500 Milhas de Londrina: tricampeonato do #38 em prova complicada

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O Spyder de Aloysio Moreira/Oswaldo Ferreira/Luiz Bley Jr., em primeiro plano, venceu as difiiculdades de uma 500 Milhas de Londrina difícil em todos os sentidos (Foto: Vanderley Soares/Divulgação)

RIO DE JANEIRO – Disputada no último sábado, a edição 2018 das 500 Milhas de Londrina esteve longe de ser a corrida que os organizadores sonhavam para este ano. Em tempos de crise, o grid da clássica corrida nacional de Endurance experimentou um dos momentos mais difíceis de sua trajetória. Tanto que somente 16 carros alinharam para uma corrida que em tempos idos teve quase 50 inscritos e nos últimos anos vinha apresentando um plantel mais do que razoável, entre 25 e 30 bólidos.

Apesar das atribulações de uma prova desse porte, houve disputas e emoção, principalmente nas primeiras horas de prova. Muito ajudaram os problemas enfrentados pelo protótipo Predador, favorito absoluto à vitória e que fez a pole position. A dupla Jair e Duda Bana esteve no comando no início, mas depois o carro #35 enfrentou uma série de problemas e ficou para trás.

De volta à disputa das 500 Milhas após um afastamento de três anos por problemas de saúde, Oswaldo Ferreira voltou a competir no bom e velho Spyder #38 preparado por Maicon Tumiate para ele, Aloysio “Galo” Moreira e Bley Júnior. A trinca pegou a ponta com a falha do Predador e, mesmo após uma parada nos boxes para a solda da barra de direção, voltaram para a disputa e ainda conseguiram abrir vantagem para o Vectra de Edras Soares e seus filhos Esdras e Juarez Soares.

Ao cabo de 262 voltas e sete horas exatas de corrida, a disputa findou-se com o triunfo do #38, deixando Aloysio Moreira bastante contente. “É uma emoção muito grande (conquistar a vitória mais uma vez), acreditamos desde o começo e as coisas foram acontecendo. Quando tem que ser, é”, comentou o vencedor. “O pé-quente é mesmo o Oswaldo, pois desde 2015 ele não corre, voltando esse ano e vencendo novamente”, comentou o piloto tricampeão da prova em que é um dos organizadores junto a Daniel Procópio e Beto Borghesi.

Borghesi por sinal também esteve no cockpit de um dos carros participantes – o Spyder #76 que dividiu com Marcelo Karan e José Neto, para terminar em 3º lugar geral, seguido por Luciano Borghesi/Cláudio Leone/Mário Marcondes e por Alejandro “El Principe” Cignetti e Luiz Abbade, que dividiram outro protótipo Spyder.

Entre os carros Turismo, destaque para o sexto posto geral de Rodney Grandizoli/Algacir Sermann a bordo de um VW Gol e o valente Puma de João Weiller/José Ademir de Carvalho conseguindo finalmente um top 10 geral, apesar de diversas falhas que atrasaram o simpático carro construído pelas hábeis mãos de Weiller e dotado de mecânica Audi Turbo.

Uma pena – mesmo – que as 500 Milhas de Londrina, tão tradicionais, tenham sido atrapalhadas por vários fatores que não me cabem falar no momento. Entendo que a situação esteja difícil e lamento profundamente não ter podido acompanhar a disputa como nos últimos anos – e nem poderia, porque compromissos profissionais (que acabaram não acontecendo) me impediriam.

Resultado final da edição 2018 das 500 Milhas de Londrina:

1. #38 Oswaldo Ferreira/Aloysio Moreira/Luiz Bley Jr.
Protótipo Spyder VW
262 voltas em 7h00min34seg117

2. #77 Edras Soares/Esdras Soares/Juarez Soares
Vectra Stock V8
a 6 voltas

3. #76 José Neto/Beto Borghesi/Marcelo Karan
Protótipo Spyder VW
a 7 voltas

4. #226 Luciano Borghesi/Cláudio Leone/Mário Marcondes
Protótipo Spyder VW
a 9 voltas

5. #73 Luiz Abbade/Alejandro Cignetti
Protótipo Spyder VW
a 19 voltas

6. #30 Rodney Grandizoli/Algacir Sermann
VW Gol
a 38 voltas

7. #78 Vandercesar Penques/Sérgio Martinez/Pipa Cardoso
Protótipo Spyder VW
a 38 voltas

8. #83 Eduardo Costa/Henrique Moreira/Gustavo Moreira
VW Gol
a 52 voltas

9. #107 João Weiller/José Ademir de Carvalho
Puma Audi Turbo
a 56 voltas

10. #35 Jair Bana/Duda Bana
Protótipo Predador Audi Turbo
a 111 voltas

Comentários

  • Eu não estou por dentro do que pensam e podem as organizações dos eventos, mas para mim as 500 milhas de Londrina e as 12 horas de Tarumã deveriam integrar o calendário do “Endurance Brasil”. Não faz muito sentido as maiores provas do nosso Endurance dependerem do que “sobra” do Campeonato Brasileiro. Deveriam ser as grandes atrações do calendário, assim como os 500km de São Paulo.

    Acho o Endurance Brasil um certame ótimo e em crescimento. Todo apoio a ele. Mas seria muito mais empolgante (e até mais comercialmente atrativo) se fosse formado por nossas provas mais icônicas e não apenas por provas 2 a 3 horas, sem maior identidade.

    • Rodrigo, infelizmente a própria organização do Endurance Brasil não mostrou interesse em participar da prova, mesmo a organização das 500 Milhas de Londrina deixando em aberto a alteração da data e dando a chance dos pilotos receberem uma bandeirada depois de 3 horas de prova (no formato deles) e quem desejasse continuar o faria. Enfim, a organização das 500 Milhas de Londrina independente do que poderia ou não ser feito, abriu a disposição para conversar, mas infelizmente não houve resposta.

      • Que pena. Espero que para o próximo ano as tratativas comecem cedo, antes até da definição do calendário 2019 do Endurance Brasil. Quem sabe funcione.

  • Olha Rodrigo, aqui em Londrina não ouvi/li nada da cidade sobre o acontecimento das 500 Milhas, não sei se o pessoal do marketing e promoção estão trabalhando bem, não tenho ideia de como foi de público este ano.

  • Corri o ano passado nesta maravilhosa corrida endurance,acredito que muitos fatores nao coperaram com grid ,principal ao meu ver foi a crise q afeta o país, provas como a Cascavel de Ouro q foi uma semana antes,acredito q os organizadores precisam divulgar antes o evento, e buscar alternativas como,inscrições antecipadas com desconto,oferecer talvez premios em din din,sei que também não é facil pra eles.
    No meu caso nao corri pq meu parceiro fez uma cirurgia no braço ,mas 2019 vamos alinhar….

  • Bom Dia Rodrigo!!! Foi realmente uma pena, tudo que aconteceu nesta edição, no que se trata do evento, fomos tratados com descaso, pelos responsáveis por determinar as datas !!!1 E foram desconsiderados os 27 anos ininterruptos de nossa corrida !!!! Mas sua análise, COMO SEMPRE, foi cirúrgica, e devemos tomar os os erros, como oportunidades de crescimento!!!! E é isto que Eu, e meu parceiro Beto Borghesi, contando também com parceiros externos como Você Rodrigo, e outros Tantos!!!
    Obrigado, e ano que vem, se DEUS quiser estaremos comentando de mais um Sucesso de nossso evento, com Sua Honrosa Presença Aqui conosco!!!! Abração