Título em aberto para a última rodada do GT Open

Teo-Martin-BMW-2018-GT-Open-Monza-Race-1
Andrés Saravia e Fran Rueda venceram a prova de sábado e continuam com chances claras de título no International GT Open

RIO DE JANEIRO – Equilíbrio em Monza na penúltima rodada dupla do International GT Open: cada um dos postulantes ao título venceu uma corrida na sexta etapa da temporada 2018, o que faz a decisão do campeonato ficar para a última prova, marcada para Barcelona, nos dias 27 e 28 de outubro.

No sábado, a BMW Teo Martín obteve um importante resultado, com o espanhol Fran Rueda e o guatemalteco Andrés Saravia conquistando a pontuação máxima na disputa com duração de 70 minutos. Os pontos conquistados deram à dupla a liderança provisória do campeonato, contra o dinamarquês Mikkel Mac Jensen (Luzich Racing), que por ter corrido com pilotos diferentes, vem sozinho na batalha pelo título.

Porém, o nórdico deu o troco neste domingo e, na parceria com o campeão mundial da LMGTE-PRO no WEC, Alessandro Pier Guidi, chegou à quarta vitória no campeonato, abrindo três pontos importantíssimos sobre Rueda/Saravia. Uma batalha que promete na Catalunha!

A corrida #1 teve vários incidentes que provocaram entradas do Safety Car, começando por uma saída de pista do Audi R8 LMS de Bradley Ellis/Oliver Wilkinson e desaguando num problema da Ferrari 488 GT3 da Rinaldi Racing, da dupla David Perel/Rinat Salikhov. Uma terceira intervenção se fez necessária quando o Lamborghini de Giovanni Venturini/Jeroen Mul falhou e não voltaria mais à disputa.

Além das constantes intervenções de bandeira amarela em toda a pista, o handicap de paradas de box foi decisivo. Quem teve de fazer paradas com o tempo mínimo de 80 até 100 segundos, se deu mal e perdeu posições. Andrés Saravia e Fran Rueda nada tinham a ver com isso. Herdaram a posição que no início ficou com a Ferrari #11 da RS Racing, da dupla italiana Daniele Di Amato/Andrea Montermini, vencendo a disputa com 0″633 de vantagem após 36 voltas completadas.

A dupla Riccardo Agostini/Rik Breukers salvou o dia depois de um toque na primeira chicane e ainda conquistou um lugar no pódio, mas a quase 16 segundos dos vencedores, seguidos por Stefano Gattuso/Damiano Fioravanti e Alessandro Pier Guidi/Mikkel Mac Jensen – que por ordem da equipe superaram a Ferrari de Eddie Cheever III/Nicklas Nielsen na última volta. A dupla do #52 da Luzich Racing levou a vitória na Pro-Am.

O Honda NSX GT3 de Bertrand Baguette/Esteban Guerrieri estreou com um razoável 7º lugar, enquanto o melhor brasileiro na disputa foi o carioca Nicolas Costa, regressando às pistas com a décima posição no Lamborghini Huracán da Vincenzo Sospiri Racing, ao lado do chinês Kang Ling. Já Guilherme Salas e Márcio Basso levaram a vitória na subclasse Am, com um excelente 12º posto ao final da disputa, duas posições à frente de Giulio Borlenghi/Andrzej Lewandowski.

Alan Hellmeister/Marcelo Hahn chegaram em 13º geral e quarto na Pro-Am, enquanto Duarte Félix da Costa/Ricardo Baptista completaram a disputa em quarto na classe Am e 19º na geral.

Para a prova #2, Fran Rueda levou a pole com a BMW vencedora na véspera, por apenas 0″044 para Alessandro Pier Guidi, cabendo a Jeroen Mul a terceira colocação. O espanhol e seu companheiro Andrés Saravia largaram sabendo que teriam um handicap de 90 segundos a cumprir no pit obrigatório, contra o mínimo de 75 de Mac e Pier Guidi – o que novamente se revelou decisivo.

Ao parar na 15ª volta da disputa, uma após a abertura da janela de pit stops, Fran Rueda entregou a BMW a Andrés Saravia e o guatemalteco voltou 15 segundos atrás de Mikkel Mac, que assumiu a Ferrari da Luzich Racing. A diferença foi neutralizada já perto do fim da disputa, quando o Audi de Oliver Wilkinson sofreu seu segundo despiste no fim de semana e foi obrigado a desistir, fazendo com que o Safety Car entrasse na pista para segurar o pelotão.

Logo após a relargada, um novo incicente na segunda perna de Lesmo levou ao abandono do Lamborghini de Bernard Delhez/Stefano Costantini e da Mercedes-AMG de Martin Konrad/Alexander Hrachowina, na sequência de uma colisão entre ambos os carros, o que provocou novo Safety Car.

Num último restart, para um sprint de apenas uma volta, Andrés Saravia nada pôde fazer contra Mikkel Mac, que chegou à sua quarta vitória na temporada, sempre em dupla com Pier Guidi. Giovanni Venturini resistiu à violenta pressão do compatriota Loris Spinelli e faturou mais um pódio para a Imperiale Racing na pista de Monza.

Nicolas Costa/Kang Ling terminaram em 6º na pista, mas foram penalizados em 10 segundos por não respeitar o procedimento de largada, sendo despromovidos para o 18º posto final e sem direito a pontos na prova #2. Assim, no resultado final os melhores brasileiros foram Marcelo Hahn/Alan Hellmeister com o 11º posto.

2918-37-374
Alan Hellmeister foi vítima de um possível toque provocado por outro adversário e sofreu um terrível acidente em Monza, APÓS A CHEGADA. O brasileiro recebeu fraturas em ambas as pernas, uma delas, infelizmente, exposta

Mas aí veio o drama: APÓS A QUADRICULADA, de forma inexplicável, Hellmeister pareceu ter levado um toque na traseira, cortesia do italiano Fabrizio Crestani, da Daiko Lazarus Racing. O carro do piloto brasileiro derivou para o lado direito da reta, onde bateu violentamente no muro, rechaçado para a pista e, completamente destruído, parou próximo ao guard-rail no lado oposto do traçado.

O saldo foi péssimo para Hellmeister: imediatamente socorrido, o piloto foi levado ao Hospital San Gerardo, onde foram constatadas fraturas nas duas pernas – uma delas exposta, segundo informações procedentes do jornalista Bruno Vicaria. Alan esteve o tempo todo consciente da gravidade de suas lesões.

E fica aqui o registro: se tiver havido mesmo o contato, uma molecagem como esta perpetrada por Fabrizio Crestani não poderia ficar impune, como ficou no resultado final, onde o italiano e o português Miguel Ramos fecharam a corrida em 12º na geral e quarto na Pro-Am. Crestani deveria não só ser excluído da disputa pela atitude  – caso confirmado o contato – como também excluído do campeonato e do automobilismo. Uma vergonha!

Enfim, com toda a razão, a equipe Drivex não compareceu ao pódio para receber o troféu do 3º posto na classe Pro-Am e nem poderia.

Guilherme Salas/Márcio Basso fizeram a festa de novo na classe Am e venceram de novo com a BMW #7 da Teo Martín Motorsport, com o 15º lugar na classificação geral.

Restando a rodada de Barcelona, a situação do campeonato é a seguinte: Mikkel Mac lidera com 107 pontos, três a mais que Andrés Saravia/Fran Rueda, com Alessandro Pier Guidi em terceiro, somando 91. Giovanni Venturini/Jeroen Mul têm 82 – e ainda reúnem chances remotas de título, porque a diferença para o líder é de 25 pontos.

Na Pro-Am, Fabrizio Crestani/Miguel Ramos somam 70 pontos, dez a mais que Valentin Pierburg/Tom Onslow-Cole, enquanto Marcelo Hahn ainda tem chances de ser campeão, chegando a 55. Resta torcer para que a Drivex consiga reconstruir no espaço de 30 dias o carro, para que ele e Allam Khodair tenham condições de chegar a um final de temporada digno em Barcelona, casa da escuderia dos brasileiros.

Giulio Borlenghi/Andrzej Lewandowski saem de Monza ainda líderes da subdivisão Am, com a dupla da Vincenzo Sospiri Racing levando 72 pontos contra 61 do eslovaco Miro Konôpka e 54 de Márcio Basso, que matematicamente ainda reúne chances de título.

A final do campeonato promete! E a gente encerra esse post desejando pronto restabelecimento ao Alan Hellmeister após o forte acidente em Monza.

Comentários