La Bohème
RIO DE JANEIRO – Devia ser proibido a certas pessoas de irem embora.
Charles Aznavour, um dos maiores cantores da história da música contemporânea, partiu neste 1º de outubro. Com certeza seria uma das pessoas a quem Deus deveria conceder a imortalidade.
Noventa e quatro anos de idade. Setenta de carreira. O homem que encantou o mundo inteiro, cantando em múltiplos idiomas, vendendo 180 milhões de seus trabalhos conseguiu, com suas canções e carisma, atravessar o tempo sem parecer um artista ultrapassado.
“Não tenho orgulho da minha carreira, mas da maneira como a conduzi. Ser conhecido não quer dizer nada, porque podemos nos tornar desconhecidos no dia seguinte”, advertiu, com sobriedade e lucidez, aos 92 anos.
“Se bem divulgarmos nosso trabalho, não cairemos no esquecimento.”
Tenha certeza, Aznavour: você não será esquecido.
Ângela Maria em um dia, Charles Aznavour no outro.
O mundo está perdendo os últimos grandes cantores.