IMSA revela mudanças para 2019

IMSA WeatherTech SportsCar Championship

RIO DE JANEIRO – A sexta-feira foi de novidades e de confirmações para a temporada de comemoração dos 50 anos da IMSA. O campeonato do Weather Tech SportsCar Championship segue com as mesmas 12 pistas que estão no calendário deste ano, com pequenas mudanças de datas e pendências que ainda precisam ser confirmadas.

Em oito das 12 datas, as quatro categorias vão competir juntas – duas etapas serão específicas dos modelos Grã-Turismo, em Long Beach a GTD está ausente e em Detroit não correrá a GTLM.

E vocês não leram errado, não. Está confirmado: a IMSA volta a ter duas classes de Protótipos. Os modelos Daytona Prototype International (DPi) estarão separados dos LMP2 em 2019. As grandes equipes e marcas venceram a queda de braço nos bastidores, que perdurou no último ano e meio. Agora, vai ser difícil qualquer um dos LMP2 vencer na classificação geral a partir do ano que vem.

“Originalmente, houve alguma oposição dos nossos concorrentes LMP2 para manter o campeonato exatamente da forma como se encontra”, comentou o COO da IMSA Scott Atherton.

“A razão pela qual eles estão aqui é porque eles queriam competir com os melhores e mais brilhantes na categoria DPi. À medida que o tempo evoluiu, todos os nossos atuais concorrentes da LMP2 expressaram o desejo de se separar. Em comparação com o conjunto anterior de circunstâncias, isso facilitou. As equipes de DPi sempre quiseram isso, então isso se tornou algo óbvio”, comentou o dirigente.

Um dos que não gostou da separação foi Jonathan Bennett, da CORE Autosport, que recentemente viu sua equipe derrotar os DPi no Canadá, em Mosport.

“Gosto do desafio de competir numa categoria unificada”, contou o piloto-proprietário ao site Sportscar365, dos EUA.

“Fiquei encorajado pelo fato de uma equipe pequena e particular poder ser competitiva contra as equipes de fábrica e acho que ainda estamos aprendendo sobre esse carro (N. do Blog: refere-se ao Oreca 07 LMP2). É um pouco decepcionante não podermos continuar competindo contra alguns dos melhores pilotos e equipes. Espero que a LMP2 seja preenchida o suficiente para fazer sentido correr nela”, comentou.

E é aí que mora o perigo. Embora a maioria dos times fosse a favor, quem garante que haverá interessados para andar, na melhor das hipóteses, do nono lugar pra baixo? Sim: porque com a separação, é muito mais lógico que agora os DPi tenham mais benesses quanto ao regulamento técnico, dispondo de mais potência e velocidade.

Vida que segue… enquanto nos DPi haverá apenas pilotos profissionais, na LMP2 as tripulações seguirão o espírito já adotado pela categoria, no formato Pro-Am, mas dando mais tempo de pista aos menos graduados. A GTD seguirá o mesmo caminho em 2019.

Por falar na GTD, será introduzida em paralelo ao campeonato e também à Michelin Endurance Cup, com as quatro provas de maior duração do campeonato a Weather Tech Sprint Cup, em que as equipes e pilotos vão disputar sete corridas – as seis de 2h40min, mais a etapa de Detroit, que terá duração de 1h40min. O objetivo é atrair mais carros ao grid – a subclasse neste ano consegue um bom plantel nas provas longas, mas a média nas demais etapas é próxima de 12, bem menos do que o imaginado.

Com relação às categorias suporte, duas delas têm novidades para o próximo ano. A IMSA Prototype Challenge segue com um calendário de seis etapas, mas com mudanças. A começar que em 2019 só vão correr os protótipos LMP3. Os Elan DP02 não terão vez no ano que vem. E duas das datas terão eventos com três horas de duração – Daytona e Mosport. A Mazda também retirou seu apoio à categoria, assim como já fizera com o programa Road To Indy.

A Continental Tire SportsCar Challenge muda de nome e se transforma em Michelin Pilot Challenge, com 10 corridas – duas delas com quatro horas de duração, em Daytona e Watkins Glen – e somente duas classes. A Street Touring (ST) sai de cena. A Grand Sport (GS) fica como está, com os carros baseados no regulamento FIA GT4. E a TCR, que estreou em 2018, continua como a segunda opção de plataforma de competição para equipes e pilotos.

Calendário do IMSA Weather Tech SportsCar Championship em 2019:

4/6 de janeiro – ROAR Before The Rolex 24h
24/27 de janeiro – 24h de Daytona
13/16 de março – 12h de Sebring
12/13 de abril – GP de Long Beach (sem GTD)
3/5 de maio – Mid-Ohio SportsCar Course
31 de maio/1º de junho – Detroit Belle Isle (sem GTLM)
28/30 de junho – 6h de Watkins Glen
5/7 de julho – Canadian Tire Motorsports Park
19/20 de julho – Lime Rock Park (somente GTLM/GTD)
2/4 de agosto – Road America
23/25 de agosto – Virginia International Raceway (somente GTLM/GTD)
13/15 de setembro – Weather Tech Raceway Laguna Seca
10/12 de outubro – Petit Le Mans

Calendário do IMSA Prototype Challenge em 2019:

4/6 de janeiro – Daytona (3 horas)
13/16 de março – Sebring
3/5 de maio – Mid-Ohio
5/7 de julho – Canadian Tire Motorsports Park (3 horas)
23/25 de agosto – Virginia International Raceway
11/13 de outubro – Road Atlanta

Calendário do Michelin Pilot Challenge:

25 de janeiro – Daytona (4 horas)
15 de março – Sebring
4 de maio – Mid-Ohio
29 de junho – Watkins Glen (4 horas)
6 de julho – Canadian Tire Motorsports Park
20 de julho – Lime Rock Park
3 de agosto – Road America
24 de agosto – Virginia International Raceway
14 de setembro – Weather Tech Raceway Laguna Seca
11 de outubro – Road Atlanta

Comentários

  • Riodrigo, um colega postou, se não me engano semana passada, sobre dois novos autódromos (um em Campos) e outro em Minas (um tal de Potenza). Você irá fazer um post a respeito disso?
    Aquele autódromo de Deodoro tem poucas chances de sair mas e o de Campos? Qual sua opinião sobre esses dois autódromos citados acima?
    Abs

  • É chato ficar criticando. A gente precisa apoiar e ver o lado bom em algumas decisões.
    Mas essa IMSA é uma bagunça.

    É muito mimimi pra tentar agradar a todos os lados, pra no final do ano todos verem a Cadillac ser campeã.

    E tem gente que acha a WEC complicada.

    • Isso é pista de clube cara!! Não tem dimensões para abrigar uma corrida de alto nível. Mal-mal se ainda existe F-Renault e Copa Clio.

      Tá bem feitinho, mas é autódromo pra fazer track day. Isso sem contar aquela mureta da entrada dos box na tangência de saída da curva final! Meus Deus!

  • Tiro no pé pode acabar até sendo, mas é perfeitamente compreensível a decisão.

    Dentro da receita do DPi (que o ACO faz questão de lidar o f*-se) os LMP2 nunca vão ser “justos”, afinal por conceito todo DPi é um LMP2 + Conhecimento de Montadora.

    Os P2 precisam ser um trampolim (minimamente competitivo) para as equipes se mostrarem dignas de um programa DPi, e não ser uma opção final. Pois assim, se torna inútil todo o investimento das marcas nos DPi.

    E vale lembrar que esses P2 só estão “dominando” agora, pois depois de muito chorarem haja BoP. A Cadillac, que foi lá e fez o melhor conjunto, dominou e não teve seu motor estrangulado, teve ele esquartejado e queimado na fogueira!

    Se a IMSA souber manter um bom relacionamento com as montadoras, e entregar um conteúdo convidativo, é mais negócio ela investir em mais DPi’s, do que afastá-los e virar “sede americana” da LMP2.

  • Caro Rodrigo.

    Agora que os DPIs e os LMP2 vão correr separados em 2019, será que esses DPIs poderiam se encaixar no regulamento LMP1 do WEC?

    • O que me faz pensar nessa possibilidade de existir um espaço para a IMSA é não haver a prova de Detroit para os protótipos. A ver.