ACO muda resultado em Le Mans e Ford de Kanaan é severamente punido

MOTORSPORT : FIA WEC - 24 HOURS OF LE MANS (FRA) ROUND 2 06/10-17/2018
“Canetada” altera – para pior – o resultado do Ford #67 nas 24h de Le Mans na classe LMGTE-PRO. Ainda não se sabe o teor da punição, porque não foi divulgada. Mas… onze voltas? Tem coisa muito errada aí…

RIO DE JANEIRO – Esta é uma notícia de que tomei conhecimento há algumas horas atrás. Já antes mesmo de se oficializar o resultado através da vistoria técnica, os comissários desportivos das 24 Horas de Le Mans deliberaram sobre o resultado da pista e anunciaram uma saraivada de punições que mudam a classificação, ainda em caráter extra-oficial.

E o carro mais prejudicado é o Ford #67 da Chip Ganassi Racing, do brasileiro Tony Kanaan e dos britânicos Andy Priaulx e Harry Tincknell. Logo um bólido que, segundo palavras do próprio Tony, nenhum dos pilotos achava que chegaria tão longe e chegou.

As razões ainda são desconhecidas, porque o “Notice Board” das penalizações não foi ainda atualizado – fiz uma consulta e só está disponível o relatório até a resolução #68 – a do carro de Tony é a #72.

O que quer que tenha ocorrido, é um duro golpe, pois foi anunciada a perda de onze voltas e uma punição por tempo de 1’23″499, que fez a trinca despencar de uma posição de pontuação para o WEC que correspondia ao 3º lugar para a décima-segunda colocação na LMGTE-PRO e vigésima entre todos os Grã-Turismo (LMGTE-AM inclusive) que terminaram a disputa.

A penalização é um balde de água gelada nas pretensões de Tincknell e Priaulx no campeonato, já que a prova de La Sarthe oferece pontos na proporção de 1,5 em relação às provas de seis horas de duração.

Portanto, a trinca formada por Pipo Derani/Antonio Giovinazzi/Toni Vilander sobe para a 5ª posição na categoria e Daniel Serra/James Calado/Ale Pier Guidi vão pra sétimo – quarto para efeito de pontuação no WEC – atrás das formações vencedoras da Porsche e do Ford #66 vencedor em Spa-Francorchamps. Lembrando que existe uma distribuição de pontos somando as duas categorias de Grã-Turismo e outra específica para a LMGTE-AM.

Também o #69 da Chip Ganassi, um dos carros da equipe IMSA, foi punido – com menos rigor. Sofreu a perda de duas voltas, mais 1’42″968. Algo que, como diria mestre Edgard Mello Filho, não altera o índice NASDAQ. O carro já era o último entre os LMGTE-PRO que viram o pano.

A TDS Racing também foi informada que o #28 da trinca Loïc Duval/François Perrodo/Matthieu Vaxivière perdeu uma volta e 1’18″188 de acréscimo de tempo à sua classificação de pista. Esta foi uma punição inócua, já que não mudou em nada o resultado da LMP2. Em quarto os franceses ficaram, em quarto estão. Para efeito de campeonato, valem os pontos da 2ª posição a eles, já que G-Drive Racing e Graff-SO24 não pontuam no WEC.

E outra mudança que não diz rigorosamente nada, a não ser que o carro permaneceu em último entre os 43 que foram considerados classificados, foi que o Ginetta G60-LT-P1 Mecachrome #5 de Charlie Robertson/Léo Roussel/Mike Simpson da CEFC TRSM Racing perdeu seis voltas e 2’45″613 de acréscimo de tempo. Fecharam a disputa com 285 voltas – mais de cem de atraso em relação à campeã Toyota.

ATUALIZANDO

A penalização ao #67 da Ford Chip Ganassi Racing aconteceu porque o piloto brasileiro Tony Kanaan guiou por 5h16min, quarenta e quatro minutos abaixo do tempo mínimo de guiada ao longo dos turnos, que é de 6h. Scott Dixon também guiou abaixo do limite mínimo no carro #69 – porém, como este ficou cerca de 2h parado nas garagens por problemas mecânicos sérios, a penalização foi menos rigorosa.

Também no caso do #5 da Manor, o francês Léo Roussel também não conduziu o Ginetta no tempo mínimo de 6h. Já na TDS Racing, François Perrodo estourou em quatro minutos o tempo máximo de condução durante um stint para os pilotos, que é de quatro horas. Por isso, a equipe do #28 foi penalizada com a perda de uma volta.

Comentários

  • Complicado heim..
    Antes era só sentar e fazer a baratinha andar..hj em dia..tá mais pra sentar e ficar esperando o box ler o regulamento.500 vezes por dia……………..Pobre do Tony…

    • Mas está na regra…

      O tempo mínimo que os pilotos têm que cumprir é de seis horas. Em turnos de seis horas, o máximo que alguém pode guiar é de quatro.

      Todas as entrelinhas têm que ser interepretadas e na verdade isso aí não é entrelinha, é obrigação. E a equipe não cumpriu com ela. No caso do Scott Dixon, que também não fez o mínimo de 6h, atenuaram porque o carro ficou duas horas parado. Não fosse isso ele teria cumprido o tempo mínimo.

      No caso do Tony, é inacreditável a barriga, já que a equipe terminou bem colocada e era obrigação informar que ele deveria ter voltado para fazer mais 11 voltas pelo menos e chegar ao total previsto.