMW M8 GTE (+ 13 kg).

A Ferrari 488 GTE EVO vai com 1291 kg de peso mínimo – continua como o carro mais lastreado, desta vez com 11 kg suplementares após as 6h de Spa-Francorchamps. Os Ford GT EcoBoost serão ‘engordados’ em 25 kg, passando para 1280 kg, enquanto o Porsche 911 RSR GTE sobe 17 kg e vai para 1259 kg.

Único carro que não participa do WEC, o Chevrolet Corvette C7-R recebeu uma bela “colher de chá” do BoP, já que seu peso mínimo será de apenas 1244 kg.

Nos restritores de ar, em contrapartida, o Trovão Amarelo vai trabalhar com uma abertura de 29.5 mm, um pouco mais estrangulado que o Porsche, que perde 0.6 mm em comparação a Spa, passando a 30.3 mm nos restritores. Todos os carros com motor turbo sofreram ajustes da pressão atmosférica em diferentes faixas de rotação: Aston Martin (de 4000 a 7200 rpm), BMW (de 3500 a 7000 rpm), Ferrari (de 4000 a 7000 rpm) e Ford (de 4200 a 7000 rpm).

Em relação à capacidade do tanque de combustível, Aston Martin, Porsche e BMW ganham três litros (tanques de 101 litros para todos), enquanto a Ford tem um acréscimo de seis litros, passando de 92 para 98. A Ferrari é a única que segue com a mesma capacidade das 6h de Spa (92 litros) e a Corvette terá tanques de 96 litros.

Cabe observar que em Le Mans está previsto um limite de 14 voltas – cerca de 45 minutos – por tanque de gasolina. Haverá também tempo mínimo de reabastecimento, que deverá ser seguido – 35 segundos.

Para a LMGTE-AM, a tabela mostra a Aston Martin com os mesmos 1263 kg da Bélgica, a Ferrari com quatro quilos a menos, baixando para 1291 kg e a Porsche com quatro quilos a mais na versão 2017 do seu 911 RSR GTE, subindo assim para 1269 kg. Alemães e britânicos perdem potência com os restritores diminuídos em -0.6 mm para os dois modelos: os Aston Martin terão assim 28.8 mm e os Porsche 29.9 mm.

No tanque de gasolina, a capacidade também muda em relação à primeira etapa. Serão 100 litros para Aston Martin e Porsche (eram 98) e 91 para a Ferrari (eram 92). O modelo italiano sofreu um decréscimo do boost do turbo nas faixas úteis de 4000 a 7000 rpm. E os Aston Martin poderão usar o kit aerodinâmico “D”, com um Gurney Flap de apenas 7.5 mm de espessura contra os 30 mm usados do kit “C” homologado para Spa-Francorchamps.

O tempo mínimo de reabastecimentos a ser obedecido nesta divisão será de 45 segundos.

E caso uma equipe queira influenciar de forma errada o BoP, ou mesmo passar informações erradas ao Comitê de Endurance, é bom lembrar que nesse caso há uma punição mínima – um stop & go de 5 minutos, o que em Le Mans significa a perda de pelo menos uma volta.

Comentários

    • Uma cantoneira montada na asa traseira que dá mais pressão aerodinâmica. E que foi inventada por Dan “Eagle” Gurney.

  • O trovão amarelo agora é o projeto mais antigo do grid da Pro né…talvez por isso esteja sendo, aparentemente, o carro mais beneficiado da classe…já disse antes e repito: Sou à favor de um BoP que dê a todos os fabricantes chances de brigar pela vitória preservando as características de cada carro, mas espero que não façam como ano passado, quando praticamente impediram as Ferrari e os Ford GT de brigar pela vitória em benefício dos então projetos mais antigos da Aston Martin (vitorioso…) e Corvette.

  • Fala galera do endurance!!!

    Mexe daqui…mexe dali…o título da matéria do nosso prezado Rodrigo Mattar diz tudo. Mesmo assim, não querendo contraria-lo, a responsabilidade da Toyota cresce a cada dia. É vencer ou vencer. Caso ocorra o contrário, será uma catástrofe e esquecer LE MANS.
    Na LMGTE-PRO acredito que tudo pode acontecer, sem previsões. Vejo a FORD e a PORSCHE chegando em Sarthe muito bem preparadas e com gana pra vencer. Mas LE MANS é LE MANS….