Luz no fim do túnel?

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Enquanto as coisas andam bem feias para os lados da CEFC China Energy e também da Manor, a Ginetta se preocupa com a própria imagem e trabalha para ter seus carros vistos em Le Mans

RIO DE JANEIRO – É de conhecimento dos que acompanharam o primeiro fim de semana do Mundial de Endurance na Super Season 2018/19 que a Manor passou vergonha em Spa-Francorchamps e não foi à pista belga na semana retrasada.

Tudo porque o time britânico, que se inscreveu para a temporada com a estranha sigla CEFC TRSM Racing, costurou um acordo com o grupo CEFC China Energy, que já patrocinara o time ano passado na LMP2. Através desse contrato, chegaria a grana que impulsionaria o projeto de ter dois carros na LMP1, no caso os novos protótipos Ginetta LT-60 com motor Mecachrome V6 Turbo.

Porém, os chineses estão envoltos numa teia de negociatas que poderia comprometer a equipe para o resto do campeonato – como inclusive aconteceu em Spa, já que o prometido aporte financeiro não veio e a ordem foi dar apenas voltas de instalação nos treinos livres e anunciar o forfait na disputa.

A coisa é feia: por ordem do presidente Xi Jinping, o CEO do CEFC China Energy, Ye Jianming, de 40 anos, acabou detido e preso. Contra ele, a acusação de crimes contra a economia e suborno.

Não obstante, após a já confirmada renúncia de Jianming à frente do grupo oriental, fracassou também a compra de parte do capital da Rosneft, gigante russa da indústria petroleira. O negócio orçado em US$ 9 bilhões, cerca de R$ 36 bilhões de têmeres-golpistas, foi desfeito pelo fundo soberano do Catar e pela mineradora suíça Glencore. Um golpe nos pretendidos laços energéticos entre russos e chineses.

Mas para os problemas da Ginetta e dos seus protótipos que não disputaram a corrida em Spa, parece existir uma luzinha a brilhar no fim do túnel.

A boa notícia que chega da Europa, de acordo com o site Endurance-Info.com, é de que os pilotos Charlie Robertson e Mike Simpson – ambos britânicos e de gradução prata – tomaram parte dos treinos obrigatórios em simuladores para os novatos em Sarthe, algo visto como um bom sinal.

O que dá a entender que a operação da equipe, pelo menos – esperamos – nas 24h de Le Mans e provavelmente no Journée Test pode parar nas mãos da Ginetta. E é uma pena a ausência em Spa, o que impediu ao novo carro ter mais quilometragem. Os testes no Prólogo foram de pouca valia para a prova mais importante do campeonato.

E tem mais. O ACO também já anunciou os horários das verificações técnicas e administrativas tanto para os treinos preliminares de 3 de junho quanto para a corrida, um evento já tradicional e realizado na Place de la Republique, bem no centro de Le Mans. A presença dos dois carros da Manor (ou da Ginetta) é aguardada, para o dia 10. E tanto os britânicos quanto a DragonSpeed seguem figurando na lista de entradas – que ainda não é definitiva – e também no mapa de boxes já divulgado pelos organizadores da clássica prova francesa.

O que até agora eu não entendi: no último dia 7, foi encerrado o prazo de inscrição e a indicação dos 180 pilotos titulares.

Já não era para terem sido divulgados todos os participantes ou pelo menos qualquer outro forfait?

No mínimo, estranho…

Comentários

  • Tomara que Ginetta consiga pelo menos colocar um de seus carros na pista e correr de fato as 24 Horas… Decerto o fabricante inglês não quer ver seu nome “sujo” no mercado, pois vai que o carro dela se mostra bom e dai rola novas encomendas… A Ginetta com certeza que ter algum retorno para o investimento que fez…
    E esse rolo chinês?? Depois falam que é só no Brasil que rola maracutaia… Mas lá, diferente daqui, quando o larápio é flagrado no crime ou descoberto seu rolo a punição não tarda…

    • Nada Luciano, lá como cá, o que predomina é o “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”.

      Rodrigo, gostaria muito de ler textos seus sobre política, já pensou em escrevê-los? Assim como textos do Flavio Gomes, mas o pessoal corneta muito ele, a intolerância está dominando.

  • Essa prova de Le Mans corre o risco de acabar após as 24hs na P1 só com os Toyotas, isso se não baterem nem quebrarem.

      • As outras equipes da P1 estão com dificuldades de construir carros que sejam competitivos para uma prova de 24 horas. Esse desenvolvimento costuma demorar as vezes anos; basta olhar a história. Tem também o problema de patrocínio, que não está fácil de conseguir.