Polêmica I

RIO DE JANEIRO – Demorei para falar sobre a Stock Car e as polêmicas (de novo!) no Velo Città, envolvendo dois pilotos da Cimed Racing – Marcos Gomes e Cacá Bueno. Os dois pilotos foram desclassificados no último domingo por conta de uma luz de freio que se recusava a acender nos dois carros. Inclusive, Cacá tinha terminado a primeira prova num belo 3º lugar e pretendia ir mais para a frente na segunda prova da rodada. Mas os comissários da CBA não permitiram que isso acontecesse.

O piloto ficou tiririca com o que lhe aconteceu. Pelo vídeo acima, vocês ouviram e viram a reclamação de Cacá na transmissão do SporTV, ao vivo. Para o pessoal do Grande Prêmio, ele falou mais.

Não é a primeira vez que o Cacá se considera ‘injustiçado’ ou ‘perseguido’. Noutras oportunidades, ele esteve coberto de razão. Inclusive, no papo com os companheiros Felipe Noronha e Fernando Silva no vídeo aqui acima do GP in Loco, ele lembrou dos episódios recorrentes do passado envolvendo os comissários – um foliculário de escândalos patrocinado pela administração de Cleyton Pinteiro.

A CBA, que hoje está no comando de Waldner Bernardo, o Dadai, se defendeu em nota que republico aqui abaixo.

A Confederação Brasileira de Automobilismo vem a público ratificar que todos os procedimentos realizados na verificação do sistema de luz de freio do carro número 0 foram corretos. Ainda sobre o episódio ocorrido na tarde deste domingo, 23, no autódromo Velo Città, durante etapa da Stock Car, a entidade tem o seguinte a esclarecer:

1) Ao término da primeira corrida, os comissários técnicos verificaram o funcionamento das luzes de freio do carro do piloto Cacá Bueno. Foi constatado que havia problemas no dispositivo, que não estava funcionando, e solicitaram que o veículo fosse aos boxes para reparo.

2) Antes da checagem definitiva para liberação do retorno à corrida, Cacá Bueno saiu em direção à pista. Ou seja, SEM a autorização dos profissionais que acompanhavam a manutenção. O próprio fato de a capa de proteção da asa traseira nem ter sido retirada, demonstra que não houve o comando para a movimentação do carro.

3) O competidor foi novamente chamado para que se completasse o procedimento padrão após reparos de equipamentos de segurança. Assim que retornou aos boxes e o piloto abandonou a prova, o veículo foi lacrado para vistoria posterior à corrida.

4) Com relação a uma imagem mostrada pelo SporTV em que a luz acende com o carro nos pits, inclusive com a presença de um comissário nas proximidades, cabe esclarecer que isso não demonstra que o reparo estava concluído. Além de não ter sido realizado o procedimento padrão de checagem, naquele momento o aparelho funcionou por conta de uma ligação direta e não pelo acionamento do pedal do freio. As mesmas imagens mostram que a luz acende com a presença de um mecânico dentro do carro, ficando claro que o piloto estava fora.

5) Examinado pelos técnicos da CBA, com a presença de membros da equipe CRT, incluindo o chefe, Willian Lube, comprovou-se que, de fato, o dispositivo ainda não estava com funcionamento correto, o que ratifica que o piloto não deveria ter voltado para a pista. Além de não ter ocorrido a autorização necessária, o equipamento não fora consertado por completo. Essa vistoria foi gravado em vídeo e está à disposição de equipes e imprensa.

Muito bem… os dois lados estão aí. A CBA emitiu sua nota e seu posicionamento. Cacá Bueno tem a opinião dele e repito, pela enésima vez, algo que já falei aqui e nas redes sociais. Se ele tanto incomoda aqui no Brasil, por que não direciona sua carreira para o exterior? Aliás, acho até que isso já devia ter acontecido há mais tempo. Sei que ele tem feito algumas corridas do International GT Open e que inclusive participará do Jaguar i-Pace Trophy, competição de carros elétricos de Turismo, preliminar na temporada 2018/19 da Fórmula E, inclusive dividindo equipe com Sérgio Jimenez. Bueno tem talento de sobra, competência e capacidade para buscar qualquer outro campeonato lá fora e ser bem-sucedido.

Mas isso é com ele, estou apenas opinando e não o aconselhando, até porque não tenho procuração nenhuma pra isso e o Cacá é bem grandinho para decidir o que quer da vida.

Leitores, o espaço é de vocês nos comentários. Quem tem razão: a CBA ou o piloto? A regra do uso da luz de freio deveria ser mais clarificada ou não?

Comentários

  • Complicado esse caso.
    O Cacá, na hora da reclamação, tinha a razão dele. Imagina o desespero para voltar para a pista? O fiscal deveria ter impedido o carro de sair sem checagem. Alguém imagina algo sem controle na NASCAR?
    Se constataram que não estava funcionando na vistoria depois, a CBA tinha razão em chamar o carro, mas acho que o erro foi não ter impedido a saída sem checagem final. Aí o piloto fica p… da vida mesmo, com adrenalina a mil.

  • Acho o Cacá Bueno um excelente piloto.
    Também acho que houve injustiça com ele naquela punição no passado, onde ele tinha toda razão de reclamar da CBA.
    Mas na corrida de domingo, SE COMPROVADA a versão da CBA (que o sistema não estava funcionando), o Cacá errou e deveria se retratar.

  • Considerando as alegações da CBA como verdadeiras, então a desclassificação foi correta. Mesmo porque, não seria justo com o Marcos Gomes.

    Por outro lado, conforme disse o Mestre dos Mestres, Edgard Mello Junior, luz de freio em carro de corrida é totalmente desnecessária. Caso contrário, Fórmula 1 ou kart não poderiam competir.

  • O Cacá é um excelente piloto, porem ele se acha muito melhor do que realmente é, e muito melhor que todos em tudo. Já correu na Argentina com muito sucesso e na Europa na equipe GT3 brasileira do Antonio Hermmann sem nenhum sucesso e onde tambem arrumaram muita confusão com a FIA. Ele não vem tendo um bom desempenho na Stock nos ultimos anos mesmo mudando de equipe e talvez isso seja o motivo de tanto mimimi…
    Se a luz de freio não acende e o regulamento de qq categoria diz que tem que acender então a CBA está correta em desclassificar. Acho que ele tem que se dedicar mais e chorar menos e não será fora do Brasil que vai se dar bem com este chororô.

  • Rodrigo,

    O Cacá é um dos melhores pilotos brasileiros da atualidade. Em carros de turismo, poucos conterrâneos chegaram a seu nível de excelência.

    Não concordo com esse papo de ir para o exterior. A organização da Stock, em que pese tenha melhorado muito (especialmente depois da chegada em massa dos ex-Fórmula 1, e mais ainda pós Barrichello), ainda é deficiente, mas a Stock ainda é a principal e mais importante categoria do Brasil; e a presença de um cara do quilate do Cacá só ajuda no seu desenvolvimento. Entendo que ele deva aproveitar seu prestígio para canalizar estas reclamações e mobilizar a CBA no sentido de melhorar a Stock. E torço para que assim seja.