Espetacular vitória da Emil Frey Lexus nos 1000 km de Paul Ricard

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Largada dos 1000 km de Paul Ricard, que se encerraram com uma disputa eletrizante e vitória do Lexus (à esquerda da imagem)

RIO DE JANEIRO – Uma corrida de 1000 km de percurso (ou quase), com seis horas de duração, e decidida na derradeira volta de um total de 172 percorridas. Assim foi a 3ª etapa do Blancpain Endurance Series, quinto evento da série Blancpain GT, que teve um final digno das maiores tradições das provas de Endurance, com imprevisibilidade e disputas a granel. E há quem diga que Endurance é chato. Que bobagem…

O Lexus RC-F da equipe suíça Emil Frey derrotou o novo Bentley Continental da M-Sport numa prova espetacular do trio Albert Costa/Marco Seefried/Christian Klien, que levou a quadriculada da vitória por apenas 2″315 sobre o carro tripulado por Steven Kane/Jordan Pepper/Jules Gounon, que abriu o giro final à frente, mas acabou batido pelos adversários sem oferecer nenhuma resistência. Mesmo assim, a equipe de Malcolm Wilson conseguiu a melhor performance do carro britânico em 2018, largando do 18º lugar do grid.

Líder no início da disputa, o McLaren 650S da equipe Garage 59, de Ben Barnicoat/Côme Ledogar/Andrew Watson acabou com a 3ª colocação, após sofrer uma penalidade por conta de uma infração num reabastecimento que custou à trinca a vitória. O resultado final teve seis marcas diferentes nas seis primeiras posições, com a Mercedes-AMG #88 da AKKA-ASP em quarto, o Nissan GT-R Nismo GT3 #23 da GT Sport Motul Team RJN (equipe da qual faz parte o engenheiro brasileiro Ricardo Divila) em quinto e o Audi R8 LMS #25 da Saintèloc em sexto lugar.

Pole position da disputa e ainda com a vitória sub-judice da etapa anterior, o Aston Martin V12 Vantage GT3 da R-Motorsport guiado por Nicki Thiim/Jake Dennis/Matthieu Vaxivière perdeu seis voltas ao longo da prova e acabou num distante 31º lugar na classificação final. Bem diferente do carro #44 da Strakka Racing, que marcou a volta de pilotos brasileiros à competição.

Felipe Fraga retornou ao Blancpain GT Series nessa etapa com a equipe britânica, dividindo uma Mercedes-AMG GT3 com Davide Fumanelli (que foi incluído de última hora no lugar de Christian Vietoris) e o francês Adrien Tambay. Largando da 21ª colocação, a trinca fez uma prova de paciência e recuperação, terminando em décimo na pista – mas promovidos ao oitavo posto no resultado final.

Eu explico: a direção de prova penalizou com acréscimo de 30 segundos no tempo total de prova ao Porsche #911 da Manthey Racing, pilotado por Romain Dumas/Dirk Werner/Fred Makowiecki e à BMW #99 da ROWE Racing, de Chaz Mostert/Jens Klingmann/Tom Blomqvist, por infringirem a velocidade limite no último período de Full Course Yellow. O brasileiro e seus colegas de time fizeram jus a quatro pontos na classificação do campeonato. E já que não haverá corridas da Stock Car até agosto, Fraga poderá – quem sabe – voltar às pistas na próxima etapa.

A Barwell Motorsport fez jus à pontuação máxima na Silver Cup: o carro #78 de Michele Beretta/Sandy Mitchell/Martin Kodric foi o melhor desde o treino classificatório e conseguiu a vitória na sua divisão, terminando em 14º lugar na geral. Alexander West/Chris Harris/Chris Goodwin, da escuderia Garage 59, triunfaram na divisão Am Cup com o McLaren 650S #188, completando em décimo-oitavo. Já na Pro-Am, deu Spirit of Race/AF Corse, com a Ferrari 488 de Matt Griffin/Gianluca de Lorenzi/Duncan Russell Cameron terminando a prova em vigésimo.

A próxima etapa da Endurance Series é o maior clássico das provas da categoria: as 24h de Spa-Francorchamps, no fim de julho. Antes, as equipes se encontram no dia 3 para o Test Day e também na 3ª etapa da Sprint Series no Marco Simoncelli World Circuit, em Misano.

Comentários

  • Poderiam desistir da categoria sprint, já que vem com grid baixo faz alguns anos, e passando as datas para o endurance, assim teríamos mais corridas de 3hrs com o ótimo grid que a categoria vem entregando.

  • Rodrigo e a questão de ter mais pilotos brasileiros em campeonato de GT de relevância é pelo fator financeiro ou a alienação dos jovens pilotos pela F1? Felipe Fraga disse que nascar e v8 supercars australiana é um sonho, difícil ver pilotos jovens com essas pretensões. Seria legal ver o Felipe Fraga se consolidando no blancpain tipo João Paulo Oliveira no super gt japonês e do Farfus ficando bom tempo no antigo wtcc e desde 2011 correndo no DTM.

    • Oi Rodrigo!

      Acho que é um movimento natural. Não há oportunidades, não há espaço para se chegar à Fórmula 1, porque primeiro as equipes das categorias menores exigem muito dinheiro e não há dinheiro. E segundo, porque os pilotos brasileiros estão longe de repetir o fenômeno de termos três campeões do mundo e dezenas de outros grandes pilotos.

      Mas se você bem se lembra, já nos anos 1990, muitos dos nossos talentosos nomes foram buscar a Indy porque já não teriam chance na F1: Gil, Tony, Helinho… e o Christian desistiu da F1 porque sabia que ficaria marcando passo com equipes menores/médias. Até o Gugelmin, já mais experiente, fez o mesmo.